Depois - Capítulo 24

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São Paulo, maio de 2018


Alanis

O trabalho na obra está quase concluído, então tenho mais tempo livre. Não tanto quanto gostaria, mas pelo menos aos domingo estou de folga.

Hoje é sábado e eu não vejo a hora de dar o meu horário para ir pra casa, me jogar no sofá e só sair de lá segunda.

Ah é, minha mãe ainda não terminou de tirar as tralhas do meu quarto e ainda estou dormindo no sofá.

Além do projeto do terreno da fábrica falida, estamos com outros três projetos pré-aprovados e Érico me ajuda com as maquetes eletrônicas.

- Acho que por hoje concluímos. Os detalhes eu termino em casa e depois marcamos a apresentação com o cliente.

- Claro, por mim está ótimo! – sorrio.

Assim que ele sai da minha sala, Fernando entra.

- Vejo que já está de saída.

- Finalmente.

- O que vai fazer hoje a noite?

- Dormir! – digo e ele ri.

- Você não aceitaria jantar comigo?

Agora ele me pegou de surpresa. Ok, nem tanto.

Nas últimas semanas ele tem demonstrado interesse em mim. As vezes me dá carona até em casa e as vezes deixa bombons e uma flor na minha mesa.

Sei que é uma péssima ideia, afinal de contas o cara é meu chefe! Isso não pegaria bem pra mim, mas a verdade é que eu estou cansada de ficar pensando no Guilherme. E as poucas vezes que me dei oportunidade de ficar com alguém, não consegui prosseguir por causa dele.

Cansei disso.

Fernando é bonito, educado e parece ser um ótimo homem. Por que não dar uma chance?

- Tipo um encontro? - pergunto.

- Entenda como quiser. – ele sorri.

- Ok, me pega umas 20h?

- Pode deixar.

Adeus meu descanso no sofá de casa.

Saio da construtora no meio da tarde e encontro com a minha mãe na avenida paulista para darmos uma volta no shopping.

Passo numa loja e compro um vestido para usar hoje a noite. Tô cansada das minhas roupas e faz anos que não compro um vestidinho.

- Então, vai sair com o seu chefe?

- Sim, mas é só um jantar, mãe. – respondo olhando no espelho da loja se o vestido ficou bom. – acho que é esse mesmo.

Opto por um vestido preto curto transpassado com alça dupla. É simples e apropriado.

Antes de irmos embora, passamos na praça de alimentação e fazemos um lanche.

- Não vai comer? - minha mãe diz segurando sua bandeja de fast food.

- Vou ficar só no sorvete mesmo. Preciso guardar espaço pro jantar.

- Ah, é mesmo. O jantar com o chefe.

- Do jeito que a senhora fala parece tão errado...

- E você acha certo?

- Não vejo nada demais. É só um jantar!

- Então tá. Como você está se sentindo aqui no Brasil?

- Estou me sentindo aliviada por estar em casa, meu trabalho me distrai muito e estar com vocês e a Samira me faz bem.

Meu garoto do violãoOnde histórias criam vida. Descubra agora