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— Então, como foi sua pequena viagem? — Xiao pergunta enquanto Jeno entra lentamente em seu escritório. Ele olha para os dois meninos com uma expressão vaga no rosto e pisca algumas vezes.

— Eu... uh…

— Mestre... você está bem? — Xuxi pergunta suavemente.

— Eu... não sei… — Jeno resmunga. 

— O que aconteceu? — Xuxi questiona enquanto suas sobrancelhas franzem com profunda preocupação.

— Eu… — Jeno começa, mas seus olhos piscam para Xiao, que o está observando atentamente — Não é nada. Podemos discutir isso mais tarde. Agora precisamos ir.

— Não parece que foi nada — Xiao aponta. 

— Cale a boca, Xiao — sussurra Jeno. 

— Só estou dizendo — Xiao cantarola — E, além disso, se sua mente estiver nebulosa e seu coração tudo menos cheio de pura intenção - seja lá o que for - você não sobreviverá à jornada.

Jeno exala alto pelo nariz e franze os lábios.

— Estou bem. Agora não é hora para fofocas. Temos uma missão. Agora ou vamos em frente ou nosso acordo será rompido e você morre bem aqui na hora — Jeno o avisa: — E acredite em mim, eu vou adorar assistir a maldição matá-lo lentamente de dentro para fora.

Xiao rosna para Jeno, mas não responde. 

— Vamos... unir as mãos — Xuxi tosse — Ou então Xiao e eu não poderemos sair com você.

Jeno geme, mas estende ambas as mãos para os dois pegarem. Xuxi felizmente coloca sua mão grande na de Jeno, mas Xiao bate agressivamente sua mão na dele. Jeno lhe lança um olhar furioso, mas tenta ignorá-lo.

Ele fecha os olhos e começa a cantar em latim. Uma grande nuvem de fumaça cinza envolve os três. Ele sobe por suas pernas, engolfando-os lentamente até que não consigam ver um ao outro.

Quando Jeno reabre os olhos, eles não estão mais cercados pela espessa fumaça cinza, mas por uma névoa muito densa. 

— Não solte. Faça o que fizer, não podemos nos soltar até chegarmos à clareira — Xiao instrui enquanto segura a mão de Jeno com mais força.

— O que acontece se nós o fizermos? — Jeno pergunta.

— Boa sorte em encontrar uma saída — Xiao responde categoricamente.

O menino fica em silêncio enquanto Xiao assume a liderança e eles caminham pela névoa. Os três não falam enquanto caminham, mas não é muito longe que eles precisam viajar antes que a névoa comece a se dissipar. Eles rapidamente alcançam um fim abrupto para o nada e uma linha de árvores mostrando o início de uma grande floresta. Embora ainda haja uma névoa leve, está longe de ser tão espessa quanto antes.

Os meninos soltam as mãos um do outro e se olham. Jeno se encarrega de dar os primeiros passos em direção à floresta, mas Xiao agarra seu pulso com força. 

— Você é um idiota? — Xiao se encaixa. 

— O que? — Jeno rosna.

— Você não pode simplesmente entrar na floresta! Você tem que esperar pelo sinal! Se o lobo não uivar, significa que está à espreita — Xiao o repreende.

— Bem, desculpe-me, como diabos eu deveria saber? — Jeno resmunga: — Se eu soubesse, não precisaria da sua ajuda.

— Bem, então não se encarregue de fazer o que quiser. A menos que você queira ser dilacerado pelo maior monstro de merda que você já viu em sua vida patética — retruca Xiao irritado.

— Cale a boca! Vocês dois! — Xuxi sussurra em voz alta: — Ouça!

Os dois meninos param de brigar e ouvem um pouco mais de perto o ar parado. O som fraco de uivos pode ser ouvido à distância. Isso dura vários momentos e, embora nem Jeno nem Xuxi saibam quanto tempo, assim que o uivo para, Xiao fala rápido.

— Ele uivou por cerca de dois minutos. Devemos estar seguros para entrar — Xiao os informa.

— Por que dois minutos? — Xuxi pergunta.

— Porque se foi uma duração muito mais curta, então significa que foi um uivo de vitória e ele simplesmente matou sua presa — explica Xiao — Vai estar dormente agora, mas temos que ser rápidos. Temos apenas cerca de uma hora  para chegar ao nosso próximo destino.

— Então devemos ter bastante tempo, certo? — Jeno dá continuidade.

— Não — Xiao ri secamente — A floresta é um labirinto, e os únicos marcadores para saber que você está no caminho certo são entalhes nas árvores.

— Esculturas? — Xuxi murmura.

— Sim — Xiao confirma — É difícil de explicar, mas você saberá quando vir um.

— Bem, temos muito terreno a percorrer, então por que não paramos de tagarelar e seguir em frente? — Jeno respira.

Sem outra palavra, Jeno começa a andar em direção às árvores. Os outros dois o seguem de perto e começam sua jornada pela floresta.

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