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Adentramos o lugar que já se encontrava cheio e todos iam subindo a escada para o camarote. O local era muito lindo mas achei um pouco apertado. Haviam muitas pessoas para pouco espaço, mal dava espaço para dançar e ainda notei que seguranças meio irritados. Odeio lugares com pouco espaço, sempre me dá uma sensação ruim.
No camarote estava mais tranquilo. Havia alguns sofás e o bar era mais acessível que lá embaixo. Notei que algumas meninas soltaram alguns gritinhos assim que viram Reinier e Gerson. Já vi Júlia revirar os olhos e seguir pro banheiro enquanto as meninas se aproximavam deles.
- Oi meninos, a gente pode tirar uma foto com vocês? – uma delas perguntou pro Gerson que sorriu e pegou o celular dela indo tirar uma foto. A menina agradeceu o beijando no rosto e foi pro lado das amigas.
Sorri pro Gerson e me encostei na grade do camarote. Reinier tirava foto com as meninas e vi que uma sussurrou algo em seu ouvido o deixando sem graça. Quase ri do jeitinho dele. Quase mesmo, porquê a ouvi a vaca que estava tirando a foto falar:
- Nunca que eu iria tirar foto com aquele negão... – virei meu rosto para olha-lá
Ela notou que eu estava ali e congelou. Senti a raiva subir direto. Tive vontade de amassar a cara dessa dissimulada aguada ali mesmo. Não pensei muito e já cheguei mais perto vendo a amiga segurar no braço dela com mais força e arregalar os olhos pra mim.
- E quem é você, garota? – perguntei grosso colocando as mãos na cintura. Sentia meu rosto quente e juro que rezei pra ela responder mal ou reagir.
Mas não, a menina só pediu desculpas e saiu arrastando a outra e logo sumiram do meu campo de visão.
É horrível como o racismo ainda está presente no nosso dia-a-dia. Felizmente fui ensinada e criada para bater de frente com qualquer tipo de preconceito. Minha mãe já passou muito por isso dentro da família do meu pai, e com isso eu sei que não devo ficar calada.
Me acalmei um pouco e mexi no celular tentando me distrair. Olhei pra frente e perto do bar vi Reinier e Gerson tirando fotos com algumas pessoas. Fui até o bar e pedi uma água sem gás e encontrei Babi no caminho. Resolvemos ficar sentadas no sofá que estava vazio ali. O movimento estava começando aumentar e logo iria começar o show do Suel.
- Não olha agora mas tem um cara de olho em ti – Babi falou no meu ouvido enquanto eu mexia no celular.
- É bonito?
- É gato mas achei muito musculoso – falou me fazendo gargalhar. Porra, eu odiava cara bombado. Prefiro um magrinho saudável.
- Ihh qual foi vocês duas? – Gerson chegou sentando no nosso meio – Tão de segredinho né?
- É só coisa de mulher – Babi falou abraçando ele de lado que ainda nos olhava desconfiado. Ele riu com a malandragem dela e a abraçou de volta.
- Gerson, você tem uma filha né? – perguntei com medo de ser cortada
- Tenho sim, uma menina linda
- Por que você não leva ela para passar uma tarde com nós lá no sítio?
- Será que o pessoal vai gostar, Le? – Gerson falou e só agora eu notei que ele me chamou noite inteira de ''Le''
- Claro que sim, leva ela pra gente tomar banho de piscina – falei como se fosse dona da casa mas queria mesmo estar com crianças na minha volta. Já estava cansada de pedir um irmão pros meus pais e sempre receber um não bem grande. Eu adorava crianças.
- Então tá, vou ver o que o Rei acha disso... – o moreno piscou pra mim e apertou minha mão me fazendo sorrir.
Continuamos conversando e rindo das coisas que o Gerson contava. Já estava meio assim pois Júlia passou duas vezes e nem me olhou. Provavelmente deve estar puta porque estou com a Babi. Porém eu não posso simplesmente tratar mal a garota só porque as duas não se batem. Fiquei tranquila e voltei a me divertir do meu jeito.
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Amado
CintaDesde de criança Letícia sempre foi apaixonada por Reinier, e esse sentimento evoluiu com ela. Com o futuro á espera, Letícia e Reinier descobrirão o amor e suas consequências, boas e/ou ruins. ''Como pode ser gostar de alguém, e esse tal alguém n...
