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— Jaemin, posso falar com você? — Renjun pergunta com o sorriso mais falso que Jaemin já viu em sua vida. 

— Não — Jaemin grunhe quando ele passa por ele e entra pelas portas da galeria.

— Na verdade, eu não estava perguntando — responde Renjun enquanto agarra o braço de Jaemin e o arrasta duramente para longe de Jeno, que fica parado à entrada. — Que porra é essa? — ele sussurra com raiva.

— O quê? Minha camisa não combina com meus sapatos? — Jaemin pergunta enquanto puxa o tecido de sua camisa azul escura.

— Não se faça de idiota, idiota! Por que você trouxe o demônio?

— O nome dele é Jeno e ele não é um demônio — retrucou Jaemin.

— Tudo bem, tanto faz. Por que ele está aqui? — Renjun grunhe amargamente.

— Eu apenas pensei que seria uma boa ideia convidá-lo para algum lugar, e pensei que você gostaria de conhecê-lo — explica Jaemin dando de ombros.

— Eu não queria conhecê-lo! — Renjun responde em um sussurro alto.

— Bem, ele está aqui, então se apresente e seja legal com ele — Jaemin retruca.

Renjun solta um suspiro alto de irritação.

— Você me deve, porra! — ele afirma irritado.

— Eu não te devo uma merda. Seja um ser humano decente pela primeira vez na vida — Jaemin responde venenosamente antes de caminhar em direção a Jeno e acenar com a cabeça em direção à área com máquinas de troca de moedas.

— Merda —  Renjun murmura enquanto cruza os braços. Jeno se aproxima dos dois garotos e Renjun lhe lança um meio sorriso fraco. — Ei, eu sou Renjun.

Os olhos de Jeno piscam para ele e ele educadamente assente.

— Jen-

— Eu sei o seu nome — ele interrompe Jeno, ganhando um soco nas costelas de Jaemin. — Prazer em conhecê-lo.

Nesse momento, Jeno se afasta e anda em direção a uma das máquinas. Jaemin olha intensamente para Renjun antes de seguir Jeno.

Jaemin o encontra parado na frente de uma das máquinas à toa com a mão colocada nela. Ele se aproxima lentamente quando de repente as moedas começam a sair da máquina. Os olhos de Jaemin se arregalam quando ele observa o pequeno compartimento destinado a pegar as moedas que começam a transbordar.

— Puta merda! Quanto dinheiro você colocou nessa coisa? — Renjun grita quando aparece atrás de Jaemin.

Jeno olha para os dois.

— O suficiente para jogar por algumas horas — Jeno encolhe os ombros enquanto as moedas continuam a vazar da máquina. — Eu fui a último a entrar, então... as primeiras rodadas são minhas, certo? — Ele dá um tapinha no braço de Renjun e acena com a cabeça em direção às moedas.  — Sirvam-se.

Sem precisar ser avisado duas vezes, Renjun praticamente os ataca. Enquanto isso, Jaemin apenas olha atentamente para Jeno.

— O quê? — Jeno cantarola inocentemente: — Não vai me deixar pagar pelos seus jogos?

As sobrancelhas de Jaemin sulcam.

— Você invadiu a máquina? — Jaemin pergunta, fazendo Jeno rir e balançar a cabeça.

— Parece que eu sou o tipo de pessoa que sabe como hackear alguma coisa? — ele pergunta: — O trabalho do meu pai paga muito.

Jaemin procura na expressão de Jeno algum tipo de dizer que ele estava mentindo. Infelizmente, ele não encontra nada, e a máscara que oculta metade do rosto também não ajuda muito. 

— Você está tentando me subornar para não ficar chateado com você? Porque se assim for, então não vai funcionar.

— Não posso fazer algo de bom para você e Renjun? — ele retruca: — Além do mais, por que eu me importaria se você me odeia? Não é como se eu não estivesse acostumado a ser odiado.

Jaemin contrai os lábios com força em uma linha fina.

— Mas você realmente não me odeia, não é? — Jeno pergunta, e Jaemin jura que praticamente o vê sorrindo.

O bastardo astuto.

— Todas as moedas cabem na minha bolsa de cordão! — Renjun diz alegremente enquanto segura a bolsa preta cheia de todas as moedas.

— Incrível! Vamos pegar da sua bolsa sempre que precisarmos de mais — Jeno responde com um aceno de cabeça. Ele vai caminhar em direção aos jogos, mas faz uma pausa momentânea ao lado de Jaemin. — Pelo menos tente se divertir — ele aconselha enquanto as pontas dos dedos roçam levemente as de Jaemin, enviando uma corrente elétrica através dele. Não é vivo, em qualquer sentido, mas seu toque traz uma espécie de formigamento.

E isso faz seu coração palpitar.

Sem outra palavra, Jeno e Renjun desaparecem no mar dos jogos, deixando Jaemin sozinho para se perguntar o que exatamente estava acontecendo.

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