Capítulo 2

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  No final do dia, a euforia foi impossível de se controlar

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No final do dia, a euforia foi impossível de se controlar. Folhas de cadernos e livros voavam pelos corredores, alunos se beijavam e carregavam uns aos outros nas costas, e parecia que todos os problemas que cada um teve durante o ano, ou durante todo o ensino médio, sumiram.

Enquanto todos saíam o mais rápido possível do colégio, fiz questão de falar com todos os professores que achei. Cada um foi importante em alguma parte da minha vida, e acho que posso dizer que fiz um ótimo trabalho sendo a queridinha deles.

Eu era uma boa aluna, me esforçava na hora de estudar, mas uma parte das minhas notas altas foi conquistada pelo meu charme de aluna boazinha e dedicada. Sara me odiava por esse privilégio, mas muitas vezes consegui livrar sua bunda preguiçosa de várias recuperações.

Faltando duas horas para a festa, nos apressamos em ir para a minha casa trocar de roupa. Eu fui com Daisy e Sara foi com seu carro novinho que tinha ganhado de aniversário. Dessa forma, ela chegou bem antes de mim e estava em uma conversa super animada com minha mãe e minha irmã.

Abri a porta de fininho para tentar escutar a conversa das três que eu já sabia que era sobre mim.

— Prometo que vou deixar ela longe de drogas, tia. — revirei os olhos para a mentira descarada de Sara. Ela era sempre a primeira a ficar chapada nas festas. — Mas a senhora sabe, a Summer nunca namorou. Quem sabe esse verão ela não conhece o amor da vida dela? E vai que ele está nessa festa?

Entrei com tudo em casa antes que qualquer uma falasse mais uma palavra. Jenny ria, sabendo que o que Sara falava era a mais pura verdade. Com treze anos a vida amorosa dela era mais agitada que a minha.

— Ok, as três já podem parar de falar de mim, né. — joguei uma almofada na minha irmã que a esse ponto já estava sem ar de tanto rir e me chamar de encalhada nos pensamentos. — Vamos, você vai escolher minha roupa. — puxei Sara pelos cabelos e subimos as escadas, fugindo daquela conversa constrangedora que estava prestes a começar.

Meu quarto era o segundo maior da casa. Tive o privilégio de uma cama de casal, a antiga dos meus pais, e por todas as minhas paredes tinha um pedacinho de mim. Posters dos meus artistas favoritos, fotos polaroide de momentos que eu queria guardar para sempre, e algumas pinturas que eu mesma tinha feito em algumas madrugadas em claro.

Sara já tinha dormido aqui tantas vezes que já sabia o lugar de todas as coisas, e enquanto ela revirava meu guarda-roupa e tagarelava sozinha, me permiti viajar no conforto dos meus travesseiros.

Na sétima série, quando eu tinha a idade de Jenny, tive uma paixão avassaladora por um menino da minha turma. Ele era lindo com seus cabelos loiros batendo nos ombros, jogava futebol e era o garoto mais fofo que eu já tinha visto. Até eu escutar ele falando com os amigos que ele nunca ficaria com uma garota enferrujada. Não precisei de muito tempo para saber que enferrujada era eu.

90 Dias Com EleOnde histórias criam vida. Descubra agora