Capítulo 22

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Na sexta-feira, não tivemos nossas aulas normais, pelo menos não o pessoal do grêmio estudantil, que ficou a manhã toda fazendo a arrumação para o baile de verão que aconteceria essa noite. Eu poderia reclamar, mas todo aquele trabalho foi bom para tirar meus pensamentos de meu pai e Billie, nem que tenha sido por apenas algumas horas.

O baile seria em um hotel que ficava perto da escola. Não era tão luxuoso, mas era bom o bastante para o que preparamos.

Lillie e eu, juntamente com todas as outras meninas do grupo, nos juntamos e conseguimos um desconto no salão onde a mãe de Samantha trabalhava, ficamos a tarde toda lá, cuidando da pele, fazendo hidratação nos cabelos e fazendo as unhas.

Eu me senti bastante deslocada, pois todas as meninas falavam constantemente dos garotos que iam acompanhá-las.

Como a gravata deles combinavam com os vestidos delas, como é bom o crush levá-las ao baile, como ele iria ficar lindo de smoking.

E lá estava eu, sem par. Iria aparecer na festa sozinha.

Na minha mente eu era a única pessoa da escola que não tinha um par.

Eu apenas suspirava e ficava em silêncio. Todos pensavam que eu iria com Billie, pelo boato que tinha a respeito da gente na escola. Mas eles não sabiam o quão complicado toda aquela situação era.

Billie tinha me convidado, mas acho que isso já não ia mais acontecer.

E qual era a possibilidade de alguém me chamar para o baile no dia do mesmo?

Isso mesmo, zero.

E por esse e vários outros motivos, aqui estou eu, me olhando no espelho, arrumada para um baile que eu nem se quer queria ir e agora iria sozinha, enquanto meus amigos se arrumavam para seus pares e alugavam limousine.

Meu cabelo foi secado e alisado perfeitamente. Estava macio e brilhante, e nem parecia o mesmo de algumas horas atrás.

O que uma boa hidratação não faz.

Minhas unhas com francesinhas impecáveis nas pontas.

Havia passado a última meia hora seguindo um tutorial qualquer que eu encontrei no Youtube para fazer a maquiagem e eu tinha gostado do resultado.

Meu vestido era vermelho forte e a máscara que eu usaria combinaria com meus saltos pretos.

Eu estava linda... Caramba, eu me sentia linda.

Fazia tempos que eu não me sentia assim e era uma sensação tão boa que me fez esquecer dos meus inúmeros problemas por alguns minutos.

Bom... Pelo menos se eu fosse chegar sozinha, ia chegar arrasando.

Ouvi a campainha tocando e peguei minha bolsinha também preta.

Lili me ofereceu uma carona e mesmo que eu fosse à limousine segurando vela pra ela, Chase e mais alguns casais, eu pelo menos não andaria até o hotel ou teria que pagar um táxi.

Olhei a hora e franzi o cenho. Lili tinha vindo cedo, o bom era que eu já estava arrumada.

Dei uma última olhada e desci, mas ao chegar na ponta da escada eu travei.

Senti minha garganta fechar e eu só queria bater em Billie, porque não sabia o que ela estava fazendo ali.

—... Por favor — ela disse alto, não tinha me visto ainda, nem ela e nem meu pai.

— Acho melhor você ir embora, mocinha. Não quero problemas — meu pai respondeu.

— Não antes do senhor me ouvir, e eu quero falar com a Peyton —

A barraca do beijo •Billie Eilish• |✅Onde histórias criam vida. Descubra agora