O Gato Preto

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Boa Leitura ❤

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O relógio despertou pontualmente as 6:00 horas da manhã porém, eu não havia conseguido dormir direito naquela noite. Revirei-me sobre o colchão macio diversas vezes, bagunçando o lençol azul escuro com pequenas conchas bordadas em tons de degradê que iam do branco ao rosa bebê.

Olhei no pequeno calendário pendurado na parede e vi o círculo vermelho marcando a data de hoje. Era o aniversário da minha mãe e eu passaria mais um ano sem sua companhia. Respirei fundo engolindo o choro, mesmo depois de anos da sua morte, eu ainda não havia aprendido a me acostumar com sua ausência e talvez isso nunca iria acontecer.

Levantei da cama e puxei as cortinas de tecido pesado e escuro, deixando que os primeiros raios de sol atravessar o vidro da porta de correr que dava para a pequena sacada que havia em meu quarto. Sobre a poltrona de leitura, Teddy, meu ursinho me encarava como fazia todas as manhãs.

Ele havia sido meu melhor amigo desde criança, Teddy fora um presente do meu pai, olhar para ele me trazia lembranças tanto felizes quanto tristes, porém, mesmo com o passar dos anos, nunca tive a coragem de desfazer da pelúcia.

— Mais um dia sem ela Teddy! - falo desviando o olhar o ursinho com um tapa olho de pirata e jaqueta de couro.

Empurrei a porta do guarda roupas e peguei as primeiras peças que vi na frente. Uma calça jeans de lavagem escura com um rasgos nos joelhos e uma blusa de mangas cumpridas sem nenhuma estampa. Na primeira gaveta, o conjunto de lingerie azul marinho me esperava prontamente na frente dos outros.

Caminhei até o banheiro que havia em meu quarto e despi meu pijama simples com patinhas de cachorro estampados. Os jatos de água morna caíram sobre minha pele causando um arrepio gostoso. Eram essas pequenas coisas no dia a dia que me faziam seguir em frente.

A saudade apertou-me o peito, era nessa hora que minha mãe costumava vir me acordar quando criança. De olhos fechados embaixo da água, jurei ouvir seus passos e as batidas leves na porta. Mordi os lábios já trêmulos por causa do choro presente. Eu havia crescido bem sozinha, foram 9 anos aprendendo a me virar, sem ninguém para fazer nada por mim.

Respirei fundo deixando que as lágrimas fossem levadas pela água que ainda caía sobre mim e terminei meu banho, não queria me atrasar, hoje eu teria uma palestra importante na Universidade. Danzou da Konoha Tecnologic iria apresentar um pouco dos trabalhos realizados na empresa e seria um sonho conseguir um estágio lá dentro.

Desliguei o chuveiro e enrolei meu corpo na toalha. Ao longe, pude ouvir meu celular apitando, provavelmente já era 6:30h. Enquanto penteava os cabelos úmidos, escovava os dentes encarando meu reflexo ainda turvo graças ao vapor do chuveiro.

Peguei a mochila que havia deixado largada ao lado da cama e a joguei nas costas. Deixei o quarto as pressas já colocando o celular no modo silencioso, eu sempre esquecia de fazer isso antes da aula começar. Desci as escadas correndo e parei em frente ao quadro grande sobre a lareira na sala de estar. O rosto dos meus pais estavam felizes e aquilo me trazia paz.

— Mãe, Pai...Continuem me protegendo - falei em frente ao quadro, era um hábito desde a o dia em que eles foram tirados de mim - Até mais tarde.

Tranquei a porta da casa e guardei a chave no bolso, deixando apenas o pequeno chaveiro de gatinho aparecendo. A rua estava deserta e o vento fresco trazia consigo o cheiro de flores que vinham direto do Jardim Konoha, um dos meus lugares favoritos na Vila.

Eu passava em frente a ele todas as manhas quando ia para a Universidade e aos fins se tarde, quando voltava do meu trabalho de meio período no Konoha Pet. Kiba era um cara legal e um grande amigo, me ajudou muito a ocupar minha cabeça depois do acidente dos meus pais.

Não Me Deixe (Itachi)Onde histórias criam vida. Descubra agora