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— Ele ainda está gelado! Sua pele está pálida e seus lábios estão tão azuis como sempre. Eu não sei o que fazer — uma voz afirma ansiosamente. 

— Você não tem mais cobertores por aqui em algum lugar? — outro pergunta. 

— Não, só os dois. Parece que preciso de mais de dois cobertores de cada vez? — a primeira voz diz com um tom condescendente. 

— Você sabe agora — a segunda retruca.  

— Foda-se tudo. Você pode me ajudar? — a primeira voz resmunga.  

— Como? — o segundo suspira. 

— Vá comprar alguns cobertores novos, roube um pouco de lenha, queime a porra do lugar, eu não me importo. Apenas faça alguma coisa! — a primeira voz sibila.  

— Sim, Mestre — a segunda voz murmura. 

Mestre? 

A porta então se fecha e um suspiro alto vem da primeira voz. Jaemin lentamente levanta suas pálpebras pesadas e espera que sua visão se concentre. Ele estremece quando o frio começa a aparecer novamente, e um garoto de calça de moletom preta e camiseta vira a cabeça na direção de Jaemin. 

— Você está acordado — o menino suspira de alívio, — O que aconteceu? Você apareceu desmaiado na minha porta, encharcado e literalmente morrendo de frio.

— E-eu estava andando e-e-um-homem me atacou. E-ele tentou me afogar — gagueja Jaemin enquanto seus dentes batem por causa de sua temperatura severamente baixa.

— O que diabos você estava fazendo fora à noite? — Jeno exclama, passando a mão pelo cabelo escuro: — Você poderia ter se matado!

— E-eu não tinha onde ir — murmura Jaemin, não respondendo exatamente à pergunta de Jeno. 

— Por que você não estava em casa? — Jeno sibila. 

— Eu não poderia estar — Jaemin responde, ainda sem fazer sentido para o garoto.

Ele se enrola em uma bola e fecha os olhos com força. Ele tenta tudo que pode para se aquecer, apesar de ainda estar em suas roupas molhadas. Ele começa a tremer e a tremer incontrolavelmente, e um pequeno gemido sai de seus lábios.

Jaemin de repente inala profundamente ao sentir uma mão descansando suavemente em seu bíceps. Seus olhos se abrem para encontrar Jeno sentado ao lado dele, seus traços faciais afiados praticamente brilhando à luz das velas.

Sua mão parece fogo, e estava repreendendo sua pele mais do que a de Chanyeol. Apesar de sentir muito calor, Jaemin não consegue evitar um suspiro.  Ele se sentia como uma foice de gelo, e o calor que Jeno irradiava era exatamente o que ele precisava para descongelar. 

Como se pudesse ler a mente de Jaemin, Jeno remove os cobertores e puxa o mais novo para perto dele. Ele o traz para um abraço apertado, envolvendo os braços com segurança ao redor dele antes de cobri-los. 

Ele ao menos removeu um dos braços para levantar os cobertores?

— Só até Lucas voltar com mais cobertores — Jeno sussurra suavemente.  Seu hálito e seus lábios refletem a pele de sua orelha e ele sente que estremece ligeiramente com a sensação. Jaemin assente febrilmente em compreensão.  Embora isso fosse condicional, ele estava mais do que feliz em receber qualquer tipo de calor. 

— Eu disse que não é seguro sair à noite —  murmura Jeno, — Como você conseguiu fugir?

— Eu n-não sei — Jaemin admite, enquanto suas pálpebras começam a cair.  Ele se concentra principalmente na sensação de estar tão perto de Jeno e se livrar do frio gélido que foi forçado a suportar apenas alguns momentos atrás.  

— Eu deveria ter prestado mais atenção — Jeno assobia baixinho. 

— O quê? — Jaemin murmura baixinho enquanto fica cada vez mais cansado.  

— Nada — suspira Jeno. Ele tira uma mecha do cabelo molhado de Jaemin do rosto, e o mais jovem perde instantaneamente a vontade de manter os olhos abertos. Seu toque era tão suave... tão delicado. — Descanse um pouco. Lucas e eu cuidaremos de você. 

Quase na hora, Jaemin solta um suspiro profundo e sente-se sucumbir à sonolência. Ele não sente nada além de puro sono enquanto afunda lentamente de volta ao estado de sono.

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