São Paulo, julho de 2018
Alanis
- Amor? Está na hora de acordar. – ouço um sussurro no meu ouvido.
- Quê? Que horas são? - levanto a cabeça um pouco desnorteada.
- São quase 12h.
- Caramba, perdi a hora! – levanto e saio correndo para o banheiro para me trocar.
- Não se preocupe com isso, eu sou o chefe, esqueceu?
Namorar o próprio chefe tem lá suas vantagens, mas não gosto de abusar disso.
No dia que Guilherme me disse que é casado e que tem um filho, saí da casa da Samira e liguei pra Fernando me encontrar.
Naquela noite nós ficamos juntos, e desde então estamos namorando.
Não sei se foi a decisão certa, mas aquele dia serviu pra eu cair em si e perceber que não posso mais esperar por alguém que não esperou por mim.
Chega de Guilherme.
Não nos falamos mais. Bloqueei seu número e me afastei das redes sociais caso ele tente me encontrar.
Pelo menos ele respeitou meu espaço e não apareceu na minha casa. Não quando estou lá, porque sei que meu pai o chama as vezes.
Durante esses dois meses, Fernando tem sido ótimo pra mim.
Saímos sempre que podemos, conversamos muito, e ele faz de tudo pra me ver bem.
É disso que eu preciso.
Como as crianças estão de férias, estamos trabalhando arduamente na reforma da escola, pra quando as aulas voltarem estar tudo arrumado.
Passo o dia todo na escola, e no fim do dia meu namorado me leva em casa e sempre acaba jantando por lá.
- O que tem pra janta hoje, pai? - pergunto quando chegamos.
- Macarronada. – ele responde sério.
- O Fernando não come, será que tem outra coisa?
- Posso comer massa de vez em quando, não tem problema. – ele diz.
- Ah, desculpa. É que tenho um convidado hoje e ele adora.
- Convidado? - levanto e vou até a cozinha. – que papo é esse de convidado, pai?
- Ué, você pode trazer esse cara estranho pra cá todos os dias e eu num posso trazer um convidado de vez em quando?
- Que convidado é esse?
Já imagino quem seja.
A campainha toca e eu vou atender, mas Fernando passa na minha frente e abre o portão.
- Puta merda, eu mato meu pai. – sussurro pra mim mesma ao ver que é Guilherme.
- Chega mais, Gui! – meu pai aparece. – pode entrar, fique a vontade.
- Valeu... Acho que eu cheguei em má hora, melhor eu voltar outro dia. – ele comenta sem graça.
- Pois é. – Fernando diz e lhe dou um belisco.
- De jeito nenhum! Fiz macarronada e tentei fazer aquele pudim da Carla que você adora! Não vai me fazer essa desfeita.
- Tá, então eu fico. – ele sorri e entra com o meu pai.
Eles vão pra cozinha e eu fico na sala com Fernando.
Mais constrangedor que isso só se a esposa do Guilherme aparecer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu garoto do violão
RomansaAlanis é uma garota estudiosa e dedicada. Apaixonada por música, filmes e revistas adolescentes, jamais imaginou conhecer Guilherme, um cara gente boa que tem como paixão tocar seu violão. Dois adolescentes descobrindo juntos o amor, mas a vida adul...