2° Parte: Capítulo 2

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|Billie|

Toda manhã eu acordo dizendo a mim mesma: "É só mais um dia", ou "Esse dia vai ser bem melhor que o de ontem".

Eu não sei quando eu comecei a dizer essas palavras de encorajamento pessoal, mas eu dizia. Agora elas eram quase que automáticas e não era como se eu precisasse delas, mas mesmo assim eu as dizia.

Depois do meu autoestímulo diário, eu olhei para a janela do meu quarto.

O céu estava limpo e o sol brilhava.

O dia estava bonito como sempre, mesmo depois da chuva da madrugada.

Eu já estava bem acostumada com isso.

Em Los Angeles o clima era quente e seco, quase nunca chovia. Em Nova York, o clima era quente e úmido, mostrando que não interessava a chuva que caísse no dia anterior, tínhamos grandes chances de acordar na manhã seguinte sentindo o ar quente em nosso rosto.

Fui interrompida de meus pensamentos aleatórios com barulhos vindo da minha cozinha.

Minha irmã tinha acordado mais cedo que eu. E isso era raro.

Levantei indo até o banheiro do meu quarto, fazendo minha rotina matinal, depois fui até a cozinha.

— Bom dia, Eilish — ela deseja.

— Bom dia, Pirate — respondi me sentando na bancada.

Era domingo, e eu ainda não tinha superado o fato de ter visto Peyton na sexta-feira.

Quando a vi na plateia foi como se um choque de realidade batesse em mim.

Eu me lembrei dos anos que eu a deixei sozinha, dos anos que eu fiz a escolha de não voltar quando ela mais precisava de mim.

No primeiro ano não foi intencional, já que eu estava realmente enrolada com problemas da faculdade, no segundo ano o pai dela morreu, eu não pude comparecer no enterro e por isso fiquei com vergonha de vê-la depois disso.

Eu não teria a cara de pau de aparecer depois de uma semana.

Mas talvez, só talvez. Eu devesse ter aparecido.

Ela estava tão diferente e tão bonita.

Ela sempre foi linda, mas em uma forma discreta que sempre me causou os maiores arrepios. Seus cabelos longos e agora escuros, estavam soltos, caindo pelo seu ombro.

Suas pequenas e quase imperceptíveis sardas ainda estavam presentes, mas só eram vistas se você olhasse bem de perto.

Eu amava beija-las quando ela estava dormindo.

Quando a vi do lado de fora, eu tive que me segurar para não balança-la e perguntar: "É você mesma?"

Não tínhamos mais intimidade para isso.

E a culpa era minha.

Foi estranho quando ouvir sua voz, que não tinha mudado muito, parecia ser a mesma voz, mas como se ela falasse mais formalmente comigo.

A barraca do beijo •Billie Eilish• |✅Onde histórias criam vida. Descubra agora