Capítulo 14

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CAPÍTULO 14


-Emma! Ai meu Deus!! - olho assustada para Regina assim que abro a porta do meu apartamento para ela entrar.


-Credo, mulher! Quer me matar? - franzi as sobrancelhas. -O que foi?


-Eu consegui! Consegui!


-O que...?


-Eu vou trabalhar na Hope! - sorrio.


-Que bom, gatinha! - abraço-a apertado. -Eu disse que você conseguiria! Estou feliz por você!


Deixem-me atualizar vocês. Depois da "festa" da Regina, ouso dizer que nos aproximamos ainda mais. Sempre que possível nos víamos, sempre nos falamos pelo WhatsApp apesar dela demorar uma eternidade para responder já que não gosta muito de usar o celular.


Papai ainda não criou coragem para pedir o divórcio, diz estar com medo da reação de mamãe. Desde a festa dos meus sobrinhos que não falo com ninguém, exceto David. Não vejo Mary, Rose e muito menos o Neal, não entraram em contato e eu também não o faria.


Eu e Melinda estamos conversando bastante, almoçamos algumas vezes, ela conheceu a Ruby. Vi o exame e realmente, ela é minha irmã. Mesmo eu insistindo, Melinda não quis que eu falasse com minha mãe e nem meu pai sobre ela. Diane - sua prima, que descobri ser adotada também - continua a mesma coisa, séria, imparcial. Algumas vezes ela rir, faz alguma piada mas nada muito profundo, ela é fechada e isso me lembrou muito a Regina. Mel me contou que ela tem uma irmã biológica que não vê desde que tinha seus dez anos, que foi quando foi deixada no orfanato. Contou que ela sente muita falta e que anda sempre com uma foto da garotinha - que tinha seus dois aninhos - num colar. Ela tem trinta anos e sua irmã está/estaria com seus vinte e dois.


-O que foi? - pergunto ao perceber que ela ficou calada. Sentei ao seu lado no sofá.


-A mamãe...


-E o seu namorado. - completo.


-Sim. Continuam implicando sobre eu trabalhar e não importa o que eu diga, não mudam de ideia. Mamãe só quer que eu trabalhe depois que terminar a faculdade e o Gideon porque me quer dependente dele. E eu não sei... - suspira triste. -Não estou ligando tanto para o Gideon pois nada do que eu faça o agrada. Mas a mamãe, Emma... Ela me deixou na dúvida sobre querer ir, não quero deixá-la triste comigo.


-Vem cá. - ela se aproxima e deita a cabeça em meu ombro, seguro uma de suas mãos e entrelaço nossos dedos.


-Não quero pensar em decepcioná-la...


-Ei, seus pais sentem muito orgulho de você! Cora não quer que fique sobrecarregada e é compreensível. Tente conversar com ela novamente, diga que vai conseguir equilibrar tudo e que isso ajudará você não só na independência, mas também porque ficará menos em casa com o Gideon, que é na verdade o real motivo por estar procurando um emprego. - ela assente.


-Vou tentar novamente.


-Faça isso... Tenho uma coisa para você. - levanto e vou até a cozinha.


-Já sei! - diz rindo. -Você quer mesmo me engordar né? - entrego-lhe a caixinha.


-Você sempre fala isso mas termina comendo tudo.


-Que lindo, Emma! - exclama ao abrir a caixa e ver os quatro cupcake decorados.


Desde o dia que ela me apelidou de cupcake por gostar do doce, que eu lhe dou. Sempre que possível compro uma caixa com quatro bolinhos decorados. Quando vou ao supermercado e vejo sempre compro ou em alguma lanchonete que tenha.

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