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Pisquei perdida com a pergunta do Rei. Nos primeiros dois segundos, eu juro que nem sabia de quem ele se referia, mas depois caiu a ficha...
- É muito simpático – sorri tentando não rir da cara de brabo que ele estava e da sua pose tipo Christian Grey.
- Meu parceiro e irmão... te achou muito linda – disse enquanto se aproximava lentamente.
- Tem gosto pra tudo né – dei uma risadinha sem graça enrolando um cachinho no indicador.
- E tu é o gosto de todo mundo né – me imitou rindo e suspirou passando a mão na nuca.
Fiquei febril e perdi o rebolado quando o garoto me encarou de cima à baixo. Estávamos iguais dois animais no meio de uma floresta. A presa e o predador.
- E-u-u não entendi, Rei.
Ele deu uma risadinha safada me fazendo fechar os olhos lentamente e mirou o olhar pra minha boca.
- As vezes eu esqueço que não é só eu que te acho linda... – falou baixinho sem tirar os olhos da minha boca, parece que falava mais pra ele que pra mim.
- E por quê você esquece hein, Rei? – a minha voz deveria sair num sussurro inofensivo mas o tom foi provocativo. Que mancada, Letícia!
Parece que a minha frase o despertou de algum feitiço pois agora ele me olhava nos olhos com lucidez e acariciou meu queixo.
- Nem eu sei, Leti. Só sei que que tu deve mesmo ser admirada.
Quando senti o peso das palavras, já estava sozinha na cozinha. Consegui respirar um pouco e só pude confirmar o que tanto me assombrava: se eu estava confusa, ele se encontrava pior ainda.
Depois de 5 minutos tentando me recompor do tombo de alguns instantes, ouvi uma agitação na sala e fiz a Cleópatra voltando pra lá.
Júlia estava conversando com duas meninas perto da porta e os meninos estavam conversando entre si no sofá.
- Qual foi Letí, vem pra cá – Gerson me chamou para sentar ao seu lado, que era por acaso ao lado de Reinier. O mesmo tirou os olhos do celular encarou Gerson de cara fechada que o olhou e riu falando algo que eu não entendi.
Enquanto me sentava, notei que o menino da festa estava ali sentado com eles. Reinier tinha chamado ele de Poty da última vez mas com certeza não seria o seu nome. Percebi que estava encarando ele quando o mesmo me mando um sorriso discreto. Não consegui sorrir de volta e fingi que não era comigo. Bem sonsa mesmo.
- Me fala aí, tu é Mengo ne? – era óbvio que o Gerson iria perguntar isso.
- Sou sim. Não sou carioca mas estou aqui desde criança...
- O cria falou que vocês foram criados juntos – meu olhar se direcionou ao Reinier que não se desgrudava do celular.
- Sim, eu sempre fui colega dele e era amiga da Júlia – respondi vendo Gerson assentir e continuar a conversa.
- E ai tropa, partiu? – uma menina loira se aproximou e chamou todos para irmos de uma vez.
Deixei todos indo na frente e chequei se havia alguma mensagem dos meus pais no celular. Levantei do sofá olhando para o celular e trombei com algo me fazendo retornar para o sofá, caindo sentada.
- Puta merda, desculpa Letícia – ouvi a voz de Poty e ri juntando meu celular que caiu ao lado.
- Não foi nada – ri me levantando novamente.
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Amado
Storie d'amoreDesde de criança Letícia sempre foi apaixonada por Reinier, e esse sentimento evoluiu com ela. Com o futuro á espera, Letícia e Reinier descobrirão o amor e suas consequências, boas e/ou ruins. ''Como pode ser gostar de alguém, e esse tal alguém n...