Capítulo 9

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CAPÍTULO 9
  -Mas amiga, eu estou tentando...
  -Não. Não está! – reviro os olhos. -Não estou tentando fazer você sentir algo por ela, mas sei que não está dando chance. Poxa, você e a Luisa estavam tão bem... O que houve? – suspiro. Ela estava certa.
  -Ai, eu não sei... Ela é ótima, de verdade! – nos sentamos.
  Fomos comprar coisas no shopping e paramos um pouco na praça de alimentação. Esse foi o momento para ela me questionar.
  -Eu só... – ela me olha esperando que eu termine. -Percebi que o que ela sente por mim não é recíproco, não poderia continuar alimentando seus sentimentos por mim, Bi.
  -Bi, é? Faz um tempão que não me chama assim, Babe! – sorri. -Me chamava assim quando éramos adolescentes.
  -Eu sei... sinto falta daquele tempo. Não tinha todas essas responsabilidades de hoje e sempre tínhamos o bolo da vó Granny quando saíamos da escola. – ela dá um sorriso nostálgico.
  -É, eu também sinto falta! – seguro sua mão e deposito um beijo. -Ela estaria muito feliz de ver onde nós chegamos, patinha. Sempre nos apoiou em tudo!
  -Sim... e estaria toda boba com a Alison. – enxugo a lágrima que rolou de seu olho.
  -Eu te amo! – sorrio e assinto.
  -Eu também te amo, Loba. – a abraço apertado.
  -Você é muito importante pra mim, Emm. Muito mesmo! Sabe disso, não é? – seguro seu rosto entre minhas mãos.
-Claro que sei! Nós somos família! Juntas para sempre, não é? – ela sorri derramando mais lágrimas. -Ao o infinito...
  Nós fizemos essa promessa no primeiro réveillon que passamos juntas, fui para sua casa e juntamente com Granny fomos para a praia assistir os fogos. Um dos melhores dias da minha vida.
  -E além! – completa minha fala. Sim, amamos o desenho Toy Story!
  Após uns minutos minha amiga se recompõe e avisa que estávamos esperando Regina.
  -Por que?
  -Quero comprar um presente pra Zel. – sorri boba.
  -Ah, você continua com o mesmo olhar de sempre ao se referir a ela. – abro um largo sorriso.
  Olho por cima de seus ombros e vejo Regina se aproximando. Linda. Ela usa uma saia de couro, - bastante apertada - saltos e cropped. Todos pretos. Seus lábios pintados de vermelho. Em seu antebraço segurava um sobretudo preto e em seu ombro apoia uma bolsa.
-O que foi? Porque esse sorriso? – balancei a cabeça e olhei minha amiga com o cenho franzido. -Um esboço de sorriso que pra mim já é um sorriso. – olhou para trás e depois se voltou pra mim com os olhos arregalados.
  -Hum? – entortei o rosto.
  -Por que mesmo não quer continuar com a Luísa?
  -Eu odeio quando fala desse jeito!
  -Que jeito?
  -Como se soubesse de tudo, senhorita Equivocada! – levantamos.
  -Hey, demorei muito? – fala ao se aproximar e nos cumprimentar com dois beijinhos no rosto.
  -Não, estávamos comendo... – amiga responde.
  °°°
  Após umas duas horas andando por várias lojas, paramos em uma joalheria.
  -Estou morta de canseira! – exclamo sentando em um pequeno sofá da loja. Regina sentou-se ao meu lado.
  -Como ela consegue andar tanto nessa naturalidade? Teria vindo de tênis se soubesse que iríamos andar tanto! – gargalho da forma como fala. -Se ela desse uma... – procura uma palavra. -Uma capinha de celular minha irmã ficaria feliz por se ela que tenha dado.
  -Eu sou muito...
  -Preguiçosa! – minha amiga fala. -Estou ouvindo tudo que estão falando!
  -Bom, preguiçosa! – arregalo os olhos. -Não gosto de caminhar, nem fazer compras. Ah, foi Ruby quem me ajudou a comprar as coisas para minha casa pra você ter noção do meu pavor! – ela rir.
  Ficamos em silêncio observando minha amiga na dúvida entre inúmeros colares ao lado da atendente.
  -Você tá bem? – a questionei.
  -Como? – Me encarou confusa.
  -Suas mãos estão tremendo. – aponto. -E você está suando.
  -Ah... – sorri sem graça e aperta uma mão na outra. -Estou bem sim.
  Analisei seu rosto e assenti lentamente: -Ok! – respondi e levantei lhe estendendo a mão.
  -Onde vamos? – levantou-se.
  -Já que estamos aqui... – dei de ombros.
-SQ-
  -Me liga quando chegar, ok? – assinto e abraço minha amiga.
  -Amo você.
  -Também te amo, amorzinho! – reviro os olhos fazendo-a rir.
  Ela me chamava assim quando éramos mais novas e eu mais nova ainda.
  -Você também, senhorita! Me avise quando chegar. – se virou para Regina.
  -Pode deixar! – Ruby saiu do carro e eu bati onde ela estava sentada.
  -Vem pra cá. – ela sorri pequeno e estava prestes a abrir a porta. -Seria mais fácil vir por aqui, não? – ela me encara com os olhos semicerrados.
  -Eu... eu estou de saia! – agora eu semicerro os olhos.
  -Vai logo! – tapei meus olhos e esperei que se acomodasse.
  Voltei a dirigir e ficamos em silêncio, no fundo tocava uma música na rádio.
  -Então, uns alunos vão dar uma festa, ficou sabendo?
  -Sim, mas não é meu tipo de programa favorito... – sorrio.
  -Exatamente, no meu caso prefiro mil vezes assistir filmes e séries! – lhe encarei após parar num sinal vermelho.
  -Uhum! Meu passatempo preferido. – sorrio por já ter imaginado isso mesmo.
  -Quando era mais jovem a Ruby se irritava comigo por não querer ir às festas, usava tantos argumentos. – sorrio me lembrando. Voltei a dirigir ao ver o sinal verde.
  -Vocês aprontaram muito? – acabo rindo ao ouvir seu questionamento.
  -Não diria que eu aprontei, sabe? A Ruby sim e ela que as vezes conseguia me levar em algumas aventuras. – lhe encaro rapidamente e ela parecia realmente interessada. -Mas acontecia muitas coisas nessas festas e eu tinha quatorze anos e estava no segundo ano do ensino médio... Não era muito legal.
  -Você foi garota prodígio! – assinto.
  -Exatamente! E havia uns que implicavam, poucos mas ainda sim tinha, mas Ruby era bem popular então não me importunavam tanto. – dou de ombros. -Foi uma ótima época da minha vida.
  -Imagino...
  -O que acha de irmos almoçar na Hope? – perguntei ao estacionar em frente a sua casa.
  -Bom, eu adoraria mas...
  -Mas? – lhe encaro e ela sorri, acabo sorrindo também.
  -Acho melhor entrarmos, o que acha? Posso fazer algo para comermos.
  -Hum... Tem certeza? – ela assente.
  -Vamos!
  °°°
  -Eu juro! – falei entre as risadas que tentava controlar. Nós terminamos de almoçar e deitamos no tapete da sala e ficamos conversando. -Nós tínhamos saído mais cedo da escola mas a Ruby precisou ir pegar uns livros na biblioteca e falar com uma das professoras. – respiro para não rir novamente. -Eu estava com fome então fui embora mas não disse que ia para a casa dela. Vovó nos atendeu e eu acabei lanchando com ela e depois fui esperar minha amiga no quarto dela. – me virei para encará-la e a vi sorrindo esperando que eu terminasse. -Mas eram dez horas da manhã e eu tinha dormido tarde por culpa dela, então eu acabei cochilando. Acontece que um tempo depois eu acordei depois ter levado um tapa na cara. Segundo a Ruby, eu estava toda torta na cama e ela tinha a certeza que meus olhos estavam abertos, então ela berrou: “Meu Deus, amiga! Eu pensei que estivesse morta, desculpe o tapa mas não foi o primeiro então tive que dar mais forte...”. E seus olhos vermelhos denunciavam que ela queria chorar, então eu a abracei. Foi o primeiro tapa que levei por ela. É, já levei muitos tapas por ela e por culpa dela. - terminei de contar e sorri ao ouvir sua gargalhada.
  Eu sinceramente pensei que não fosse possível ela ficar mais bonita, mas esse pensamento se esvaiu ao vê-la rindo tão abertamente.
  -Oh céus! – inspirou tentando recuperar o fôlego. -Coitada, fiquei com dó da Ruby!
  -É, eu também fiquei. Hoje em dia conversamos sobre e ela diz que nunca levou um susto tão grande.
  Voltei a minha posição e fiquei olhando para o teto e ela me imitou, ficamos em silêncio.
  -Vamos brincar? – questionei.
  -O quê?! – lhe encarei e ri de seu rosto confuso.
  -É. “Quem sou eu?”, vamos? – ela me observou, acho que para ter certeza que eu falava sério.
  -Ok... como é?
  -Tem post-it? – ela assente e levanta para pegar. -E uma caneta!! – falo um pouco mais alto por ela ter ido para o corredor. Logo ela retornou e me entregou. -Então, temos que escrever personalidades, animal ou cidade e colocar na testa para que o outro tente adivinhar... Eu gosto de colocar personagens de filmes, séries, etc... É bem simples. Pode fazer uma pergunta e o outro responde com sim ou não.
  -Ok, entendi. Mas como faremos, o jeito tradicional ou valendo qualquer coisa? Desde personagens à comida e objetos?
  -Sim, pode ser. Topa? – ela assente. -Não deixe que eu veja o que está escrevendo, pois terá que colar na minha testa. – falo lhe entregando um papel e a caneta. Ela pensa um pouco e logo sorri escrevendo e com a mão esconde o papel para que eu não Veja.
  -Pronto! – colou na minha testa. -O que o perdedor terá que fazer?
  -Cederá um pedido. Quem ganhar pode pedir o que for ao perdedor, a qualquer hora e para fazer qualquer coisa, hum?
  -Certo. – escrevi um nome no papel e colei em sua testa.
  -Pode começar primeiro. Qualquer pergunta. – ela pensa um pouco.
  -Eu sou um personagem de uma série? – semicerro os olhos.
  -Sim! – ela sorri. -Eu sou uma comida?
  -Não! – suspiro e semicerro os olhos. -Eu assisti essa série com você? – pergunta com sorrisinho de lado, reviro os olhos.
  -Sim... você já vai acertar. – ela rir. -Eu sou um objeto?
  -Sim, sim. – bate palmas rindo. -Eu sou homem?
  -Não. – respondo prendendo a vontade de rir, sua cara de pensativa estava muito fofa. -Eu sou algo desta sala?
  -Pode pergunta assim é? – ergue a sobrancelha. Dou de ombros. -Ok, sim. Você é.
  -Faz um tempão que não jogo isso.
  -Eu sou da casa Stark? – reviro os olhos novamente.
  -Argh! Sim! Você já sabe quem é, huh?
  -Talvez... – tomba a cabeça.
  -Diga! Quer tentar? – assente.
  -Eu sou Arya Stark?
  -É sim. – ela comemora.
  °°°
  Após um tempo jogando, ela ganhou. Terminei com 4 e ela com 6.
  Já eram 4:00pm, precisava ir embora mesmo não querendo deixá-la sozinha.
  -Emma? A Ruby quer falar com você! – arregalo os olhos.
  -Ah não... – pego o celular que ela estendia.
  -Ah sim. Esquecemos de avisar que estávamos aqui já. – respiro fundo.
  -Amiga! O que houve? – desvio o olhar de Regina ao vê-la pôr a mão sobre a boca para segurar a risada.
  “-Não seja cínica! Estava preocupada, pato feio! Tem noção? Vocês de carro, você não é tão boa motorista, pensei que tivesse acontecido alguma coisa!”
  -Mas amiga...
  “-‘Mas' nada! Seja mais responsável e avise.”
  -Desculpe, Bi! Juro não fazer novamente. Tudo bem? Amo você.
  “-Também te amo. Diga a Regina que a bronca que dei nela não é nada perto do que farei ao vê-las na minha frente!”
  Ela desligou a chamada.
  -Ok... – murmuro olhando o celular. -Não será nada legal quando ela nos ver novamente. – lhe estendo o celular. -Você... você tem uma tatuagem! – exclamo. Nunca tive a chance de ver já que ela geralmente estava de casaco ou blusa cumprida.
  Lhe encarei e vi que me observava. Sorri e devolvi o celular.
  -É... você sabe o significado, não é? Seu olhar mudou... – senta meu lado.
  -O principal simbolismo da tatuagem de pena é a liberdade! Por isso gostou tanto daquela caneta... – me acomodo melhor no sofá encarando-a. -Tem uma história por trás?
  -É... – suspira. -Eu a fiz quando fui adotada depois de tanto tempo sentindo-me presa no sistema e nas famílias que já “tive”. – revela passando o polegar sobre a tatuagem. -Me senti livre quando cheguei em casa e vi que Zelena esperava ansiosa por mim, segundo papai, ela até reclamou com eles por estarem demorando muito. – sorri e me olha nos olhos. -Mamãe brigou comigo quando contei que queria fazer uma...
  -É, eu imagino a Cora reclamando! – rimos.
  -Ela me encarou bastante brava e começou a falar. Depois de muito tempo sem me dar a chance de dizer algo, Zelena pediu para que me deixasse explicar. – cruza os braços e fica de frente para mim. -Eu tinha um colar, o pingente era uma pena... Ganhei do meu pai biológico antes que ele começasse a me bater e... Enfim, acho que era da minha mãe, não sei! Foi a última demonstração de afeto que lembro ter dele. Após essa explicação, ela me deixou fazer.
  -Não tem mais o colar? – ela suspira fazendo um biquinho fofo.
  -Infelizmente não. Eu o perdi em uma das casas que fugi...
  -Como?!
  -Fugi de alguns lares adotivos mas sempre era pega depois de uns três a quatro dias. – dá de ombros.
  Ficamos em silêncio mas logo ela me olha, um sorriso divertido nos lábios.
  -Você tem alguma coisa, feitiço... Sei lá! Mas isso faz com que as pessoas queiram se abrir.
  -E isso é ruim? – pergunto rindo da sua cara pensativa.
  -Em partes. Parece que ninguém consegue mentir para você. – ergo a sobrancelha.
  -Mas é exatamente isso. Ninguém mente para mim!
  -Uhum...
  -É sério! Vamos fale algo e direi se está falando a verdade ou não!
  -Eu tenho uma moto! – me aproximo mais de seu rosto, oscilo o olhar entre os seus olhos.
  -Oh meu Deus! Regina?? – olhos arregalados e boca aberta, é assim que estou. -É verdade, você não está mentindo! Como assim você tem uma moto??
  -Céus, esperava essa reação ao ver minha tatuagem e não por saber que eu tenho uma... Moto. É...
  -Isso é muito legal! Sempre quis ter mas Mary Margareth sequer me deixou subir em uma. – reviro os olhos.
  -Mas e hoje, agora? Não tem mais vontade de ter uma? – suspiro pensando.
  -Não sei, talvez sim. Fazia tempo que não pensava sobre isso, acabei deixando esse desejo de lado.
  Meu celular toca, reviro os olhos ao ver quem era. Rejeitei e voltei a conversar com Regina.
-SQ-
  Estava lavando as mãos prestes a sair do banheiro quando ouvi a campainha tocar. Meu coração acelera.
  Se for o Gideon??
  Ok. Vou agir normalmente, cumprimentá-lo e vou embora. Certo! Mas ele não tocaria a campainha... Respiro fundo e saio.
  -Regina?
  -Oi, Emma! O seu pai está aqui! – parei estática na entrada da sala.
  -Ele o quê? – ambos olham para trás.
  -Oi, querida! – levantam.
  -O que faz aqui? – pergunto cruzando os braços.
  -Gostaria de conversar com você, estava indo até sua casa mas vi seu carro aqui na frente. – explica calmamente. -Nós podemos?
  -Ok. – olho para Regina.
  -Vou esperar lá fora. – assinto. -Regina, foi um enorme prazer conhecê-la! Você é adorável! – aperta a mão da morena.
  -O prazer foi meu, David! O senhor é muito gentil. – ele sai nos deixando sozinhas.
  -Então... Até mais! – ela sorri pequeno.
  -Até... – ouso me aproximar e deposito um beijo em sua bochecha.
  Me afasto e tento não rir do seu rosto corado. Caminho até a porta com ela ao meu lado.
  -Err... gostei muito da nossa tarde. – sorrio largo.
  -Eu também, Regina! Podemos repetir a qualquer momento!
  -Certo... Vai lá! – vou até meu carro e entro. Buzinei antes de sair, logo atrás estava meu pai em seu carro.

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Hey! Como estão? Espero que bem!
Ai, ai sou completamente apaixonada nessa tatoo da Lana
Tentei o dia todo postar um capítulo, mas minha net está TERRÍVEL, não carregou nadinha. Maaas, aqui estou eu hahaha
A Regina ganhou o jogo, oq ela vai pedir em...? Interessante... Rs
A morena tem uma moto, ke? Kkkk muito interessante tbm 😏
Emma ousada dando beijinhos na Regis
Oq esperam dessa conversa?
Emma vai contar um pouco sobre o passado e tals, nd muito profundo, não por agr. O capítulo 10 já está escrito só esperando para ser postado! Hehehe
Tá próximo do capítulo no ponto de vista da Regina, em? Se preparem para isso e principalmente, para as revelações que estão por vir. Não é sobre a Regina! 🤐
É isto! Até mais! 💕

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