Capítulo 26

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Lillie e eu estávamos deitadas no jardim que ficava nos fundos da minha casa.

O sol estava brilhando e o tempo estava agradável demais para ficar em casa. Geralmente, passávamos dias como este relaxando na casa da árvore dos O'Connell's.

O jardim dela era mais legal que o meu, também. Aqui em casa tínhamos um daqueles balanços com um toldo por cima, mas ele rangia sempre que balançava. E metade do gramado havia morrido — meu pai andava ocupado demais para dar um jeito naquilo, e era teimoso demais para chamar um jardineiro.

— Podemos ir para sua casa agora? — eu perguntei para a minha amiga. Ela suspirou olhando para o celular.

— Não gosto de ver meus pais zangados, e eles estavam quando eu saí —

— Não sabia que tinha sido tão ruim assim — me sentei meio desconfortável.

Eu me senti culpada, pois fui eu quem passou a noite com Billie.

— Mais ou menos — foi tudo que minha melhor amiga respondeu.

Eu queria mais respostas, mas quando eu fui me pronunciar, o celular dela tocou. Lili olhou para a tela do aparelho não atendendo de imediato.

— Quem é? — perguntei, tentando olhar por cima de seu ombro para tentar ler.

— Billie — ela respondeu — O que diabos ela quer? —

— Ei, tenho uma ideia: atenda e descubra — Ela olhou para mim, fingindo raiva, e apertou o botão para atender.

— O que você quer? —

Pude ouvir um pouco a voz de Billie, ela parecia um pouco nervosa, infelizmente não consegui discernir o que ela estava dizendo.

— Claro — disse Lili, entregando o telefone para mim — O seu celular ainda está desligado. Ela quer falar com você —

— Ah — Peguei o telefone e descobri que estava sorrindo, mesmo com a simples ideia de conversar com ela ao telefone. E ela não havia nem dito nada ainda.

O que estava acontecendo comigo?

— Oi? — murmurei.

Estou tentando falar com você há um tempão

— "Um tempão" significa quanto, exatamente? — tentei não sorrir, mas era impossível.

Hmmm, os últimos quatro minutos? Já liguei duas vezes — Tive que rir.

— Ah, sim, isso é mesmo "um tempão", senhorita impaciente. O que você quer, então? —

Escute, Peyton... — Billie estava falando de um jeito estranho, como se estivesse com dificuldade para conversar.

Não sabia quais seriam suas próximas palavras, mas algo me dizia que não era algo bom.

E como se eu fosse um tipo de vidente, Billie continuou.

—... Precisamos conversar — disse suspirando no celular.

Marcamos de nos encontrarmos no Starbucks que fica na saída da cidade, Billie me disse mais algumas coisas antes, mas tudo que eu consegui assimilar foi isso.

Respondi um "tudo bem" trêmulo e devolvi o celular para Lillie, ainda um pouco avoada pelo o que tinha acabado de acontecer.

— O que houve? — Lili perguntou ao ver meu estado — Parece que viu um fantasma — ela completou se aproximando. Sua feição era de pura preocupação.

A barraca do beijo •Billie Eilish• |✅Onde histórias criam vida. Descubra agora