Depois - Capítulo 36

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São Paulo, dezembro de 2018


Alanis

O ano passou voando!

Comecei 2018 em Dublin e agora estou no Brasil tocando meu próprio negócio!

O natal está próximo e estou trabalhando na reforma dos fundos do restaurante da família do Renan. Um lugar imenso para aumentar o espaço da cozinha. As vezes acho que vai ser impossível conseguir dar conta, mas apesar da insegurança, estou amando esse desafio.

Comando tudo sozinha. Faço as projeções, maquetes, contrato engenheiro, vou atrás da parte burocrática, pedreiros, material de trabalho, tudo mesmo. Quando o dia termina estou completamente exausta, mas é gratificante.

As vezes conto com a ajuda do Guilherme, mas nas últimas semanas ele também anda ocupado organizando o festival de bandas que vai acontecer neste fim de semana.

Preciso contratar alguém pra me ajudar, mas nem tempo de ir atrás disso eu tenho.

- Alanis! – reconheço a voz da Samira me chamando de longe.

- Oi! Estou aqui nos fundos, pode entrar.

Minha amiga chega até onde estou, passando por tijolos, cimento, equipamentos e muita poeira.

- Caramba, que bagunça! – ela diz batendo as mãos depois de encostar numa parede e se sujar.

- Me ajuda aqui, rapidinho. – subo as escadas pra tirar o comprimento de um azulejo. – segura aqui pra eu não cair.

Imediatamente ela segura as laterais da pequena escada, tiro as medidas que preciso e logo desço.

- Obrigada. – digo ao descer. – então, a que devo a honra dessa ilustre visita?

- Fala como se eu nunca viesse aqui.

- Mas nunca vem mesmo.

- É que pode atacar minha rinite.

- Samira, que rinite?!

- A que eu posso vir a ter se ficar no meio desse pó todo.

- Tenha dó! – reviro os olhos rindo. – sério, o que faz aqui?

- Vim te sequestrar por algumas horinhas.

- Não posso sair, Sami. Preciso agilizar essa obra.

- Já falei com o Renan e por ele tudo bem você se ausentar, e na hora do almoço ele vai trazer lasanha pra comermos aqui mesmo.

- Não posso deixar os pedreiros sozinhos, Samira!

- Pode sim. Tem um mestre de obras, não?

- Sim, mas...

- Quem é? - ela me interrompe.

- Aquele ali com o capacete amarelo.

Samira caminha até o homem e eu a acompanho já imaginando o que essa doida vai fazer.

- Com licença moço, o senhor o mestre de obras, né?

- Sim, sou eu. – ele responde me olhando sem entender nada.

- Ótimo, preciso da Alanis pra fazer um serviço urgente e o senhor vai ficar responsável por tudo aqui até ela voltar, tudo bem?

- Eu...

- Ótimo! – ela nem deixa o homem responder. – se fizer alguma besteira, será descontado do seu salário então preste atenção em cada detalhe, estamos conversados? Sei que estamos. Foi ótimo conversar com o senhor, vamos Alanis! Vá pegar sua bolsa, te espero ali fora.

Meu garoto do violãoOnde histórias criam vida. Descubra agora