vinte

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Eu ainda estava imóvel, parada no mesmo lugar, totalmente surpresa com a cena que estava presenciando, os olhos de Claus permaneciam em mim, sua íris praticamente brilhava diante dos meus olhos.

— Querida? Olha quem está aqui — vovó diz assim que me aproximo cautelosamente.

Nunca me senti tão desconfortável em minha própria casa, mas lá estava eu, perdendo o controle do meu corpo com o simples olhar de Claus.

— Onde a Molly está vovó? — pergunto sem desviar os olhos dele.

— Eu a dispensei assim que Claus entrou.

Acho que minha avó não sabia que um vampiro só entra em sua casa se for convidado, pois era isso que Claus significava para mim, um maldito vampiro que havia sugado todas as partes boas de mim.

Ele poderia ser o próprio Damon Salvatore.

— O que está fazendo aqui?

— Ele estava sentado em nosso gramado esperando você, acredita que o pobrezinho pegou essa chuva? Parece não ter medo de um resfriado — vovó responde por ele.

Eu realmente estava impressionada com o cinismo de Claus, sua petulância em vir até minha casa e fazer uma cena no gramado poderia ser comovente para qualquer um, menos pra mim.

— Eu não queria incomodar, mas sua avó insistiu para que eu entrasse — ele finalmente se pronunciou.

— Venha minha filha, você está molhada, vou pegar uma toalha.

— Não precisa vovó, vou ficar bem.

Ela finalmente percebe a tensão que estava no ar, não queria minha avó envolvida nisso, mas parece que Claus havia lhe conquistado também.

— Eu vou subir e tomar meu copo de leite no quarto — diz se aproximando de mim. — Me chame se precisar de alguma coisa querida. Vou deixar vocês dois conversando.

— Tudo bem vovó, obrigada.

Ela nos olha uma última vez, então pega seu copo de leite na mesinha de centro e caminha em direção das escadas, Claus continuava no mesmo lugar, com o mesmo olhar intenso.

— Sua avó é muito gentil — diz repousando a xícara de chá sobre a mesinha.

Me aproximo um pouco mais com os braços cruzados, precisava me proteger de alguma forma, estava totalmente vulnerável a ele.

— O que veio fazer aqui? O que pretende com tudo isso Claus?

Ele abaixa a cabeça, pensa um pouco e então seus olhos voltam para mim, mas não o olhar intenso de antes, mas algo parecido com tristeza.

— Eu quero você, Jude — ele retira a toalha dos ombros e a joga no chão. — Quero você mais do que qualquer coisa nesse mundo.

Eu também quero você, Claus.

— Já conversamos, um dia você me teve e descartou, fim da história.

— Acha que não me arrependo todos os dias por isso? — ele parecia indignado.

Eu poderia simplesmente mandá-lo embora e subir para o meu quarto, encerrar essa noite como havia pensado, mas se tratando de Claus nada era certo, eu sempre saía do controle.

Suspiro profundamente e me aproximo do sofá sentando ao seu lado.

— Você deveria ir atrás da Kim, sempre faz isso, não é? — pergunto olhando em seus olhos.

— Não faço mais — responde desviando o olhar. — Depois de conhecer você eu nem sei mais quem sou.

Claus podia ser o pior canalha de toda face da terra, mas eu sabia quando ele estava sendo sincero ou fingia saber.

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