Capítulo 12

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CAPÍTULO 12
-Amiga? Cadê vocês? – pergunto assim que Ruby atende o telefone.
“-Ai amiga, o Bae me ligou dizendo que a Alison não estava se sentindo bem... Estou aqui na casa dele com a Zel.”
  -Oh! Quer que eu vá aí? Precisa de alguma coisa?
  “-Não, amorzinho. Qualquer coisa te ligo. Fique aí com a Regis, estou tentando convencer Zelena de ir ficar com vocês.”
  -Tá certo, me liga mesmo. Até mais, beijos!!
  -E então? Onde elas estão? – olho para Regina e respiro fundo.
  -A Ali não estava bem, estão com ela... Talvez a Zel venha... – ela rir.
  -Ela não as deixaria por nada. – assinto. -Então, vamos entrar? Não me arrumei atoa...
  -Vamos lá, gatinha!
•Flashback•
  -Você...? – ela alternava sua atenção entre meus olhos. Seus olhos marejados me responderam. -Oh meu Deus! – arregalei os olhos. -Por todas as Deusas da Zelena! – tentava em vão controlar minha respiração. -Você é minha irmã!
  -Você tá conseguindo respirar??
  -Não, não estou!! Ai Deus...
  -Se concentra, por favor. Respira fundo, foca na respiração ok? – assinto rapidamente.
  -É melhor você sentar... – Diane fala com a voz calma, parecia preocupada.
  -É sim... Venha. – entramos novamente na minha casa.
  Depois de longos minutos eu me recuperei. Elas estavam sentadas de frente para mim.
  -Então... – comecei. -Você é minha irmã.
  -Uhum.
  -Minha irmã!! Ai meu Deus! – sorrio largo. -Como sabe? Não estou duvidando, é que...
  -Eu entendo... Como sou enfermeira, trabalhei num hospital grande... Foi fácil fazer o teste sabe? Mas eu não quis saber nada, somente o sobrenome. Não sabia o nome de ninguém, endereço, o que vocês fazem nem o porquê... Enfim, quando te vi achei um pouco familiar mas seria muito inusitado né? Mas então você disse seu nome. –dá de ombros.
  -E você nunca quis nos conhecer? Saber nada?
  -Não, eu tive uma boa vida. Meus pais me adotaram ainda bebê e fizeram de tudo por mim, eram ótimos! – seu sorriso triste não passou desapercebido.
  -Oh, eu sinto muito!
  -Obrigada... – seu olhar focou em algum ponto da casa. -Claro que teve uma época que quis saber de onde vim e o porquê me abandonaram, mas eu percebi que não precisava. Eu era feliz, tinha uma família incrível e ótimos pais, não precisava de nada sabe? Apesar de ser filha única, tinha a Diane que chegou já grande e eu sou mais velha mas ficamos realmente unidas. – ela sorri para a morena que retribui. Primeiro sorriso que a vi dando desde que chegou.
  -Que bom que teve uma vida boa. – sorrio largo. -Tem alguma coisa que queira saber, perguntar?
  -Bom... Vocês nunca souberam de nada? Sobre mim...
  -Infelizmente não. Sinto muito... Nunca fui próxima de mamãe, quando estamos juntas num mesmo lugar sempre tem discussão. Eu nunca parei para perguntar sobre o passado e essas coisas, não temos uma boa relação de mãe e filha. – suspiro alto. -Também não sou próxima dos meus irmãos, somente de papai. Mas ele nunca disse nada sobre nem deixou nada escapar... Não passei tanto tempo com eles, saí logo de casa.
  -Nossa... – ficamos em silêncio. Ela parecia querer falar algo mas desistia.
  -Ela quer saber como eles são e qual sua relação com eles! – soltou Diane, que recebeu um olhar fulminante de Mel. Eu ri.
  -Não tem problema me perguntar, ok? – ela assente. -Vamos lá... Eu direi minha experiência com eles, mas é o meu ponto de vista então... – suspiro. -Papai é um amor, totalmente compreensivo, sempre disposto a ajudar independente de quem seja e seu status social. Mamãe é extremamente Fria e ignorante, solta palavras ofensivas sem se importar com os sentimentos alheios, não importa quem seja, só pensa nela, extremamente egoísta. Só se importa com status e boa aparência, fútil! Deu chilique porque não fiz Engenharia Civil. Rose, que é mais velha que eu é tranquila mas também não serve muito, mas ela pensa antes de falar e se for prejudicar alguém ela somente se afasta, não foi a melhor figura de irmã que tive, puxou um pouco de mamãe e isso é terrível. Neal... o Neal é o caçula, ignorante, rude, machista, egocêntrico e não gosta de mim, não sei o motivo. – suspiro. -E tem eu, sou suspeita para falar. Mas bem, eu sou só eu. Não sei o que falar. Dezenove anos terminei a faculdade de direito, não aguentava mais ficar sob o mesmo teto que eles então me mudei para Nova Iorque, onde fiz faculdade de Psicologia enquanto trabalhava na L&L, fiz Letras e é isso. As únicas pessoas que posso contar são o meu pai e a Ruby, que você conhece, nos conhecemos desde a adolescência. Sou muito diferente deles, não muito de papai mas ainda sim me acho diferente.
  -Nossa! Parecem pessoas tão superficiais. – assinto a fala de Diane.
  -E a morena que estava aqui?
  -Irmã de uma amiga. – suspiro e seguro suas mãos. -Olha Mel, nos conhecemos hoje e já veio toda essa revelação mas... eu gostei de você e gostaria de conhecê-la melhor, afinal você é minha irmã! O que acha?
  -Eu adoraria, Emma! E... eu tenho o teste que fiz ainda e não, não foi nada que disse. Mas gostaria de mostrá-la para confirmar mesmo... Ok?
  -Ok!
  Conversamos por mais um tempo até elas se despedirem. Marcamos de virem ver a casa outro dia, contaram que elas que queriam comprar.
  Assim que fechei a porta depois de saírem, peguei meu celular.
-Amiga!! Preciso de você!
   •Fim do Flashback•
-Você tá viajando... – falo rindo após beber um pouco mais do meu whisky. Meu terceiro copo. Isso mesmo! Só isso. Por virmos somente nós duas, decidi não beber muito e deixar Regina a vontade.
  -Tô dizendo... Aquele garota só não se aproximou por achar que somos um casal.
  -Eu acho que você bebeu demais.
  -Nah! Eu vou sair e ficar de olho ali do bar, aposto quinze pratas que ela vai se aproximar. – seguro sua mão estendida.
  -Aposto vinte que ela vai atrás de você. Ela está te paquerando! – ela rir.
  -Fechado! – observei ela se afastar e com certa dificuldade chegar até o bar, sentou-se e pediu algum drink.
  Meus pés doíam de tanto dançar, os saltos não me ajudaram muito, já está perto da uma hora da madrugada e já previa arrependimento de ter vindo. Como disse, prefiro ver filmes e séries em casa. Confesso ter sido divertido, Regina parecia estar mais a vontade e não, não é somente por causa do álcool. Ela realmente parece estar mais a vontade ao meu lado.
  -Olá! – me assusto ao ouvir uma voz atrás de mim.
  -Oi... – sorrio.
  -Posso? – aponta para a cadeira ao meu lado.
  -Fique a vontade! Como se chama?
  -Tara Chambler.
-SQ-
  Passei longos minutos conversando com a Tara mas ela voltou a ficar com o grupo que veio, mas antes peguei seu número. Assim que ela se foi, Regina voltou com um drink completamente diferente em uma mão, a outra estava estendida.
  -Argh!! – resmunguei antes de pagar o que devia da aposta.
  -Eu estava certa!! – sentou de frente para mim. -Trouxe uma água pra você, vi que não bebeu mais...
-Obrigada.
  Ficamos conversando durante um tempão apesar do barulho. Dancei mais algumas músicas enquanto Regina permanecia sentada, ela não gostava muito de dançar.
  -Ei Emma...
  -Oi, gatinha. – ela sorri. Sempre sorria quando eu a chamava assim.
  -Tô me sentindo vesga. Eu estou vesga? – gargalhei alto.
  -Você tá bêbada. Isso se chama “Eu misturei demais as bebidas!” – falo ainda rindo. -Quer ir embora?
  -Não se importa?
  -Claro que não!
  -Vou só banheiro. – assinto pegando nossas bolsas.
  -Estarei te esperando lá fora. – ela assente e vai até o banheiro, enquanto eu saio da boate.
  Ao chegar onde meu carro estava vi que alguém o olhava minuciosamente. Por estar escuro não reconheci quem era, mas ao me aproximar revirei os olhos.
  -Perdeu alguma coisa?
  -Oh, então é você mesmo! – se afastou do carro enquanto eu me encostava no mesmo.
  -Sim. – respondi simplesmente. Ficamos em silêncio durante um tempinho.
  -O que faz aqui?
  -Vim lavar roupas. – novamente reviro os olhos. É inevitável.
  -Você é muito ácida, por isso não tem ninguém.
  -Ah! Obrigada, agora descobri o real motivo por estar solteira. Pensei que fosse porquê eu queria. Ou então eu o deixei em casa como você faz todo fim de semana com sua esposa.
  -Não interessa a forma como trato minha mulher! - reclamou com a voz embolada.
  -Tem razão. – calo a boca. Cadê Regina???
  -Está sozinha?
  -O que você quer, Neal? – pergunto já cansada dele me encarando. Avistei Regina vindo e respirei aliviada.
  -Daqui uma semana é aniversário da Malia e do Liam, querem de qualquer forma que você vá. – assinto. Olhei sobre seu ombro e vi que a morena olhava algo na bolsa.
  -Certo, eu irei e não se preocupe. – me adianto ao ver que falaria. -Não vou demorar, mas eles querem me ver. Diga a eles que estarei lá. – finalizo quando Regina chega.
  -Vamos? – pergunta parada próxima do meu irmão.
  -Olá, Regina... – não gostei nada da forma que ele a encarou dos pés a cabeça.
  -Oi. – respondeu sem encará-lo.
  -Vem, Regi... – estou arrumando vários apelidos, huh?
  -De onde de conhecem? – respiro fundo para não perder o controle.
  -Neal, por favor... Nos deixe ir, volte para o buraco de onde saiu. – abro a porta e Regina entra rapidamente.
  -Deveria me tratar melhor já que sou seu irmão caçula.
  -Se soubesse o que gostaria de fazer com você sequer abriria a boca, maninho. – entro ignorando completamente ele tombando do lado do carro e dou partida.
  -Não deveríamos ter deixado o carro? Nós bebemos... - Regina pergunta após uns minutos em silêncio.
  -Isso realmente seria o certo, mas não bebi tanto e sei que estaria com preguiça de vir buscar amanhã. – dou de ombros. -Você já conhecia meu irmão?
  -Ah! É... ele é amigo do Gideon. Não sabia que era seu irmão.
  -Pois é. – falo pesadamente. -Não nos damos bem. Parece que você também não...
  -Ah... – começa a mexer as mãos. Por impulso, pousei a minha sobre as suas apertando-as levemente. Ela parou e ficou olhando.
  -Ele te fez alguma coisa?
  -N-não, não. Eu só... eu não... – começou a gaguejar. Encostei o carro e me virei para ela.
  -Você está muito nervosa, está gaguejando. Se acalma... – Peço docemente e continuo segurando suas mãos.
  -Desculpe... – franzi o cenho sem entender porquê ela me pediu desculpas, mas lembrei-me do dia que o Gideon reclamou e mandou que ela parasse de gaguejar.
  -Não se desculpe, ok? É normal ficar assim. Quando estou nervosa as vezes fico. – dou de ombros. -Tem certeza que ele não te fez nada? – pergunto novamente sentindo meu coração palpitar.
  -Sim, é só que... Ele me olha demais, faz muito contato, sabe? Sempre arruma uma forma de encostar em mim, sorri demais. Talvez seja só coisa da minha cabeça. Olha, não é nada demais.
  -Não tem isso de “Só coisa da minha cabeça”, ok? Toda mulher já passou por coisas assim e sabem quando acontece, não tem isso “Nada demais”. – respiro fundo. -E principalmente, não tem isso de “Ele é homem, tem necessidades. É normal” Não é normal, não tem nada de normal nisso. Se ele ou qualquer outro homem falar alguma coisa, tentar ou tocá-la sem sua permissão denuncie, tá legal? – ela assente. -Eu espero que não, mas caso venha acontecer e não quiser ficar, passar por isso sozinha, tem a mim ok? Para qualquer coisa. Não importa se ele é meu irmão, vou ajudá-la. – volto a dirigir.
  Eu não gostar dele não influenciou em nada, eu realmente ajudaria ela sendo ou não meu irmão que tenha assediado.
  Por já ter passado por isso é um dos principais motivos para ajudar quem quer que seja. Estava com meus vinte e quatro anos, tinha vindo para Storybrooke para uma festa de família e amigos antigos. Um senhor amigo dos meus pais deu em cima de mim... Não, isso seria até normal, mas ele me tocou. Eu tinha bebido – não muito – e ele estava com mulher e filha – que tem minha idade - na festa, mas se aproximou de mim quando eu estava no bar e me apalpou, tocou em mim descaradamente e sorriu quando eu o encarei, lembro que ele disse: “Você tá uma delícia nesse vestido, não quer dar uma saidinha?”. Exatamente essas palavras. Fiquei em choque e ele tentou me tocar novamente, mas eu dei uma tapa no rosto dele. Mamãe brigou comigo e me mandou embora da festa mesmo eu explicando – afinal  ninguém tinha visto nada, os únicos que acreditaram em mim foi papai e Ruby - o David foi atrás de mim e conversou, soube que ele mandou o homem embora também. Esse acontecimento foi como a gota d’água, me afastou ainda mais de Mary.
  -Está entregue! – falo parando o carro em frente a sua casa. Me virei e a peguei me olhando. -Que foi? – sorrio sem graça.
  -Nada, nada... Obrigada, Emma! – suspira e sai do carro.
  -Não precisa agradecer, gatinha! – ela sorri levemente.
  -Até mais!
  Dias depois...
  Me olhei no espelho observando minha roupa: saia jeans de lavagem clara, blusa de seda branca com alças finas e tênis. Não tive muita opção – gostaria de pôr um salto – afinal é uma festa infantil. Tenho certeza que não daria muito certo caso eu fosse de saltos.
  Lápis de olho e gloss foram as únicas coisas no meu rosto. Prendi meu cabelo num coque desajeitado propositalmente e respirei fundo, me preparando.
  Os gêmeos me adoram, porém sempre evito ir visitá-los por não querer ver o Neal, Amy – sua esposa – sempre me tratou bem, nos damos bem desde antes deles namorarem. Éramos amigas e eles começaram a sair e deu em casamento, isso nos afastou.
  Pego minha bolsa e chaves, fecho e apago tudo, saindo de casa.
  -Que droga! – resmungo entrando novamente em casa. Esqueci os presentes. Com certa dificuldade, dou um jeito de encaixar os dois no carro.
  -SQ-
  Depois de uns dez minutos tentando encontrar uma vaga perto do salão de festas, saí do carro respirando aliviada. No pensei que seria uma festa grande, parece que toda a cidade está aqui. Olhei ao redor procurando alguém para me ajudar a carregar ambos os presentes.
  -Tia Emma, você veio!! – o corpinho de Malia se choca contra minhas pernas.
  -É claro que sim, amor! – abraço-a apertado.
  -Vai amassar minha roupa... – resmunga.
  -Certo, desculpe. – sorrio. -Você está tão linda! – ela usa uma fantasia da Mulher Maravilha.
  -Obrigada! A mamãe está ali, olha! – aponta. Me viro e vejo-a conversando com Regina. Isso mesmo. Aceno.
  -Emma! Que bom que veio!! – sorri ao se aproximar e me abraçar. Sorrio cumprimentando Regina.
  -Amy, cadê o Liam?
  -Está com o Neal...
  -Eu espero que tenha acertado no presente... – falo abrindo o porta-malas.
  -Tia??? – Malia chama surpresa.
  -Oi? – pergunto rindo.
  -Como sabia??? – vira seus olhinhos verdes para mim.
  -Um passarinho veio me contar, então... Gostou?
  -Sim, sim! – me abraça novamente.
  O presente se trata de duas bicicletas – uma dela e uma do Liam, claro – com estampa da Mulher Maravilha e do Superman. Sempre gostaram desses personagens.
  Amy me ajudou a levar os presentes. Na porta do salão tinha dois enormes bonecos dos personagens. Um curto corredor até entrar no espaçoso ambiente. Uma área tinha uma iluminação melhor – onde estava as mesas –, outra parte tinha diversos brinquedos – pula-pula, piscina de bolinha, escorrega, etc – e do outro lado estava a mesa com os bolos, ambos de três andares com seus respectivos personagens. A decoração dividida entre a Mulher Maravilha e o Superman. Balões no teto azul e vermelho. Umas áreas com iluminação mais escura – algumas luzes azuis e vermelhas -, em cima de cada mesa havia um desenho do boneco. Uma parte do salão estava com uma decoração bem bonita mesmo, o chão bastante decorado com uns puffs do tema da festa, onde já se encontrava algumas crianças, e entretendo elas tinha os personagens – as pessoas fantasiadas -, a Mulher Maravilha, Superman, Hulk, Homem de Ferro, etc.
Fui direcionada à minha mesa, onde estava meus pais, Rose - seu marido não estava. Todos sentados, um do lado do outro. Revirei os olhos. Neal estava em ponta da mesa, Gideon de frente para Rose e ao lado dele estava Regina que entrou primeiro que eu.
  -Papai! – abraço ele. -Rose... – a cumprimento com dois beijinhos. -Mamãe. – aceno com a cabeça e sento-me ao lado de Regina, de frente para Mary.
  Estamos assim, eu, Regina e Gideon. Nesta ordem. A minha frente está mamãe, papai na frente de Regina e Gideon de frente para Rose. Neal na ponta da mesa. Logo Amy se juntou a nós e começaram a conversar. As únicas que sem falar somos eu e Regina.
  Os garçons não param, a todo momento estão levando algo nas mesas. Eu já estava estressada sem ter uma taça de vinho em minha mão. Minhas unhas pareciam muito interessantes.
  -Emma? O Shane está falando com você! – me assustei com a voz rude de mamãe. Levantei o olhar e todos me encaravam.
  -Desculpem... O que foi? – me volto para o homem desconhecido que agora está no lugar que Neal estava sentado.
  -O que você faz? – olhei para cada um. É claro que ela traria alguém para tentar me juntar. Regina me encarava, percebi. Ela sabe o quanto isso é chato para mim. Sorri pequeno.
  -Sou professora. – fui curta.
  -Ah! Que pena! – ergui a sobrancelha sem entender o porquê dele lamentar. -Você é tão bonita, não pensa em fazer outra coisa? Sabe, mais interessante e que dê mais dinheiro...
  -Desculpe, senhor. Não entendi, poderia me explicar porque ser professora é tão lamentável? – minha voz ainda tranquila, não iria me alterar. Observei ele minuciosamente e lembrei de onde o conhecia.
  -Você poderia ser jornalista, tem um bom rosto para a TV. Ou modelo... Até advogada ou psicóloga...
  -Não me respondeu. – cruzo os braços.
  -Porque deve ser ruim ver um bando de crianças melequentas todos os dias... – semicerro os olhos.
  -Sabe que está em uma festa infantil, certo? Na festa de oito anos dos meus sobrinhos... – é sério que ninguém vai mandar esse cara calar a boca??
  -Bem... E-eu...
  -De onde conhece minha mãe?
  -Ela é amiga...
  -Você sabe mais que meu nome? Ela disse algo bom sobre mim? – dessa vez falo olhando para ela.
  -Eu só falei sobre seu trabalho não ser bom! – volto a olhar para ele. -Estar sempre com crianças... – não sei em que momento ele saiu, mas Gideon não estava mais na mesa. Mamãe após me olhar fria como sempre, levantou-se e saiu.
  -Shane...
  -Não papai, deixe ele falar a opinião sobre meu trabalho com crianças.
  -Apesar da advocacia não ser para todas as mulheres, poderia se dar bem. – eu ri.
  -É interessante você falar isso, sendo que sua chefe é a Lena Luthor, senhor Walsh.
  -Bem... – coça a garganta. -A senhorita Luthor é boa mas tem pessoas melhores na empresa.
  -A empresa que é dela? Onde você era assistente uns anos atrás? Enquanto ela era ainda sua chefe?
  -Como sabe disso tudo?! – voltei a beber meu refrigerante para não rir da cara dele.
  -Senhor Walsh, ela é minha professora de Direito e acredite, se você fosse metade do que ela é seria bem melhor que isso. – arregalo os olhos e encaro Regina, ela pisca um dos olhos e sorri pequeno. -Ela é muito boa no que faz, saberia disso caso a conhecesse um pouco melhor através da mãe dela, coisa que não fez. Poderia não ter cometido essa gafe e evitado esse comentário machista se pensasse com a cabeça de cima. – finaliza e volta a ficar calada normalmente. Eu ainda em choque desviei o olhar.
  -Quem é você?
  -Ah! Regina Mills! – estende a mão e ele a pega totalmente sem graça.
  -Então, senhorita Swan... – ele tenta novamente, sorrio e levanto.
  -Eu preciso de uma bebida forte! – saio atrás de algum lugar que tenha bebida.
  Segui um dos garçons e avistei o lugar onde estavam preparando tudo. Espiei e nada de álcool.
  -Emma!! Finalmente! – me viro vendo minha cunhada.
  -Ei Amy, o que houve?
  -Estava esperando você aparecer. – semicerro os olhos e ela rir. -Demorou demais em? Como aturou aquele cara? É um pé no saco... – começa a remexer umas coisas.
  -Hum, sempre me achei super forte para essas coisas. Mas ele é realmente um saco, vim atrás de uma bebida mas não... – ela se vira após mexer em mais algumas coisas com uma garrafa de Whisky nas mãos. -Você é um ANJO!!!
  -Eu sei. – pisca. -Não tive tempo de avisá-la que Mary traria um convidado, então arrumei uma bebida para você.
  -Obrigada! Mas gostaria de falar com o Liam antes de beber, onde ele está?
• Duas horas depois •
  Passei mais tempo do que esperado e bebi bem mais do que iria. Mas só desta forma para aturar o papo do Homem. Mary me encarava a todo momento, me estudando.
  Minha irmã sempre levantava para olhar as crianças dela. Papai não falava quase nada e quando o fazia, era comigo e com a Regina. Shane já falava muita merda, as vezes o Gideon entrava no assunto e tudo piorava. Ele a todo momento segurava a perna dela ou sua mão por baixo da mesa, isso estava me incomodando. Reparei que ela fazia menção de levantar algumas vezes – por estar ao seu lado que percebi – mas ele sempre a segurava, impedindo-a. Já nervosa com aquilo, peguei me celular e mandei uma mensagem pro meu pai.
  [Emma Swan, 16:36pm]: Papai, poderia chamar o Gideon e ir ver se o Neal precisa de ajuda com alguma coisa?
  [David, 16:37pm]: Por que? Ele contratou pessoas para fazer as coisas.
  [Emma Swan, 16:37pm]: Por favor, pai. Faz isso.
  Ele visualizou e não respondeu, mas logo levantou-se chamando pelo Gideon. Mesmo sem entender, o rapaz levantou e seguiu meu pai.
  -Você 'tá bem? – pergunto para que somente ela escute. -Percebi que queria levantar.
  -Sim, eu só preciso ir ao banheiro.
  -Ah! Sabe onde é? – ela assente e levanta pedindo licença à minha mãe que ainda estava na mesa. Não faço ideia de onde o Shane esteja.
  -Então... De onde conhece esta moça? –não a olho, não quero. Não quero lembrar da Melinda.
  -Ela é minha aluna.
  -Hum... Só da Universidade?
  -Bom, eu só dou aula na Universidade. O que quer saber, mamãe? Pergunte logo! - olho-a brevemente.
  -Vocês parecem se conhecer há bastante tempo, se olharam muito... Ela é nova na cidade pelo visto... De onde a conhece? –questiona novamente.
  -Ela é irmã da Zelena. Está bom assim? – ela coça a garganta.
  -Ao menos namora um homem. – mordo meu lábio para não respondê-la. -Um bom rapaz.
  -Ótimo! – murmuro revirando os olhos. Ela falaria algo mas logo Regina retorna a mesa juntamente com David e Rose.
  -Então, senhorita Mills... – fecho fortemente os olhos. -Emma disse que é irmão daquela... daquela moça ruiva. Nunca tinha visto você...
  -É difícil reparar em outras coisas quando só enxerga o próprio nariz... – Deus, me ajude! O que deu na Regina?! -Mas sim, sou irmã da Zelena. – frisou o nome da ruiva. -Aquela moça casada com a melhor amiga da senhorita Swan.
  -Hum... – murmura observando-a. -Vejo que tem respostas boas, huh?
  -Ah sim! A senhora sabe quem é minha melhor professora, não sabe? Muito boa apesar de não ser de exatas, mas diferente do que alguns pensam, exerce muito bem sua função. Sabe de quem falo, hum?
  Deusas cale a boca dela. Estou gostando dela respondendo mamãe, mas não quero que ela seja prejudicada de alguma forma.
  -Onde morava? Afinal estão juntas há uns sete anos mas nunca a vi...
  -Ela não morava aqui, não é amor? – seu namorado responde.
  -Gideon... – sua voz muda. Ela sempre deixava transparente sua insegurança quando tocam nesse assunto, sobre ela ser adotada.
  -Elas não são irmãs. – fala simplesmente. -Não de verdade!
  -Como? – mamãe pergunta mas Regina não responde, ela estava de cabeça baixa.
  -Há sete anos ela ainda estava no lar adotivo. – finaliza. Mamãe a olhava com um sorrisinho de lado.
  -Oh! Você é adotada... Acho interessante essa coisa de adoção, sabe? Nunca iria pular a fase do primeiro passo, primeira palavra... – desviei meu olhar e vi que ela apertava as mãos. Isso me partiu o coração.
  -Também acho interessante esse seu ponto de vista, mamãe. Eu particularmente, acho extremamente incrível adotar e isso que a Cora e o Henry fizeram é de uma singularidade, de uma... Não sei, empatia... E eu agradeço que eles o tenham feito, pois Regina é incrível e não merece que uma pessoa tão hipócrita e dissimulada como você ouse falar algo! – viro o resto do meu Whisky. -Diga-me mamãe, você nunca daria um filho seu adoção? Você nunca faria isso?! Nunca pularia essa fase de passos e palavrinhas?  Responda, mamãe!! – ela ficou tensa. -Diga-nos se não teria coragem? Não fale de coisas de que não faz ideia de como farão efeitos nas pessoas! Sabe o que eu penso?? Veja, eu tenho uma admiração pelos pais da Regina que não chega aos pés do que sinto quando estou perto de você, eu não sei nem o que sinto estando perto de você! Acho incrível a adoção, o que não me entra na cabeça é o motivo de ter uma criança e entregá-la para o sistema! Eu tento não pensar nisso, mas desde muito jovem pensei em como seria minha vida se não a conhecesse, se tivesse me entregado a qualquer outra família e eu detesto pensar nisso mas é inevitável! – dou uma breve risada. Todos da mesa me olhavam. -Diga mamãe, você daria um filho seu para adoção? Se você tivesse um filho quando jovem, aos seus dezoito anos, teria dado ele para adoção? Pularia as fases tão importantes?! – sinto meus olhos arderem. -Não fale dos sentimentos alheios quando você não consegue sentir nada por ninguém! Não julgue uma ação tão bonita só porquê não teria coragem e bondade o suficiente para o fazer! Você não sente nada, mamãe! Não machuque tanto as pessoas. Não pise tanto assim nas pessoas. Ou você é realmente amargurada, ou se arrepende terrivelmente de algo a ponto de se tornar uma pessoa tão fria e calculista, tão mesquinha! Se você não sente nada, não tem o direito de fazer as pessoas se sentirem mau por sentir demais, por ter sentimentos.
  -Emma... – olho para Regina ao ouvir sua voz e sorrio pequeno. Todo esse monólogo me deixou triste, me lembrei de Melinda e ao vê-la falando desta forma sobre Regina me encorajou bastante.
  -Eu vou embora! – levanto.
-Vou com você! – Regina levanta rapidamente.
  -O quê?! Preciso que me deixe em casa daqui a pouco, você não vai! – Gideon reclama.
  -Você sabe dirigir certo? Tome minhas chaves! – lhe entrega e se afasta vindo para o meu lado. -Vamos... – não nos despedimos deles.
  -Vamos, gatinha! – ela sorri largo.
  -Hum, pensei que não me chamaria assim. – sorrio. -Tenho que conseguir um apelido para você...
  -Fique a vontade. Prometo não deixar ninguém me chamar com ele se não você. – ela rir. Saímos do salão sem falar com ninguém. -Você dirige? Bebi demais! – ela assente. Jogo as chaves por cima do carro e ela pega.
  -Acho que sei do que vou chamá-la!
  -É mesmo?? Diga. – coloco o sinto e ela também.
  -Cupcake!
  -Interessante... – digo sorrindo, ato que se espelha nela. -Por que Cupcake?
  -Eu gosto...
  -Então você gosta de mim? – ela me encara rapidamente e sorri.
  -Somos amigas, não? – sorrio largo completamente surpresa.
  -Somos sim! Nós somos amigas...

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Ei, volteeei!! Hahaha
Espero muito muito que vocês tenham gostado!
Digam-me o que acharam, tá?
A Regina toda toda em? Hahaha respondendo todos 
Mary sempre ignorante...
Essa moça da foto é a Amy e as crianças são filhos do Neal com ela
Até mais! 💕

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