Capítulo 16

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   Segundo o dicionário, paixão é um termo que designa um sentimento muito forte de atração por uma pessoa, objeto ou tema

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Segundo o dicionário, paixão é um termo que designa um sentimento muito forte de atração por uma pessoa, objeto ou tema. A paixão é intensa, envolvente, um entusiasmo ou um desejo forte por qualquer coisa. Dizem que está a apenas um passo do amor. Já o amor nunca achei uma definição boa o suficiente para descrevê-lo. Acho que o amor não é entendível por nós, meros seres mortais, é algo que sentimentos, vivemos, mas nunca seremos capazes de entender. Dizemos que amamos aqueles que queremos sempre o bem, que queremos cuidar, aqueles que faríamos de tudo para ajudar. E não acho que esteja errado, o amor nos faz sentir essas coisas, nos faz fazer loucuras. Não é apenas algo que sentimos com a alma, mas todo nosso corpo reage ao amor. Nosso coração acelera, criamos borboletas no estômago, ficamos em um lugar próximo de uma dependência química, eu até diria.

Desde crianças minha representação de amor foram os contos de fadas, ou meus pais. Nos contos, o amor é fácil, é bonito, é prazeroso. Existe o felizes para sempre, e não existem coisas como dúvidas ou corações partidos.

E meus pais pareciam ter saído de um conto de fadas. E já os vi brigar diversas vezes, com direito a portas batendo e um silêncio que tomava a casa inteira depois. Mas eles nunca dormiram brigados. Podia demorar dez minutos, meia hora, um dia inteiro. Mas no final eles sempre se resolviam. As brigas geralmente eram por coisas da vida: nossa lanchonete, dinheiro jogado fora por algum motivo, papai ter esquecido de nos buscar na escola. E eu sempre lidei com isso, que a vida sempre aparecia para tentar atrapalhar, mas o amor vencia. E eu achava tão lindo, queria isso pra mim.

Mas nunca me disseram que o amor dói.

Dói de verdade, o corpo todo sente. O peito aperta, fica difícil de respirar. A fome desaparece junto com as forças e a angústia é tanta que escorre pelos olhos. Eu nunca achei que fosse possível sofrer por causa do amor, mas agora tinha se tornado claro pra mim: se eu estava sofrendo, era porque tinha amor.

E assim como eu tinha amor, Kyle tinha outra.

Tínhamos apenas um dia como namorados, oficialmente, e eu descubro que não sou a única em sua vida. Desde que saí da casa de sua tia e cheguei na minha, quase meia hora depois, não tive forças para nada. Escutei ao fundo minha mãe e Jenny perguntando como tinha sido e por que eu tinha voltado tão cedo, mas suas vozes eram como zumbidos. Larguei minha bolsa em algum canto da sala e subi correndo as escadas até meu quarto, tentando deixar claro que não queria falar com ninguém. Apenas tirei os sapatos antes de me jogar na cama, mesmo estando suada e com rosto molhado por lágrimas.

Minha cabeça só girava em torno daquele nome. Louise. "E ainda tem a Louise te esperando lá." Louise. Louise. Louise. O almoço tinha sido tão bom, mas agora ele se acumulava no fundo da minha garganta, querendo sair com o enjoo que me atingia cada vez que aquele nome voltava na minha cabeça. Por que ele nunca me falou nada sobre essa tal de Louise? Ela era insignificante ao ponto dele nem pensar em mencioná-la? Ou tão importante ao ponto dele decidir esconder por ainda pensar nela? Sua primeira vez tinha sido com ela? Ele pensou nela quando ficamos juntos no meio de uma tempestade? Ele mentiu dizendo que não tinha sido bom apenas para me fazer deitar com ele?

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