Depois - Capítulo 33

99 17 90
                                    

São Paulo, novembro de 2018


Alanis

Depois de me livrar do encosto que era trabalhar com o Fernando, estou focada em abrir meu próprio negócio, ou melhor, minha própria construtora.

Ainda é um sonho distante, mas vou chegar lá.

Meu pai cedeu o quarto dos fundos onde ele guardava suas bagunças pra que eu monte meu escritório e estou contanto com a ajuda de Guilherme, Samira e Renan para deixar tudo pronto o mais rápido possível.

Estou dando continuidade nos projetos com os clientes que me escolheram para prosseguir com suas obras e por isso meu quarto está uma bagunça!

- Alanis, precisamos terminar logo seu escritório. – Samira diz procurando um lugar pra se sentar em meio as maquetes e peças que uso para montá-las.

- Eu sei, acho que amanhã vou estar mais sossegada e vou poder me dedicar a arrumar tudo.

- E o Guilherme?

- O que tem ele?

- Ele vem te ajudar amanhã?

- Vem, por quê?

- Por nada. – ela ri. – não vou poder vir, desculpa. Minha mãe quer fazer compras e exigiu que eu fosse junto. E o Renan vai me acompanhar pra eu não morrer de tédio.

- Sei, Samira. – levanto a sobrancelha.

- Que cara é essa? Tá achando que quero deixar você sozinha com o Guilherme? Que absurdo, Alanis!

- Te conheço, Samira Duarte, te conheço! – dou risada.

Minha amiga não faz a menor questão de esconder que quer ver Guilherme e eu juntos novamente, e até acho engraçado tudo isso porque até um tempo atrás ela não gostava dessa ideia. Só que ao mesmo tempo dói. Ele é casado, tem uma família e só está sendo um bom amigo.

As vezes acho que ele só está agindo assim por remorso de ter ido embora e eu ter ficado tão mal.

De qualquer maneira, não posso alimentar esperanças.

Depois de uma tarde inteira fazendo maquetes tentando deixar tudo perfeito pros clientes, faço uma pausa pra comer e quando desço as escadas escuto a voz de Guilherme e não evito o sorriso.

- Oi! O que faz aqui? - digo ao vê-lo na cozinha com a minha mãe.

- Seu pai me chamou pra assistir WWE.

- Você gosta dessas coisas?

- Assumo que sim. – ele ri.

- O Gui está me ajudando a fazer uns mini-hambúrgueres que seu pai inventou. – minha mãe explica revirando os olhos.

- Por que ele mesmo não faz?

- Seu pai é uma caixinha de surpresas na cozinha, prefiro não arriscar.

- Ela tem razão. – Guilherme concorda.

Vou até a geladeira e pego um iogurte. Fico olhando minha mãe ensinar o Guilherme a como deixar a carne no ponto certo de fritura e fico aliviada ao vê-los tão bem novamente.

Sento-me na mesa tomando o iogurte e continuo a observá-los.

- Não vai nos ajudar, Alanis?! – minha mãe pergunta perplexa.

- Só desci pra tomar meu iogurte, essa bagunça é de vocês!

- Ótimo, não tem mini-hambúrguer pra você!

Meu garoto do violãoOnde histórias criam vida. Descubra agora