São Paulo, novembro de 2018
Alanis
Depois de me livrar do encosto que era trabalhar com o Fernando, estou focada em abrir meu próprio negócio, ou melhor, minha própria construtora.
Ainda é um sonho distante, mas vou chegar lá.
Meu pai cedeu o quarto dos fundos onde ele guardava suas bagunças pra que eu monte meu escritório e estou contanto com a ajuda de Guilherme, Samira e Renan para deixar tudo pronto o mais rápido possível.
Estou dando continuidade nos projetos com os clientes que me escolheram para prosseguir com suas obras e por isso meu quarto está uma bagunça!
- Alanis, precisamos terminar logo seu escritório. – Samira diz procurando um lugar pra se sentar em meio as maquetes e peças que uso para montá-las.
- Eu sei, acho que amanhã vou estar mais sossegada e vou poder me dedicar a arrumar tudo.
- E o Guilherme?
- O que tem ele?
- Ele vem te ajudar amanhã?
- Vem, por quê?
- Por nada. – ela ri. – não vou poder vir, desculpa. Minha mãe quer fazer compras e exigiu que eu fosse junto. E o Renan vai me acompanhar pra eu não morrer de tédio.
- Sei, Samira. – levanto a sobrancelha.
- Que cara é essa? Tá achando que quero deixar você sozinha com o Guilherme? Que absurdo, Alanis!
- Te conheço, Samira Duarte, te conheço! – dou risada.
Minha amiga não faz a menor questão de esconder que quer ver Guilherme e eu juntos novamente, e até acho engraçado tudo isso porque até um tempo atrás ela não gostava dessa ideia. Só que ao mesmo tempo dói. Ele é casado, tem uma família e só está sendo um bom amigo.
As vezes acho que ele só está agindo assim por remorso de ter ido embora e eu ter ficado tão mal.
De qualquer maneira, não posso alimentar esperanças.
Depois de uma tarde inteira fazendo maquetes tentando deixar tudo perfeito pros clientes, faço uma pausa pra comer e quando desço as escadas escuto a voz de Guilherme e não evito o sorriso.
- Oi! O que faz aqui? - digo ao vê-lo na cozinha com a minha mãe.
- Seu pai me chamou pra assistir WWE.
- Você gosta dessas coisas?
- Assumo que sim. – ele ri.
- O Gui está me ajudando a fazer uns mini-hambúrgueres que seu pai inventou. – minha mãe explica revirando os olhos.
- Por que ele mesmo não faz?
- Seu pai é uma caixinha de surpresas na cozinha, prefiro não arriscar.
- Ela tem razão. – Guilherme concorda.
Vou até a geladeira e pego um iogurte. Fico olhando minha mãe ensinar o Guilherme a como deixar a carne no ponto certo de fritura e fico aliviada ao vê-los tão bem novamente.
Sento-me na mesa tomando o iogurte e continuo a observá-los.
- Não vai nos ajudar, Alanis?! – minha mãe pergunta perplexa.
- Só desci pra tomar meu iogurte, essa bagunça é de vocês!
- Ótimo, não tem mini-hambúrguer pra você!
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Meu garoto do violão
RomansaAlanis é uma garota estudiosa e dedicada. Apaixonada por música, filmes e revistas adolescentes, jamais imaginou conhecer Guilherme, um cara gente boa que tem como paixão tocar seu violão. Dois adolescentes descobrindo juntos o amor, mas a vida adul...