quatro

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Estava há duas horas em pé secando copos e ouvindo Nina reclamar pelo fato de não ter ligado para ela e lhe contado sobre todo o ocorrido na noite passada, já havia perdido a conta de quantas vezes rolei os olhos por cada frase dramática que minha amiga pronunciava.

— Você é uma péssima amiga, Jude — me empurrou com o ombro.

— É, eu sei. Você repetiu isso umas quinze vezes só hoje.

Ela suspirou ao meu lado servindo um drink para um homem sentado do outro lado do balcão.

Eu definitivamente estava exausta já que mal consegui dormir pensando em tudo que havia acontecido e, ter que explicar para minha avó o motivo pelo qual cheguei tarde e com a roupa ensanguentada levou horas.

— Você deveria ter ligado, eu iria até lá — disse voltando para o meu lado.

— Eu não queria atrapalhar sua transa com o Paul, ou era Marco? — sorrio de forma sarcástica e Nina rola os olhos.

Eu não julgava Nina por transar com vários caras, a única coisa que me preocupava era se ela estava se protegendo.

— Não pensei muito bem na hora, só queria resolver tudo e ir para casa — olhei em sua direção e ganhei um pequeno sorriso.

— Eu realmente sinto muito por não estar aqui para ajudar você.

Apesar de tudo, Nina era uma boa amiga se preocupava comigo e sempre que podia levava uma torta de pêssego para a vovó, era as pequenas coisas que fazia da nossa amizade a melhor possível.

— Não foi de todo mau, acabei indo para casa com o cara que pagou os custos médicos daquele imbecil — dei uma olhadela e minha amiga já estava com os olhos fixos em mim.

— Por que você omitiu essa parte? — perguntou incrédula.

Ri porque a curiosidade de Nina era algo icônico.

— Não foi nada de mais, o cara só me deu uma carona.

— Paga sua fiança e ainda te dar uma carona? Esse aí é do tipo raro de homens.

Balanço a cabeça em negação e termino de guardar todos os copos. O bar estava com o movimento fraco naquele dia, o que ajudava já que eu não estava tão disposta assim.

— Por que não vem comigo para uma festa? — havia um vestígio de empolgação e travessura naquela pergunta.

— Por que eu faria isso? Arqueei uma sobrancelha em sua direção.

Nina bufou saindo do balcão e o rodeando até ficar na minha frente do lado de fora.

— É só uma festa, Jude — disse fazendo uma cara de indignação.

— Quantas vezes preciso dizer que cuido da minha avó? — reclamo passando o pano no balcão. — E se passar do horário combinado a Molly cobra hora extra.

Nina retorna para o meu lado após servir um cliente, simplesmente toma o pano da minha mão e repousa seu cotovelo em meu ombro.

— Você é minha melhor amiga e merece se divertir — sinto verdade em seu tom de voz. — Vamos, eu pago a hora extra para a Molly.

— Eu não posso aceitar seu dinheiro.

— Mas ele é meu e eu decido como gastar, agora caso esteja pensando em sua avó, eu aposto como ela gostaria que ao menos por uma noite você se divertisse um pouco.

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