revenge ⌈ cancelo • goretzka • bellerín • loftus-cheek ⌋ ✅

⌈ capítulo 10 ⌋

＊＊

❛ Amélie Fontainelles ❜

          Mantenho o olhar atento no homem à minha frente, sorrindo a cada palavra que ele profere. Ouvir as histórias dele sobre as aventuras que teve com a filha antes da mesma falecer e saber que ele lutou para fazer os últimos momentos dela serem memoráveis e dar-lhe toda a felicidade que ela procurava, só me faz ter ainda mais esta pessoa em consideração. O Luis Enrique é o tipo de pessoa que todos deveríamos ter na nossa vida, seja como amigo, como mister, como pai, como marido. Ele é uma pessoa boa, carregada de boas energias e é tão fácil falar com ele.

          - Mas chega de falar de mim. – O espanhol profere antes de beber um pouco de sumo e limpar os lábios, olhando docemente para mim e com um sorriso pequeno na boca. – O teu pequeno, como está?

          - Está ótimo e ansioso que chegue o dia de amanhã. – Coloco corretamente os talheres em cima do prato sinalizando que terminei a minha refeição e encosto-me de modo correto mas confortável nas costas da cadeira. Os olhos do mais velho parecem brilhar ao entender o que eu estou a querer dizer. – Ele e a minha irmã chegam amanhã por volta das 11h, tenho de os ir buscar ao aeroporto e já informei o David, porque poderia haver problemas de eles ficarem no meu quarto.

          - E se houvesse problema, eu mesmo falaria com a gerência do hotel para eles ficarem contigo. – Sorrio docemente para o técnico espanhol, agradecida com toda a bondade dele. – Estou muito ansioso por conhecê-lo! Ele é tão bonito e bem-disposto! E ele tem os teus olhos, é muito bonito mesmo. – Engulo meio em seco, mas disfarçadamente, com medo que ele comece a notar as parecenças com um dos seus jogadores. – O pai pode ter feito asneira e ter-te provocado uma dor imensa, mas a vossa junção foi bonita, ele tem traços, hmm, latinos? Não sei se é bem o termo.

          - Sim, ele tem traços latinos e acredito que o pai o fosse, mas eu não sei quem ele é. – Forço-me a falar alto e sem tremer, de modo a que o homem não entenda que eu estou nervosa com a possibilidade de alguém fazer ligações ao defesa espanhol. – Eu só tenho medo que os jogadores deixem de me respeitar ou me olhem com outros olhos quando virem que eu tenho um filho, porque verdade seja dita, assim que o Jonathan colocar aqui os pés não haverá forma de continuar com a história de que ele é meu sobrinho. Ele vai chamar-me mãe.

          - Sim, não dará para continuar com essa versão e é legítimo que ele te chame de mãe, não é justo que lhe peças para não o fazer. – Sorrio educadamente para a empregada que nos alcança e concordo com a cabeça, quando Luis me interroga se quero café. – Como eu estava a dizer, tu tens de aproveitar cada momento com ele e ele contigo, então vocês não se irão esconder só porque tens medo do que possam pensar. – O meu corpo deixa de tremer e sinto a minha alma menos pesada, apenas por estar a ouvir os conselhos do homem. Ele faz-me tão bem que desejo que ele fique na minha vida para sempre, para me aconselhar, para ser o pai que eu tantas vezes desejei que o meu fosse. – Tu não terás em momento algum de dizer a verdade sobre o nascimento dele, tu só o farás se te sentires à vontade para o fazer e com quem o fazer, aliás, até acho que a única pessoa a quem podes e deves contar com calma e antes do menino chegar é o André, porque vocês estão numa espécie de relação. – Afirmo com a cabeça, sentindo-me receosa com a reação do rapaz com quem eu estou neste momento. – Quanto aos outros, eles não têm nada a ver com a tua vida e se mudarem contigo, deixa-os mudar, desde que continuem a ter respeito profissional.

          - Eu nem sei o que dizer, eu só posso agradecer todas as palavras, todo o apoio. – Digo sinceramente e com a minha voz a transparecer amor e carinho, além de toda a gratidão que realmente sinto. – Tens sido incansável comigo e se não fosses tu, eu não saberia bem o que fazer ou como reagir amanhã.