Capítulo quatro

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"As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem"

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"As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem"

Desde que cheguei em  São Paulo, a semana passou voando. Gabriel trabalhando, e eu atrás de um emprego, não é fácil achar um trabalho para mim nesta cidade, mas aí vocês me perguntam "Nossa Amanda, mas porquê?" Duas palavras: minha família.

Eles têm contatos com quase todas as empresas de São Paulo por conta dos negócios, e caso eu chegue em uma das empresas de algum amigo do meu pai pedindo um emprego, o que vocês acham que aconteceria? Lá no Rio foi a mesma luta, mas aqui é bem mais difícil, já que a sede da empresa é aqui, se eu aparecesse em uma dessas empresas, não demoraria nem 10 minutos para os meus pais saberem que voltei, e cá entre nós, eu não quero que ninguém saiba que estou aqui, estou até imaginando o inferno que seria se eles descobrissem que voltei, Deus me livre.

Gabriel trabalha em uma empresa de roupa onde ele é o estilista, devo admitir que o filho da puta trabalha bem, eu particularmente amo os trabalhos dele e tenho certeza que logo ele criará aqueles looks bafônicos que o mundo todo ficará babando sabe? Mas pelo que ele me fala a maré não tá boa para o lado dele não, o chefe dele está com necessidade de looks bons, e digamos que o Gabriel não está nada "criativo", nesses últimos tempos.

Diz ele que é de momento, mas algo me diz que tem algo a mais e eu descobrirei, ah se vou! Eu já estou tomada banho, casinha limpa minha série na tv. Prontinha para o final de semana, ou pelo menos foi o que eu pensei antes do Gabriel chegar em casa quase quebrando a porta.

— Mas que Caralho você tá fazendo?

— Eu já falei que odeio essa porta? — Falou tentando trancar a mesma — Quer saber? Fodase! Vai ficar aberta — Jogou a chave em cima da mesa e foi em direção ao banheiro.

Eu nunca vi o Biel assim, o que será que aconteceu? Espero ele sair do banho para ir atrás dele, o encontro no quarto dele sentado na cama, olhando para o vazio.

— Tá tudo bem? O que aconteceu? — Me sento do lado dele.

— Desculpa pela forma como te tratei, esse negócio do trabalho me estressa. Eu sempre dei meu melhor para estar onde estou Amanda, você sabe, crescemos juntos,  sabe como foi difícil conseguir um emprego desses por conta de tanto preconceito nessa merda de país, e agora eu simplesmente não tô conseguindo ter ideias — Ele bate na cabeça — Nada — Bate de novo — Nenhuma, tá vendo?

  Ele estava querendo chorar e aquilo me deixou triste demais, cortou o meu coração.

— Olha Biel, se nada der certo no seu emprego vou estar aqui com você, tenho um dinheiro guardado, você sabe, e eu também tô atrás de um emprego, tenho certeza que logo conseguirei e vamos seguir tudo bem... Eu tô aqui com você ...

  Abracei ele e ficamos uns minutos assim, até que eu pensei em uma coisa que poderia animar ele.

— Eu estava pensando, estou precisando de umas roupas, sapatos, lingeries, e quem melhor que meu melhor amigo para ir comigo no 'shopping' me ajudar nessa missão?

— A não sei não Amanda, tô um desastre em relação à roupa vou te deixar igual uma palhaça.

— Mas do que eu já fui com o Lucas? Duvido muito, levanta essa bunda daí e vamos logo, confio em você de olhos fechados, sabe disso.

Ele me olhou por um tempo, pensou e se levantou, eu pude ver um olhar um pouco mais alegre, graças a Deus.

Fui para o meu quarto trocar minha roupa, aliás não dá para ir de pijama para o shopping da cidade né. Depois de trocada peguei meu telefone e liguei para ele.

— Oi, sou eu, código: 5654.

— Olá código 5654, está em São Paulo?

— Estou, como está minha segurança?

— Tudo indo perfeitamente bem nos últimos dias, sem novidades, do que precisa?

— Preciso que transfira 50mil reais para minha conta bancária, tire daquele dinheiro. E qualquer novidade me avise, meus pais não podem sonhar aonde estou, entendido?

— Sim senhora. — Desligo.

Chego minha conta do Banco e está tudo ok, tenho 50 mil para gastar, óbvio que não gastarei tudo, só uma porcentagem, e o restante do dinheiro eu guardarei em caso de emergência, nunca gostei de mexer naquele dinheiro mesmo que eu tenha "trabalhado" para aquilo.


Eu e o Biel entramos em todas as lojas do shopping, compramos umas coisinhas, maquiagens e só, foi bom que consegui distraí-lo um pouco.

— Se eu fosse ao Brás, teria economizado muito mais — Digo enquanto olho o cardápio do MCDonald.

— Mas no Brás não tem tecido bom, muito menos essas lingeries de algodão que são divinas.

— Duvido muito que não, hoje as réplicas estão deixando os originais no chinelo.

— Amanda! Você é um gênio — Ele me olha com os olhos arregalados e um sorriso enorme, batendo palmas que nem um louco. — É isso!

— É isso o quê? Você tá louco? — Olho em volta e muitas pessoas nos olham.

— Eu não preciso necessariamente criar algo novo, só preciso melhorar o que já foi criado, e você — Disse apontando para mim todo elétrico — Será minha cobaia.

— Ahh não, não não, não, sabe que não gosto dessas coisas de moda...

— Você não tem que querer querida.

Nos sentamos enquanto esperávamos nossos pedidos, e o Gabriel tagarelava sobre as ideias brilhantes, que, de acordo com ele, eu dei a ele. Comemos nossos lanches, e no estacionamento do shopping, escuto uma voz familiar, me viro para ver quem é, e eu não acredito!

— Joyce? — Digo indo até à mulher que me chamou.

— Em carne e osso mulher, pensei que era um fantasma ou delírio da minha cabeça quando te vi — Me puxou para um abraço — Quantos anos? 10 anos faz que perdemos o contato?

— Desde quando você foi para a Europa sua mocreia.

— E quando voltei, você fugiu para Londres, vagabunda safada. — Dei risada — Me conta como tá o noivado? Fiquei sabendo pelo Biel... — Disse procurando supostamente o Lucas e dando de cara com o Gabriel — Gabriel? A porra! Que bom! Nós juntos de novo!

  Logo na faculdade conhecemos Joyce e ela se tornou nossa melhor amiga, éramos praticamente inseparáveis: eu, Joyce, Marcos e Gabriel. Joyce sempre foi uma pessoa esplêndida não se importava com dinheiro, apenas queria cuidar dos outros e ser médica cirurgiã. Eu me orgulho muito dela, assim como me orgulho do Gabriel.

— Mulher você tá um babado de arraso, deveria ser um crime você sair linda desse jeito, olha esses cachos — Disse abraçando ela e mexendo nos seus cabelos.

— Você sabe que odeio que mexam no meu cabelo né? Mas enfim gente, pelo amor de Deus vamos sair hoje mesmo para o papo em dia, tenho tanto pra contar.

— Acho melhor não, o Gabriel não...

— Vamos! Vai abrir uma boate de uns amigos meus, podem conseguir ingressos vip 's — Disse o Gabriel me cortando — Hoje a noite promete. — Disse empolgado.

  Me subiu um frio na espinha, nos 3 juntos após tanto tempo, coisa boa que não dará, ou dará? E minha segurança estará comprometida... santo Deus não tenho um minuto de paz

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𝓕𝓲𝓸 𝓿𝓮𝓻𝓶𝓮𝓵𝓱𝓸 - 𝓞 𝓹𝓪𝓼𝓼𝓪𝓭𝓸Onde histórias criam vida. Descubra agora