quatorze

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Duas semanas.

Já havia passado duas semanas que Claus desaparecera da minha vida, nenhuma mensagem ou ligação de sua parte, já eu, estava completamente desesperada, deixei infinitos recados em sua caixa postal, mensagens, mas nada surtiu efeito, ele desapareceu completamente.

— Espera um pouco, talvez ele entre em contado — Nina dizia enquanto secava os copos.

— Mas já faz duas semanas, ele nem sequer mandou mensagem.

— É bem típico dele — praticamente sussurra.

Acredito que Nina não quisesse que eu ouvisse aquilo, mas ouvi, a única coisa que simplesmente não entendia era o que havia de fato acontecido entre eles, era muito rancor guardado.

— Por que você detesta tanto ele? — questiono.

Ela se vira em minha direção, parecia pensar no que dizer.

— Já contei a você, ele me deu um bolo no baile.

— Pelo amor de Deus! Isso aconteceu anos trás, não é possível que você sinta tanta mágoa por isso.

Nina semicerra os olhos para mim parecendo incomodada com minha curiosidade.

— Deixa isso pra lá, Jude. Do que importa? Fico chateada por ele não falar com você.

Talvez eu estivesse ficando neurótica com tudo, mas qualquer um em minha situação ficaria confuso com a atitude de Claus.

— Acho que você tem razão, estou ficando neurótica.

— Você só está chateada com tudo isso, não é um crime, mas precisa tentar ficar tranquila.

Era uma noite tranquila no bar, mesmo com uma quantidade significativa de clientes, mas nada que pudesse causar uma aglomeração de pessoas. Nina e eu estávamos no mesmo turno, mas a sintonia entre nós era diferente, eu estava distante e triste, simplesmente não conseguia disfarçar.

— Você ainda está triste, não é? — ela pergunta enquanto rabisca algo de qualquer jeito em sua caderneta.

Eu estava com o cotovelo apoiado no balcão sem expressão alguma no rosto, era como se todos os dias fossem iguais e cinza.

Claus havia colorido minha vida no pouco tempo que passamos juntos.

— Eu não sei — respondi sem vontade. — Não sei muito bem como me sinto, triste talvez?

— Sinto muito por ele ter sumido, de verdade — os olhos dela me encaravam com pena. — Mesmo não gostando dele, sinto muito.

Eu detestava que sentissem pena de mim, mas Nina e minha avó não podiam evitar esses olhares nos últimos dias, eu estava sempre murcha e indiferente.

— Vai ficar tudo bem — falo sem encará-la.

A porta do bar abre, mas não tenho vontade de olhar quem entrou, fiz várias vezes isso na semana passada achando que Claus poderia aparecer do nada dizendo que algo aconteceu, mas que estávamos bem.

Foi tudo uma ilusão.

— Ele não fez isso!

A voz de Nina era grave, por isso resolvi acompanhar seu olhar de fúria para a entrada do bar, mas me arrependi amargamente do ato.

Choque.

Raiva.

Surpresa.

Meu coração havia errado uma batida, era como levar um soco no estômago. Claus estava com um de seus braços enlaçando a cintura de uma mulher loira e sorridente, junto deles estava Call e outras pessoas.

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