Depois - Capítulo 27

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São Paulo, julho de 2018


Alanis

- Amor? Está na hora de acordar. – ouço um sussurro no meu ouvido.

- Quê? Que horas são? - levanto a cabeça um pouco desnorteada.

- São quase 12h.

- Caramba, perdi a hora! – levanto e saio correndo para o banheiro para me trocar.

- Não se preocupe com isso, eu sou o chefe, esqueceu?

Namorar o próprio chefe tem lá suas vantagens, mas não gosto de abusar disso.

No dia que Guilherme me disse que é casado e que tem um filho, saí da casa da Samira e liguei pra Fernando me encontrar.

Naquela noite nós ficamos juntos, e desde então estamos namorando.

Não sei se foi a decisão certa, mas aquele dia serviu pra eu cair em si e perceber que não posso mais esperar por alguém que não esperou por mim.

Chega de Guilherme.

Não nos falamos mais. Bloqueei seu número e me afastei das redes sociais caso ele tente me encontrar.

Pelo menos ele respeitou meu espaço e não apareceu na minha casa. Não quando estou lá, porque sei que meu pai o chama as vezes.

Durante esses dois meses, Fernando tem sido ótimo pra mim.

Saímos sempre que podemos, conversamos muito, e ele faz de tudo pra me ver bem.

É disso que eu preciso.

Como as crianças estão de férias, estamos trabalhando arduamente na reforma da escola, pra quando as aulas voltarem estar tudo arrumado.

Passo o dia todo na escola, e no fim do dia meu namorado me leva em casa e sempre acaba jantando por lá.

- O que tem pra janta hoje, pai? - pergunto quando chegamos.

- Macarronada. – ele responde sério.

- O Fernando não come, será que tem outra coisa?

- Posso comer massa de vez em quando, não tem problema. – ele diz.

- Ah, desculpa. É que tenho um convidado hoje e ele adora.

- Convidado? - levanto e vou até a cozinha. – que papo é esse de convidado, pai?

- Ué, você pode trazer esse cara estranho pra cá todos os dias e eu num posso trazer um convidado de vez em quando?

- Que convidado é esse?

Já imagino quem seja.

A campainha toca e eu vou atender, mas Fernando passa na minha frente e abre o portão.

- Puta merda, eu mato meu pai. – sussurro pra mim mesma ao ver que é Guilherme.

- Chega mais, Gui! – meu pai aparece. – pode entrar, fique a vontade.

- Valeu... Acho que eu cheguei em má hora, melhor eu voltar outro dia. – ele comenta sem graça.

- Pois é. – Fernando diz e lhe dou um belisco.

- De jeito nenhum! Fiz macarronada e tentei fazer aquele pudim da Carla que você adora! Não vai me fazer essa desfeita.

- Tá, então eu fico. – ele sorri e entra com o meu pai.

Eles vão pra cozinha e eu fico na sala com Fernando.

Mais constrangedor que isso só se a esposa do Guilherme aparecer.

Meu garoto do violãoOnde histórias criam vida. Descubra agora