Lágrimas

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Itachi pareceu surpreso porém não esperei pela resposta, voltei a andar deixando-o para trás. Ouvi seus passos apressados se aproximando mais uma vez de mim, o cheiro amadeirado de seu perfume adentrou nas minhas narinas, deixando-me levemente embriagada.

— Que pergunta é essa? - o tatuado questionou intrigado estalando os dedos longos - Ele é um assassino...

— Eu sei, ele...- digo revirando os olhos mas não tive a oportunidade de continuar a conversa pois Sakura gritou o namorado assim que chegamos no campus.

A rosada passou por mim sorrindo e se jogando no colo do tatuado que, a segurou pela cintura e a rodopiou no ar. Me sentei em um banco vago e olhei desanimada pelas pessoas que se juntavam animadas para aquela viagem. A vontade de ir embora foi grande e se eu não tivesse cedido a insistência do Uchiha, eu realmente me levantaria daqui e iria pra casa.

— Neko-chan? - Itachi chamou minha atenção e apontou para o ônibus - Não vai subir?

— Eu disse que ia, não disse? - digo desanimada - Só vou pela sua insistência.

Itachi me olhou intrigado e eu me levantei segurando a alça da mochila com força. Desviei de alguns alunos que tiravam fotos e subi os degraus do ônibus, procurando um lugar vago no fim do automóvel. Me acomodei na poltrona ao lado da janela e coloquei os fones no ouvido.

Aos poucos as poltronas foram sendo ocupadas e a maioria ali eram os garotos da academia. Graças a Kami eu havia ficado sozinha no fundo, ignorando os olhares curiosos, focando nas luzes da cidade que iam ficando para trás. Encostei minha cabeça no vidro e a música um tanto melancólica que saia dos fones, fez com que eu me sentisse naqueles filmes românticos.

Algumas horas haviam se passado e o pessoal fora de calando, agora tudo estava quieto e escuro. Meu fone direito foi puxado devagar, me fazendo virar rapidamente para ver quem estava ali, sentando-se ao meu lado, Itachi colocou o fone no ouvido e fechou os olhos.

Procurei por cima das poltronas a cabeleira rosa e percebi com certa dificuldade, que ela estava a algumas poltronas a frente. No fundo, eu sabia o motivo do tatuado sentar ali, não tínhamos terminado a nossa conversa e por mais que eu quisesse saber sobre ele e o Corvo, aquele ainda não era o momento propicio para tal conversa.

Apenas fechei meus olhos e ajeitei-me na poltrona, sentindo o balançar do ônibus e as notas suaves que ecoavam em meus ouvidos. Estava incomodada demais para dormir e foi ai que senti um peso em meu ombro, Itachi havia pego no sono ali do meu lado e meu ombro estava servindo de travesseiro.

(...)


Em algum momento eu havia pego no sono e quando acordei, Itachi ja não estava ali do meu lado. O ônibus foi parando na Universidade da Vila da Areia e os garotos que lutariam pela Universidade de Konoha ficaram animados. Esperei que todo mundo descesse para então deixar meu assento.

Joguei a mochila nas costas e segui o pessoal para dentro do grande prédio pintado de branco e cores em tons de bege e creme, algo semelhante a areia. A minha frente, Sakura estava agitada segurando com força a cintura do tatuado. Ao julgar seu comportamento excêntrico e exagerado, era fácil dizer que ela estava com ciúmes das garotas que olhavam para todos nós.

O ginásio onde iria acontece as lutas estava cheio. Uma música alta rolava entretendo o pessoal que tirava fotos e comiam comidas simples. Havia lugares marcados para o pessoal de Konoha se sentar então procurei por uma cadeira vaga longe de toda aquela agitação.

Coloquei a mochila pesada nos pés e corri os olhos pelo lugar. Eu queria estar animada igual aquelas pessoas mas não conseguia. A conversa inesperada com o Corvo me incomodou bastante e não saber o que de fato ele queria dizer, estava me deixando aflita por dentro.

Não Me Deixe (Itachi)Onde histórias criam vida. Descubra agora