Depois - Capítulo 35

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São Paulo, novembro de 2018


Alanis

- O que está fazendo aqui?

- Vamos dar uma volta. 

- Eu não vou pra lugar nenhum com você, Fernando.

- Vai sim. – ele pega no meu braço com força.

- Para, você está me machucando! - tento me soltar, mas ele me segura com força.

- Solta ela agora! – Guilherme diz correndo entre os carros que passam na rua.

Fernando me olha com fúria, mas não larga meu braço.

- Solta ela, você não está me escutando?! – Guilherme fala alto, chamando a atenção das pessoas. – Solta agora a Alanis!

Fernando larga meu braço e Guilherme acerta um soco em seu rosto.

- Nunca mais encosta um dedo nela, seu doente!

- Vocês me pagam, é sério! – Fernando diz se afastando com um sorriso debochado enquanto escorre sangue de seu nariz.

Guilherme me abraça forte.

Estou tremendo, sinto meu coração acelerar e não consigo esboçar nenhuma reação.

- Está tudo bem, estou com você. – ele sussurra ao me embalar em seus braços.

- O que aconteceu? - Samira chega correndo com Renan. – Alanis, você está bem?

- Estou, o Fernando apareceu... – começo a chorar. – ele queria me levar a força.

- Ainda bem que o Gui estava aqui. – Renan comenta. – vamos embora.

- Vou só desligar tudo lá dentro e já vou. – Guilherme diz, mas não consigo soltá-lo. – quer vir comigo? - ele fala acarinhando meu ombro

- Sim...

- Tudo bem, vamos.

- Vou pagar o que comemos e estacionar o carro ali na frente. – Renan fala e nós atravessamos a rua.

Guilherme dispersa as pessoas avisando que vai fechar tudo e entro com ele.

Caminhamos até os fundos do local, e o vazio me assusta. Parece que a qualquer momento o Fernando vai aparecer.

Sei que preciso me soltar de Guilherme, mas não consigo. Não sei o que acontece comigo.

Ele caminha com dificuldade, tentando fechar as portas e apagar as luzes mesmo comigo agarrada em sua cintura, mas em nenhum momento ele pede para que eu lhe solte.

- Pronto. – ele diz fazendo um breve carinho em meu braço. – vamos.

Ao sair, ele tranca com cadeado e ativa o alarme da casa de shows.

Caminhamos até o carro de Renan que nos espera.

Durante o caminho ninguém fala nada. O clima está tenso e me sinto culpada. Renan até coloca uma música animada, mas estou tão transtornada que não consigo prestar atenção.

Ele estaciona num lugar que não conheço. Quando olho ao redor, vejo que estamos numa delegacia.

- Por que estamos aqui? - pergunto confusa.

Guilherme e Samira se olham enquanto não entendo nada. Não sei o que querem de mim.

- Alanis, você precisa denunciar o Fernando. – minha amiga diz com receio.

Meu garoto do violãoOnde histórias criam vida. Descubra agora