Ruin ~ Shawn Mendes

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Bella

"Loren, onde está a Lola?"
Pergunto, a voz trêmula.

"Ela está na UTI. E é tudo culpa minha."
Ela solta um soluço de dor. O barulho é agonizante. Eu a abraço sem jeito. Ela se endurece com o ato, mas se solta, depois. Deixo que chore.

"O que aconteceu?"
Ela se afasta gentilmente e me conta tudo, com detalhes. Só de imaginar, já fico angustiada.
Loren já saiu, e meu coração está acelerado. Em poucos minutos, além de descobrir minha segunda gravidez, vou sair daqui.

Saber que uma vida cresce em mim me faz criar uma força de lutar contra tudo isso que eu não sabia que existia.
"Oi, irmãzinha."
Yatra entra.

"Tem que ter muita coragem pra entrar aqui depois de mais uma babaquice que você fez."
Rosno. Meu instinto gritando para não confiar nele. Froy não invadiu atoa a mansão, ele tinha um bom motivo e eu imagino qual seja.

E que meu irmão esteja por trás disso. Manipulador, mentiroso e traiçoeiro, eu conheço Yatra e sei o que faria para defender o que quer. E o que ele quer, é me ver ao seu lado.

"Não seja imatura, Isabella. Vim ver como está."

"E eu mandei, indiretamente, você tomar no seu cu, Sebastian. Na hora de me sequestrar e me sedar, você e a doente da sua mãe não se perguntaram como eu estava."

Ele me olha, a calma insana da sua expressão me agonia.
"Fiz por amor, irmãzinha."

Dou um tapa forte no rosto dele.
"Seu filho da puta, eu tenho nojo de você. Saia daqui, antes que eu encontre um bisturi pra te matar."

Ele da uma risada, há fogo em seus olhos. A provocação funcionou. Ele sempre foi muito intenso, na escola, batia em qualquer um que o enfrentava. É muito genioso, igual a mim. Mas ele não tem uma razão pra lutar com todas as forças.
Eu tenho.

"É uma pena que não veja um aliado em mim."

"Aliado? Aliados, no seu entendimento, são pessoas que querem sequestrar crianças? Obrigada, não preciso de você."

Ele acaba saindo, quando percebe que eu não afim de papo. Me levanto e pego o canivete que a Loren deixou ali.

Ela não me falou muito dos planos dela, mas me disse que em breve voltaria e me deixou esse canivete para defesa.

Mesmo sem saber de nada, ter uma arma na minha mão, mesmo que tão simples, já me deixa mais tranquila. Não vão poder me machucar.

Me deito novamente na cama e o doutor volta.
"Trouxe uma receita de vitaminas..."
Ele me passa algumas orientações, que eu ignoro completamente, sem conseguir pensar muito bem.
"Pode me acompanhar, por gentileza?"
Uma enfermeira entra e pergunta.

Eu a olho. Assinto e a acompanho. Ela me leva para um canto.
"Olhe para a caixa, como se eu tivesse te mostrando algo."

A obedeço.
"Quem é você?"

"Não importa. Vou te ajudar a dar o fora daqui, a Loren me mandou aqui. Há seguranças por todo o corredor, e eles seguem um protocolo específico de emergências. Assim que ouvir o grito, quero que corra até o final do corredor e saia pela saída de emergência. Pegue um taxi e suma, antes que te encontrem."

"E a Loren?"
Ela não olha pra mim.

"Ela pediu para te salvar e o filho dela, somente."
Então ela vai me salvar. É o seu pedido de desculpas. E eu sinto meus olhos marejarem. Vou fazer valer a pena tudo isso, vou sim. Isso é uma promessa.

"Onde eu fico?"
Olho para o lado, quando um segurança passa por mim.

"Na maternidade. Quando ouvir o sinal, pegue o bebê e saia."
O bebê é muito novo, mas, como resistiu a um tiro e um acidente, vai passar por essa. Precisa passar.

Assinto, enquanto me dirijo até a maternidade, sentindo as mãos tremendo de empolgação. Quero chegar em casa logo, para a minha família.

"Oi, gatinha. Onde vai?"
Yatra aparece e segura meu braço.
Eu me solto, empurrando ele com raiva.

"Me deixa em paz, caralho."
Esbravejo, esperando que ele se canse do meu mau humor e vá embora. Em alguns minutos, eu ouço o tiro.

E os seguranças correm, mas Yatra me olha, cerrando os olhos, suspeitando de algo.
"Tem planos, irmãzinha?"

Ah, não.

Notas:
Ai meu pai, coração ta como?
Yatra que se cuide, se ele encostar na Bella, a gente junta e vamo tudo matar ele.