Antes - Capítulo 4

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São Paulo, setembro de 2007


Alanis

Só faz um mês que as aulas voltaram e já estou em época de provas. Eu definitivamente não vejo a hora de terminar o colégio!

Estou no meio da aula de história quando recebo uma sms:

"Gui:

Posso te buscar hoje? Preciso falar com você, é importante!"

Fico apreensiva por um instante. O que será que é tão importante?

Nós combinamos dele me esperar em frente o bar todos os dias, entendendo que eu ainda não me sinto segura em mostrar pra todo mundo que namoro, mas estou tão curiosa que respondo a mensagem afirmando que ele pode vir.

Não sei com o que estou mais nervosa, com a vinda dele ou com essa coisa importante que ele mencionou.

- Alanis, você pode responder a questão sete? - pergunta minha professora claramente chamando minha atenção por causa do celular.

- A sete? É claro... Eu... A sete! – dou uma risadinha e começo a procurar a resposta da questão.

Graças a deus o sinal toca antes que eu responda.

- Salva dessa vez, mocinha! – diz a professora. – Lembrando que celular é proibido na escola!

- Eu sei professora, desculpa.

- Lembrando que celular é proibido na escola! – Samira faz uma voz fina, imitando a professora.

- Eu vi isso, dona Samira!

- Brincadeirinha, prô!

Saímos logo da sala, antes que a professora resolvesse nos levar pra diretoria e andamos até a saída, olho em volta, mas não vejo Guilherme, então resolvo ligar.

- Gui? Eu já saí, onde você está?

- Tô atrás da árvore, à sua direita. – olho pra onde ele diz e o vejo acenando pra mim.

- Bobo, vem até aqui!

- Tem certeza?

- Absoluta. – e desligo na cara dele, coitado.

- Amiga eu vou embora logo, não quero ficar de vela e preciso estudar muito pra prova de amanhã! Tô muito ferrada. – diz Samira se despedindo.

Guilherme se aproxima com certo receio, já que todo mundo do colégio está em volta. Quando chega perto de mim eu o abraço, e percebo os olhares pra gente.

Que droga, por que não tomam conta da própria vida?

- Agora eu entendi porque você tem vergonha, que galera estranha! – ele sussurra no meu ouvido, rindo.

- Besta! – dou um belisco em seu braço. – o que tem de importante pra me falar? Tô curiosa!

- Então... É que a banda vai abrir o show do Hateen no Hangar 110 no fim do mês!

- O que? - me jogo em seus braços e o beijo sem me importar com quem está em volta. – ai meu deus, amor! Tô muito feliz por você!!!! – sorrio e volto a beijá-lo.

Nosso beijo empolgado e duradouro chama a atenção dos meus colegas, quando nos demos conta, todos estão cochichando, mas não ligo, estou feliz pelo meu namorado!

- Acho que estão falando da gente... – ele cochicha no meu ouvido.

- Não me importo. – seguro seu rosto. – você vai tocar no Hangar 110, tô orgulhosa! – dou um selinho demorado e o abraço forte.

Meu garoto do violãoOnde histórias criam vida. Descubra agora