Capítulo 15

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CAPÍTULO 15
  -Emma?! – escuto a voz assustada de Regina invadindo o quarto. -Você tá bem?
  -Estou, eu só... – olho na direção da porta e rapidamente pego minha toalha para cobrir meus seios.
  -Oh! Desculpa, eu não sabia...
  -Não tudo bem. – sorrio de leve e saio pulando num pé só até minha cama. -Eu derrubei meu perfume e pisei num caco de vidro. – resmungo vendo que começa a sair sangue do local.
  -Ai, cupcake... Tá saindo sangue... – ergo o olhar ao notar a voz de Regina diferente.
  -Ei, não foi nada demais. – ela assente. -Pode pegar o kit de primeiros socorros? Está no banheiro. – ela entra no meu banheiro e logo volta com uma maletinha.
  -Me dá seu pé. – levanto minha perna e apoio sobre a sua, ela analisa e me encara. -Tem um vidro grande...
  -Tá tão ruim assim?
  -Uhum. – dou risada com sua sinceridade.
  -Esse seria o momento em que você diria que não, que estava tudo bem pra me deixar tranquila sabia? – ela rir. -Acho que dá pra tirar, não preciso ir ao hospital né?
  -Não sei, quer que eu tente? – assinto. Me concentro na minha respiração e não focar na dor mas está cada vez pior. -Vou tirar devagar, ok?
  -Tá... – Regina pega uma pinça e posiciona na pontinha do vidro e começa a tirar.
  -Não! Tá doendo! – ela para imediatamente. -Puxa de vez. -Regina assente e faz uma caretinha, puxando logo em seguida o vidro. Arregalei os olhos ao ver o quão grande era.
  Regina limpou meu pé e fez um curativo, um band-aid da Barbie. Quando comprei isso? Não faço a mínima ideia.
  -Hum... muito interessante... – comentei a observá-la melhor, ela me encarou com o cenho franzido.
   -O que? – levanta-se para guardar o kit e eu a olho dos pés a cabeça com um sorriso divertido. Ela vai ficar envergonhada mas não posso evitar.
  -Essa sua roupa, por isso não quis dormir aqui? Por isso preferiu arrumar o outro quarto? – ela olhou para o próprio corpo e corou violentamente.
  Regina usa uma blusa de um pijama meu, que (in)felizmente não é tão grande para cobrir sua calcinha preta rendada.
  -Belo corpo. – seguro a risada
  -Tá me deixando sem graça. – cruza os braços e sorri pequeno.
  -Desculpe, gatinha. – digo finalmente rindo.
  -Ai, você é tão sem graça. – semicerra os olhos. -Eu levei um susto, ok? Pensei que encontraria você desmaiada. Não sou acostumada a dormir com muita roupa. – sorrio.
  -Já eu posso até congelar, eu sempre estou empacotada. – digo levantando ainda com a toalha enrolada no corpo e pego minha roupa. –Se importa? – ela franze o cenho e eu reviro os olhos. De costas para ela, visto minha calça por baixo da toalha mas logo tiro-a para vestir minha blusa de manga cumprida.
  -Você é sempre sem vergonha assim? – não seguro a risada.
  -Nem sempre, mas bem, olhe para mim, eu tenho tudo que você tem! – dou de ombros fazendo uma caretinha. -Pode sentar, ok? Juro que minha cama não dá choque! – caminho até o banheiro para pegar as coisas para limpar minha bagunça e tentar tirar um pouco o cheiro do meu perfume que já estava me deixando enjoada.
  Tudo limpinho me joguei na cama, onde ela permanecia sentada e calada.
  -Emma?
  -Hum... – olho para a morena.
  -Você já se apaixonou? – arregalo os olhos completamente surpresa.
  -Paixão, paixão ou paixonite? – ela franze o cenho. -Quando mais nova tive muitas paixonites, nada muito profundo. Mas eu já me apaixonei de verdade, eu namorei com um rapaz e eu realmente gostava dele. – suspiro e sorrio. -Ele era o típico homem perfeito, me respeitava, era carinhoso, romântico, um bom filho e amigo, sempre buscava dialogar e resolver os problemas da melhor forma possível. Mas não queríamos as mesmas coisas, sabe? Eu não podia continuar com ele sendo que eu não poderia dar o que ele queria. – dou de ombros.
  -Você voltou a se apaixonar? – virei de bruços e apoiei o rosto na mão e passei a observá-la.
  -O quê?! – dou uma breve risada. -Acho que estou velha demais, aquele frio, borboletas no estômago, nervosismo na hora de falar, coração acelerado, sorrir feito idiota... Eu não... – vou parando de falar e fico séria. Me atento – pela milésima vez – a cada detalhe de seu rosto.
  Esse silêncio se estendeu durante bons minutos e nenhuma ousou desviar o olhar, começava a sentir minha garganta seca. Meu coração começou a bater rapidamente e pensei seriamente na possibilidade dela estar ouvindo.
  -Eu não... – tento novamente mas nada sai, não termino minha frase.
  Uma tensão quase palpável, o ar parecia estar nos faltando. Meu cenho franzido demonstra minha confusão, enquanto Regina divide sua atenção entre meus olhos.
  Não sei quanto tempo passamos assim, em silêncio absoluto. Eu estou sem saber o que lhe responder e ela parece ainda esperar uma resposta.
  Decidi devolver-lhe a pergunta:
  -Você já se apaixonou?
  E como um soco no estômago, ela respondeu com a voz baixinha:
  -Acho que estou me apaixonando.
•September•
  Um mês se passou desde que Regina revelou estar se apaixonando. Não nos afastamos, não mesmo. Mas não está sendo como antes, ela tentou novamente se distanciar mas não permiti mesmo que o fato dela gostar de uma pessoa esteja me incomodando. Por que? Não faço a mínima ideia!
  Eu realmente espero que essa pessoa a mereça e que ela largue o Gideon, perdi a conta que quantas vezes a peguei chorando no banheiro da Universidade depois de uma discussão. Ele parece estar cada vez mais usando drogas e Regina me prometeu que ele não lhe deu mais. Tentei convencê-la conversar com sua mãe ou até mesmo o Robert para falar sobre o vício do Gideon mas ela não quis. E eu não poderia simplesmente ir conversar com eles sem sua permissão.
  Regina fez umas amizades e não consigo descrever minha alegria ao vê-la conversando na sala. Anna, Ennid e Carl são ótimas pessoas e excelentíssimos alunos. Ennid e Carl namoram desde que comecei a dar aulas para eles, o pai dele é xerife de Storybrooke.
  Regina voltou a responder as perguntas nas aulas e isso me tranquilizou muito, ela é uma ótima aluna – uma das melhores que já tive –, eu não iria permitir que ela se perdesse.
  -É sério que você quer que eu vá? – suspiro pesado.
  Ruby e Zelena decidiram ir à Portland visitar umas amigas – elas darão uma festa e quer que eu e Regina também vá. Não gosto dessas coisas por nunca dar certo, sempre tem alguém se pegando e geralmente você também vai na onda.
  -Sim, amiga! Faz tempo que não viajamos... – olho para Regina.
  -Qual é, loirinha! Vamos, não vai ser nada demais, uma festinha, bebidas, gente bonita... – Zelena completa.
  -Tá bom! – me rendo. Elas não vão desistir mesmo.
  -E você, sis?
  -O que tem eu?
  -Não faz a doida comigo, você vai né? – Ruby e eu rimos.
  -Não posso, vocês vão querer vir só no domingo e eu tenho que estudar pois minha professora é muuuito exigente. – semicerro os olhos na direção dela.
  -Eu senti que isso foi uma indireta. – ela arqueia a sobrancelha e rir. -Vamos, eu te ajudo nos trabalhos depois.
  -Ok. – o casal comemora.
  Conversamos pouco até terminarmos de jantar. Ruby nos chamou dizendo que o Bae viajou com a Alison para passar o fim de semana fora, e que queria nos convidar para um coisa.
  Amanhã – sexta-feira – sairemos às 16:00 de Storybrooke, não demoraríamos tanto para chegar em Portland. Zelena já até reservou  um quarto em algum hotel, deixaram tudo resolvido.
  -Meninas, vocês não precisam ir agora né? – nego e Regina pensa um pouco mas também diz que não.
  -Ah não, amor! – Zelena resmunga.
  -Qual é o problema? A Emma gosta! – diz já com um bico enorme nos lábios. Olho para Regina sem entender nada.
  -Como?!
  -O que foi, mulher? – franzo o cenho assim que ela me olha. Zelena consegue ser bem assustadora quando quer. -Do que eu gosto? Amiga, não me mete em saia justa...
  -Você gosta de Barbie? – sorrio totalmente derretida.
  -É simplesmente sensacional! Nós vamos assistir??? – pergunto animada já levantando, puxo Ruby pela mão e corro até a sala.
  -Qual vamos assistir, Babe? – minha amiga pergunta ajoelhada ao meu lado enquanto vejo as opções de DVD’s da Barbie.
  -Estou na dúvida entre O Castelo De Diamante e A Princesa e a Plebeia... – digo ignorando as irmãs que nos observava.
  -Nós não vamos poder opinar? – olho para Regina me perguntando se ela realmente nos interrompeu. -Desculpe! – levanta as mãos e se joga no sofá.
  -Acho que o Castelo de Diamante! – assinto e coloco o filme.
  Levantamos rapidamente e enquanto eu apago a luz, Ruby se jogou no sofá e deitou a cabeça nas pernas de Zel. Sentei ao lado de Regina e olhei para Ruby que estava próxima dela.
  -Um, dois, três... – conto e ela assente.
  -É raro achar amiga assim. Você está sempre lá, torcendo por mim. Nós temos tanto pra falar... – ela começou cantando.
-Você faz tudo melhorar. Minhas piadas, as palhaçadas, te fazem gargalhar. Tudo o que eu quero pedir, é o que te faça sorrir... – continuo.
  -É que cultivemos pra sempre essa união. Sigamos sonhando assim, eu cantarei por você e você por mim... (Oh,Oh,Oh)
  -A nossa canção...
  -Lalalalalalalaaaa, lalalala, lalalalalalalaaaaa. – finalizamos. Ela me jogou um beijo no ar e eu devolvi. Regina e Zelena nos encaravam tentando ocultar um sorriso.
-SQ-
  -Gatin... – parei minha fala e engoli seco ao ver que umas pessoas olhavam. -Senhorita Mills.
  -Senhorita Swan...
  -Não ri de mim, ok? – murmuro. Chamo-a para um cantinho com menos gente.
  -É muita frescura essa Universidade, eu sou sua amiga. – revira os olhos. -Mas diz, o que foi?
  -Você tá de carro? Porque assim que eu sair daqui vou ir pra casa da Ruby e de lá mesmo vamos sair.
  -Não, não estou...
  -Ótimo. Me espere quando tocar o sinal, tá? – ela assente e antes de sair, sorri e pisca um dos olhos.
  ^•^
  -O que houve? – pergunto ao entrar na sala dos professores e ver a cara de todos.
  -Emma, amiga!!! – Jasmine se controlou para não gritar mas não funcionou.
  -Você é uma fofoqueira... – Ezekiel diz rindo.
  -Ah, me erra! – chega mais perto de mim. -O chefinho tá dando o maior esporro no filho, quem passa na frente da sala consegue ouvir. O garoto fez uma merda das grandes!
  -E você estava lá ouvindo? – semicerro os olhos rindo.
  -Me poupe, Swan. Eu tenho senso. E-eu... eu somente passei na hora e acabei ouvindo. – desvia o olhar.
  -Descarada! – acusa o professor e nós rimos. -Mas, eu também ouvi.
  -O que está havendo com vocês, hein? Deu pra ficar ouvindo conversa alheia por aí??? – sento-me ao lado de Ezekiel e logo Jasmine faz o mesmo.
  -Não sabemos direito, mas ele destratou a namorada e a madrasta em um jantar, o Robert deixou escapar isso muito alto. Ele estava realmente bravo...
  -O Robert é casado???? – pergunto surpresa.
  -Ai Emma, ele namora há uns dois anos, nunca viu ela? Belle French, a moça da Biblioteca da cidade...
  -Nossa, eu não sabia... São uns amores, né?
  -Demais! – concorda Ezekiel e Jasmine assente. -Por isso foi tão esquisito o Robert gritando, ele é calmo. E mais esquisito ainda, é o Gideon destratando a Belle, ela é uma moça tão doce.
  Belle é uma moça – com seus trinta e poucos anos – muito gentil, nunca falei muito com ela apesar de ir bastante à Biblioteca mas já troquei algumas palavras. Porém, não me surpreende o Gideon tê-la dito algo malcriado, garoto ignorante! Pelo pouco desse diálogo, percebi que o Robert não faz ideia do quão mal Regina é tratada, ele não permitiria isso. Sequer deve saber que o filho usa todo tipo de droga.
  -Merda! – resmungo levantando. -Tenho que ir. – pego rapidamente minhas coisas.
  Espero que Regina ainda esteja me esperando.
  Me despeço dos únicos dois professores e saio da sala, seguindo até o estacionamento.
  -Ufa... – murmuro ao vê-la encostada numa parede próxima da saída, mas logo meu olhar muda para preocupado.
  Regina está distraída no celular e se aproximando dela, um homem de aparentemente trinta anos, olhando-a dos pés a cabeça e mordendo os lábios. Senti meu estômago embrulhar e uma pontinha de raiva me consumir, - e talvez ciúmes, afinal, ela é minha amiga - a morena está muito bonita com sua saia lápis e cropped pretos e saltos nude. Normal admirar, - afinal eu também o fiz – mas ele estava com um propósito e pensar nisso não me agradou. A ideia dele cantando ela não me agradou.
  Antes que esse homem chegasse ainda mais perto, apressei os passos.
  -Ei, gatinha! – ela levantou o olhar e sorriu inocente, sequer o tinha visto.
  -Nossa, você demorou. – pego sua bolsa para que alivie seu ombro. -Estava quase indo embora... – sorrio e antes que pudesse respondê-la, vejo o mesmo homem mais próximo.
  -Vem, vamos. – passo meu braço por sua cintura - pouco me importando com o local onde estamos – e a abraço, guiando-nos até meu carro. -Entra. – abro a porta e ela o faz com o cenho franzido, provavelmente sem entender a pressa.
  -Tá tudo bem? – solto a respiração que nem percebi estar prendendo ao travar meu carro, ela me olha ainda mais confusa. -Tá se sentindo bem?
  -Estou sim, querida... – sorrio e ligo carro.
  -Ah... – soltou de repente. -Entendi... – segui seu olhar e ela observava o homem do outro lado da rua. -Obrigada, não tinha nem percebido que tinha alguém... As vezes me arrependo de vestir essas roupas. – comenta com o tom de voz leve. -Recebo tantos olhares pela rua e nos corredores da Universidade, uns nada discretos mas eu amo minhas roupas. – dá de ombros e eu lhe sorrio.
Poucas horas depois
  -Pegou tudo? – Regina assente e põe uma pequena mala no carro.
  Após comermos com as meninas, esperamos que elas terminassem de arrumar as coisas da “viagem” E seguimos até a casa de Regina para que pudesse pegar suas roupas e etc.
  Ruby e Zelena estão atrás e Regina sentou-se do meu lado.
-SQ-
  Depois de uma breve conversa minha com a Ruby sobre ela pôr eu e Regina no mesmo quarto com uma só cama, decidi deixar pra lá e arrumei minhas coisas no meu quarto temporário. Tenho certeza que minha amiga fez de propósito.
  -Emma? Posso entrar? – olho para a porta e vejo Regina.
  -Claro que sim!
  -Não tem problema caso não queira que eu durma aqui, ok? Eu posso...
  -Ei, não tem problema. Eu só pensei que não fosse ficar a vontade, sabe... você não dorme muito... vestida. – ela sorri e assente.
  -Por mim tá tudo bem!
Regina me ajudou a terminar de ajeitar o quarto e eu a ajudei a arrumar suas coisas.
  A “festa” começará hoje e provavelmente, se estenderá até amanhã. É sempre assim. Como nós vamos sair lá pras nove/dez horas, decidi tirar um cochilo.
  21:47
  Terminei de passar o batom vermelho e sorri ao ver meu reflexo no espelho. Estou usando um short jeans branco desfiado, blusa preta de alcinhas e botas. Meu cabelo solto e liso, sem os costumeiros cachos. Pulseiras, anéis e colar completaram tudo.
  Regina está linda em um vestido preto de couro, meia-calça e saltos da mesma cor. Os lábios tingidos de vermelho sangue, brincos pequenos e o colar que lhe dei são as únicas bijuterias que está usando.
  -Meninas, vamos!! – Zelena nos gritou.
  O caminho até a casa das mulheres não foi tão longo e não era possível errar a casa pois tocava um música muito alta e na frente já tinha várias pessoas bebendo.
  Assim que entramos eu fui atrás de uma bebida e Ruby foi procurar suas amigas.
  -Olha só, agora que começou a chegar as pessoas bonitas. – levanto o olhar vejo uma morena de olhos verdes me sorrindo. -Não é daqui, é?
  -Não, não sou. – sorrio.
  -Tá explicado! Sou Milah. – aperto sua mão estendida.
  -Emma Swan.
  A conversa entre eu e Milah fluiu tranquilamente apesar do barulho, ela é bem divertida e estava muito bêbada. Porém, lúcida. Ainda.
  Não vi nenhuma das três desde que entramos. Não sei como, mas cá estou eu, sentada no chão em uma rodinha com mais ou menos dez a doze pessoas e, do meu lado, Regina. Pela cara dela, percebi que não faz ideia do que está fazendo ali. Nem eu faço.
  -Então, deixa eu explicar. – um rapaz muito bonito começou. Gay, ele é muito gay. -Esse é o Jogo Da Sedução, nós vamos virar esta garrafa e na pessoa que parar, nós vamos girar esta coisinha aqui, que vai dizer o que você vai fazer em outra pessoa, o lugar e quantas vezes, ok? Quem não cumprir, tira uma peça de roupa! -todos vibraram enquanto eu engoli seco.
  O homem girou a garrafa e parou numa loirinha, em seguida rodou a “roleta” e parou em Beijar, barriga  e Duas vezes. A loira girou a garrafa e parou em um homem de olhos azuis, que sorriu malicioso. Os dois levantaram e ficaram no meio da roda, ele levantou a camisa e nesta hora me senti no começo de um filme pornô, a loira beijou e chupou a barriga do homem de uma forma bastante erótica. Todos ao redor começaram a gritar.
  O jogo seguiu “tranquilamente”, parou em mim algumas vezes e eu não precisei tirar roupa, foi coisa simples como beijo no pescoço, mordida na barriga, nada de beijo em boca. Regina respirava aliviada sempre que garrafa passava direto.
  Minha boca secou e minha respiração ficou falha ao ver a garrafa parar em Regina. Ela me olhou com os olhos arregalados e negando com a cabeça.
  -Espero que pare em mim... – uma moça falou. Arqueei a sobrancelha sem gostar nada deste comentário.
  -Vamos lá, gata! – o rapaz disse e girou a “roleta” e parou em Beijo, boca, 1 vez. -Gira!! – todos começaram a bater palmas e Regina girou.
  Eu prendi a respiração.
  Ruby e Zelena nos observavam mais distantes.
  Voltei minha atenção para a rodinha quando ouvi gritos e comemorações. Olhei a garrafa e arregalei os olhos.
  -Não... - encarei Regina que estava com os olhos fechados e negando com a cabeça.
  A garrafa parou em mim!
  Não! Não...
-Então gata, se não quiser beijar a loira gostosona, o que é um erro, tem que tirar uma peça de roupa!
  Suspirei. Além de tímida, Regina me contou que tem marcas visíveis pelo corpo. Cicatrizes.
  -Eu posso tirar uma peça de roupa por ela. – todos me olham.
  -Apesar de saber que muitos querem ver seu corpo sarado, são as regras. – levanta as mãos.
  -Ai, vão logo! – alguém gritou. -Beija! Beija! – todos foram na onda e começaram a gritar beija e a baterem palmas.
  Quando voltei a encarar Regina, ela já me olhava. Meu coração cada vez mais acelerado e minha boca seca.
  Cadê minha bebida???
  -Regina... – ela negou com a cabeça e se aproximou.
  A morena segurou meu rosto entre suas mãos e roçou seus lábios nos meus suavemente.
  -É um beijo, tá? Nem ousem se afastar!! – o mesmo homem gritou. Acabei sorrindo, segurei sua cintura com uma das mãos e com a outra, segurei seus cabelos na região da nuca, trazendo-a para mais perto de mim.
  Regina pediu passagem com a língua e eu não pensei duas vezes antes de conceder. Não resisti e apertei firmemente sua cintura, sorri ao sentir sua pele arrepiada.
  Fui me afastando ainda sem soltá-la, chupei lentamente seu lábio inferior e a soltei.
  Abri os olhos e todos estavam em silêncio, franzi o cenho sem entender. Regina não me olhou, está com o olhar fixo no chão.
  -Laura Prepon que nos defenda! – o homem se abanou. -O que foi isso?! Pelas Deusas, deu até calor e pornô lésbico não é o meu preferido! – todos riram.
  E eu?
  Eu não sei o que fazer. Não voltei a olhar a Regina, e ela também não o fez. Quando fizeram menção de girar novamente a garrafa, levantei e fui rapidamente até a cozinha atrás de alguma bebida.
  Eu não gostei! Não posso ter gostado...
  O gosto de alguma bebida forte que ela tomou ainda está na minha boca.
  Abri a geladeira e peguei uma água com gás, virei metade e fechei os olhos.
  -Amiga, o que foi aquilo? – me assusto com a voz de Ruby.
  -O que foi o quê?
  -Não finja a sonsa. Aquele beijo! Credo, sinto a tensão até agora! – diz com um sorrisinho e eu reviro os olhos.
  -Não foi... não foi nada. Era o jogo, não é?! – ela assente ainda com seu olhar desconfiado. Mostro-lhe o dedo do meio e saio de perto, indo até algum banheiro desocupado.
  Depois de ver algumas pessoas vomitando, subi as escadas e entrei no primeiro quarto que vi. Encostei-me na porta e suspirei fechando os olhos.
  Que merda! Merda das grandes!
  -Tá se sentindo bem?
  -Credo, mulher! – arregalo os olhos. -Que susto!
  -Desculpe. – ela sorri sem graça.
  -O que faz aqui nesse escuro? – me aproximo e sento-me ao seu lado.
  -Pensando.
  -Oh! Tá... é... – ela rir. Reviro os olhos e lhe encaro.
  -Você fica uma graça envergonhada e sem palavras.
  -Eu não...
  -Você não??? – ela oscila sua atenção entre meus olhos.
  Não respondi. Novamente sentia meu coração acelerado, frio na barriga e minha boca seca.
  -Que droga, gatinha! – exclamo frustrada.
  -É, eu sei. – prendo meus cabelos e lhe sorrio.
  -Eu vou descer. – levanto-me, ela permanece sentada na beira da cama. -Qualquer coisa me procura, tá?
  -Tá bem... – deposito um beijo em sua testa.
  Minhas mãos em seu pescoço a acariciava suavemente. Não me afastei muito, mas o suficiente para olhar em seus olhos e sentir seu hálito quente.
  -Emma... – sussurrou com a voz ainda mais rouca. Contornei seus lábios com meu polegar e suspirei.
  -Huh...? – murmuro ainda com o olhar fixo em seus lábios. Estremeci ao sentir suas mãos em minha cintura, apertando.
  -Me beija... – pediu, suas mãos agora num carinho bobo pelas minhas costas.

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Que???? Kkkkk
Não é alucinação rs
Estou feliz pela Lana ter completado mais um ano 😊 e não estava entendendo nd da live dela, ent resolvi voltar para presentear vocês kkkkk
Espero muuuuito que vcs tenham gostado, esse capítulo foi um dos primeiros capítulos que escrevi, eu já "vi" Esssa cena na minha mente quando comecei esta fic, estava somente mudando umas coisas ent este acontecimento sempre esteve nos meus planos, assim como o capítulo 16 - que estou mudando e acrescentando umas coisinhas tbm.
Comenteeeeem
Até mais! 💕

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