Alfinetadas

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Itachi me deixou na porta da empresa e eu encarei o prédio a minha frente com um certo pavor. Antes dele dar partida na moto, fez questão de me dar um selinho de despedida, o que me deixou envergonhada pois haviam pessoas transitando por ali.

Segurei o cartão assinado por entre os dedos e respirei fundo antes de passar pelas portas de vidro escuro. O ar estava frio ali dentro e meu corpo estremeceu mas, talvez não fosse só por esse motivo. Parado na recepção, estava Danzou assinando alguns papéis e ao seu lado estava Sakura.

— Bom dia Srta. Mukami - Danzou me cumprimentou estendendo a mão ostentando um relógio caro preso ao pulso - Você é tão pontual como seu pai.

— Obrigada - aperto sua mão e um arrepio estranho me subiu pela espinha - A propósito, bom dia.

— Sakura, mostre a empresa a ela e espero vocês na sala de reunião, quero que vejam como as coisas funcionam - Danzou falou voltando sua atenção a mais papéis que estavam sobre o balcão.

— Claro senhor - a rosada respondeu com um sorriso e eu percebi ser forçado - Por aqui.

Segui a rosada até o elevador e ela apertou um botão com a letra "S", deveria ser o subterrâneo. Sakura esperava as portas se fecharem e pela batida constante do salto, torcia para que ninguém entregasse a sua chance de ficar sozinha ali dentro comigo.

Notei as pessoas andando de um lado para o outro até as portas começarem a se fechar. Cruzei os braços e esperei pela alfinetada da garota ao meu lado, Sakura estourou uma bola de chiclete e me olhou com indiferença mas um sorriso se formou em seus lábios melados de gloss.

— Sabe, eu não te vi na festa em Sunagakure - a alfinetada veio mais rápido que um raio - E também não te vi no ônibus.

— Você também não viu o Itachi - sorrio vendo as portas se abrirem - Qual foi a desculpa que ele te deu?

O sorriso que a rosada ostentava sumiu e ela saiu do elevador batendo os saltos no piso de linóleo escuro. Estávamos no laboratório da empresa, onde faziam vários equipamentos tecnológicos e estudos relacionados a fármacos e medicina.

Em uma ala, havia tantos equipamentos de ponta e uma equipe trabalhando duro em um projeto de nanotecnologia. Fiquei encantada mas ao mesmo tempo fiquei emotiva por saber que meu pai deu a vida por isso, literalmente.

Passamos por uma ala de caldeiras e depois um deposito. Voltamos para o elevador e mais uma vez estava sozinha com a rosada. Sakura apertou o botão do quinto andar e esperamos a porta se fechar.

— Estava insinuando que ficou com o Itachi naquela noite? - ela perguntou impaciente e parecia que saía faísca de seus olhos verdes.

— Não, afinal de contas Itachi não ficaria comigo, não é? - digo com ironia - Achei que ele já tivesse deixado isso bem claro. Como ele mesmo disse, não sou atraente aos olhos dele.

— Ainda bem que você sabe - Sakura sorriu trocando o peso do corpo para sua perna direita.

— Então não tem com o que se preocupar - digo mordendo o lábio me lembrando da noite passada - Você se garante não é, Sakura?

As portas do elevador se abriram e eu saí deixando Sakura para trás com cara de poucos amigos. Seus saltos bateram mais uma vez contra o piso e ela passou por mim apertando o crachá pendurado no pescoço. Ela me mostrou as salas dos estagiários, o refeitório e por último o corredor com a sala do CEO.

— Yumi? - ouvi meu nome ser chamado e me virei dando de cara com Fugaku - Você não ia estar aqui sábado?

— Olá Sr.Uchiha - me curvo rapidamente - O Sr. Danzou me convidou para vir hoje.

Não Me Deixe (Itachi)Onde histórias criam vida. Descubra agora