Capítulo 23

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Capítulo 23
Regina
(Make Me Feel - Janelle Monáe)
(Baby, don’t make me spell it out for you
All of the feelings that I’ve got for you
Can’t be explained, but I can try for you
Yeah, baby, don’t make me spell it out for you
You keep on asking me the same questions (why?)
And second-guessing all my intentions
Should know by the way I use my compression
That you’ve got the answers to my confessions

It’s like I’m powerful with a little bit of tender
Na emotional, sexual bender
Mess me up, yeah, but no one does it better
There’s nothin’ better)

Agora eu sei que nunca foi besteira o que a Zelena me dizia. Tenho absoluta certeza, afinal estou sentindo o mesmo. Ah! Quer saber? Não vou falar novamente sobre isso.
  Após o encontro perfeito que tivemos, não voltamos para a cidade. Então, aqui estamos nós subindo para um quarto na pousada Dragonfly Inn. Sentia a Emma me olhar a cada cinco segundos e sorrir. O engraçado recepcionista falava algo com seu sotaque puxado mas que sinceramente, não estávamos prestando atenção. O local estava quase lotado, havia somente um quarto desocupado – que agora é o nosso.
  Chegamos em frente a porta de madeira branca e ele se virou para nós e sorriu, dizendo um simpático fiquem a vontade, nos entregou a chave e saiu.
  -Você realmente planejou tudo, huh? – ela se virou para mim e sorriu.
  -Eu imaginei que fôssemos nos distrair e passar da hora, sempre achei essa pousada uma graça. – concordo olhando ao redor.
  Ela entrou no banheiro e eu me encostei na janela, olhando a vista linda do lago e dos estábulos. Andar a cavalo não seria nada mal.
  Fecho os olhos e suspiro.
  Então é assim estar feliz? Esse é o verdadeiro significado da felicidade? É simples assim ou é preciso fazer alguma coisa ou pagar de alguma forma, por toda minha vida precisei pagar pelas coisas, por toda minha vida precisei... não, eu não precisei mas me fizeram pagar. Não falo somente de coisas materiais, talvez no sentido geral. Não estou falando somente de pagar no quesito dinheiro, estou falando sobre pagar por coisas que eu não fiz, sobre ser culpada por algo que eu nunca sequer pensei em fazer, estou falando sobre fazerem algo mau e apontarem o dedo pra mim e eu não poder fazer nada por não ser ninguém segundo as pessoas. Estou falando sobre ver as pessoas dizerem algo sobre mim ou inventarem e eu não poder falar simplesmente nada, eu não tinha voz eu não podia dizer nada. Eu não tinha nada. Eu vi as pessoas falarem, mentirem, apontarem o dedo mas eu não podia falar nada, talvez por medo do que as pessoas poderiam falar ainda mais sobre mim ou simplesmente por ter medo de magoar sabe? Eu não poderia me opor, eu não tinha nada, não tinha o direito de expressar minha opinião.
  Demorei para sentir e encontrar a felicidade e sei que veio para mim no melhor momento. Lembro da sensação de ser abraçada por meus pais ao ouvirem o meu sim sobre ir morar com eles, de ser recebida pela Zelena e seu sorriso acolhedor, seus braços protetores. Então eu... eu sei que estou feliz.
  Eu sei que esse sorriso que carrego nos lábios é a felicidade batendo a porta. Agora eu sei que tenho mais um motivo para me sentir bem e lembrar disso fez meu sorriso se alargar. Felicidade não é ser, é estar. Bem, eu acho assim. Para mim há momentos e momentos.
  E agora, neste momento, eu não poderia estar mais feliz!
  -Já fazem uns minutos que estou aqui tentando entender essas caras e bocas que você está fazendo. E esse sorriso... Hum, ele muito me agrada... – se aproxima de mim e me abraça, olhando também a vista pela janela.
  -Estou sorrindo muito? – solto a respiração e deito a cabeça no seu ombro.
  -Uhum! – ficamos em silêncio observando tudo do lado de fora.
  -Desculpe tocar neste assunto mas... – me viro para olhar em seus olhos. Ela já sabia aonde eu queria chegar, sei disso somente pelo suspiro alto que deu. -Err... Deixa pra lá.
  -Não, tudo bem Gatinha. Eu fui jantar na casa dos meus pais e ganhei um tempo até ter certeza do que fazer com Neal, ele voltou a te incomodar? – seu olhar estava preocupada e sua voz serena.
  -Não, não... Isso me fez estranhar. – dou de ombros.
  -Sabe que não deveria se acostumar, não é? – balanço a cabeça. -Eu estou sempre bem, sempre disposta a ajudar e aparento sempre estar feliz mas mão é assim, sabe? Claro que não tenho motivos para estar sempre reclamando das coisas mas não estou sempre de bem com tudo, tenho meus momentos “senhora das trevas” , gosto de chamar assim. Quando mais jovem, tive que me acostumar com o Neal me enchendo o saco, afinal era o meu irmão, eu tinha aturar segundo as pessoas. Ele falava sobre tudo, aprontava comigo e já até me fez perder coisas importantes, isso foi um dos motivos que me encorajou a sair de casa e em uma das minhas visitas a Storybrooke, ele falou sobre a Ruby e sobre o que gostaria de fazer com ela usando palavras baixas e eu ouvi tudo sentada e ninguém falava nada porquê ele era homem e meu irmão mas eu não consegui, eu falei coisas para ele usando palavras tão baixas quanto... – seus olhos já estavam marejados mas sua voz não falhava. -E ao me ouvir rebatendo mamãe me mandou calar boca, jogou coisas na minha cara e vovó ficou do meu lado, ela estava na cidade este dia. Acontece que... eu falei alguma coisa que o Neal não gostou e ele exigiu que eu pedisse desculpas, eu me recusei e permaneci sentada e o que me lembro é de ter caído com o murro que ele acertou no meu rosto, não sei em qual momento ele fez pois não prestava mais atenção, somente senti o impacto e meu rosto latejando. Fiquei em casa até que meu rosto desinchasse pois ela não queria que ninguém visse, usou muito bem as palavras e eu não pude prestar queixa e talvez essa seja uma das únicas coisas que eu me arrependa de fazer. – me atentei a suas expressões mas ela parecia calma. -O que quero dizer meu bem, é que você não tem que se acostumar com coisas assim, não precisa aturar essas coisas e ficar calada. A Ruby me disse uma vez assim “Amiga, você tem voz, aprende a usar!” e faço dessas, as minha palavras. Use a sua voz, não te ouviram? Grite! Não deram a mínima para sua opinião? Faça acontecer, fale e fale até reavaliarem. Todos tem direito de expressar sua opinião, querida. Todos tem direito de se opor às opiniões alheias e você também! Então, use a sua voz. Não se cale diante de pessoas que queiram te diminuir, você, tanto quanto ela, tem o direito de falar.
   -SQ- Uma semana depois
  Emma Swan, Pov's
  O segundo encontro concordamos que ficaria por conta da Regina – já que eu arquitetei o primeiro - e tivemos uma noite incrível, nós jantamos em um restaurante italiano e nos conhecemos ainda mais, estávamos tão íntimas. Ah! Devo ressaltar que ela foi toda fofa e romântica, seu nervosismo era engraçado e adorável. Ao sairmos do restaurante, fomos até a praia e ficamos lá, só isso, observando o mar – ela sim – e eu a ela.
  -Professora? - balanço a cabeça espantando os pensamentos e foco minha atenção na Enid.
  -Pode falar, querida. – peço enquanto arrumo minhas coisas.
  -O senhor Gold mandou avisá-la que no horário do almoço estará disponível.
  -Ah sim, claro! Obrigada. – sorrio e ela sai.
  Olho a sala e suspiro, o sinal logo vai tocar e eu enfrentarei meu chefe. Os alunos começaram a se organizar também somente esperando dar o horário para saírem. Levantei-me e fiquei perto da porta no momento que o sinal tocou, eles levantam e saíram, cada um falando comigo e logo eu estava sozinha.
  Peguei minhas coisas e segui até a sala do diretor.
  Bati levemente na porta e ouvi a voz de Gold concedendo a entrada.
  Entrei.
  Robert estava sentado na enorme poltrona e digitava algo no computador mas ao levantar o olhar e me ver, o desligou e me deu total atenção.
  -Sente-se. – o fiz após alguns segundos. -O que deseja?
  -E-eu... Eu vim pedir minha demissão. – ele não respondeu, sua expressão era de choque e seus olhos me analisavam.
  -Aconteceu algo que a incomodou?
  -Não, não é isso... Só... – cruzo o braços e solto a respiração. -Eu me apaixonei. Isso aconteceu. – ele balança a cabeça como quem já sabia. -Eu me apaixonei pela Regina, cunhada da minha amiga. Não foi pela senhorita Mills, minha aluna. Eu a conheci antes mesmo de ser sua professora e eu não sei, talvez tenha sido o universo que nos colocou nesta posição mas eu realmente gosto dela e não posso fazer nada sendo sua professora. – ele continuou ouvindo. -Eu serei eternamente grata pela oportunidade, eu amo dar aula e adorei ser professora aqui mas eu...
  -Você gosta dela.
  -Sim, muito. Não posso dar aula sabendo dos meus sentimentos por ela e é muito intenso, não posso ignorar.
  -Compreendo. Então você está mesmo... – o interrompo suavemente.
  -Sim, estou pedindo demissão. Hoje é o meu último dia aqui.
  Terceiro encontro
  Terminei de abotoar a blusa branca social e me olhei espelho, shorts jeans de lavagem clara e chinelo. Sim, será algo mais “simples” esta noite. Meu cabelo prendi num rabo de cavalo e não usei maquiagem, somente um gloss.
  Saí de casa após pegar minha bolsa e chaves e segui rumo a casa de Zelena, onde estava Regina.
   Ao chegar na frente da casa, mandei uma mensagem para Regina avisando que já estava esperando pois se eu batesse na porta, o casal não nos deixaria sair hoje.
  -Ei! – sorrio para Regina e olho-a dos pés a cabeça. Sua roupa é simples, um macacão preto de tecido que chega até pouco acima dos joelhos e nos pés uma sandália de tiras. Seu rosto como sempre livre de maquiagem e somente seus lábios tingidos de vermelho.
  Dirigi com calma – coisa que não havia em mim – até a praia, onde estava a surpresa. Minhas mãos estavam suada e tremendo levemente e talvez Regina tenha percebido, pois logo colocou a sua sobre a minha perna numa falha tentativa de me acalmar.
  -Você está bem?
  -Sim, sim...
  Alguns minutos depois parei o carro e soltei a respiração.
  Chegou a hora, Emma!
  ⏰ horas depois...
  Minhas costas doíam por estar na mesma posição há um certo tempo, a almofada não parecia me ajudar em nada.
  Contratei uma equipe para preparar tudo que planejei. Em uma área na praia – que se tornou um lugar especial para nós duas – havia um tecido grande e branco, almofadas e velas artificiais dando um ar mais romântico, pétalas de rosas bem espalhadas ao nosso redor e a comida estava divina, o vinho era muito bom apesar de somente ela estar bebendo, preferi ficar somente na água.
  -Regina... – chamo baixinho e percebi o momento que franziu as sobrancelhas. Eu dificilmente a chamo pelo nome.
  -Emma! Você tá pálida...
  -Estou bem, não se preocupe. – seguro sua mão e sorrio fraco.
  -Tem certeza? – balanço a cabeça sutilmente.
  -Eu preciso falar umas coisas. – levanto o olhar e encaro seus olhos que me analisavam atentamente.
  -Claro!
  -E-eu gostei muito dos encontros e sinceramente, não sei como conseguimos tanto! Foram três! – rimos levemente. -Foi incrível! Todos. Mas...
  -Mas...?
  -Eu não quero mais encontros assim e...
  -Oh! Eu... Nossa... – ela também começou a ficar nervosa e isso piorou o meu estado, já não controlava mais minha mão que tremia casa vez mais.
  -Não, não! – a mão livre passo no rosto e respiro fundo. -Não quero mais encontros onde sejamos apenas amigas. A próxima vez que sairmos, quero você como minha namorada, Regina.
(That’s just the way you make me feel
That’s just the way you make me feel, uh huh
So good, so good, so fuckin’ real, uh huh
That’s just the way you make me feel
That’s just the way you make me feel)
(You know I love it, so please don’t stop it
You got me right here in your jean pocket (right now)
Laying your body on a shag carpet (oh)
You know I love it, so please don’t stop it)
(It’s like I’m powerful with a little bit of tender
Na emotional, sexual bender
Mess me up, yeah, but no one does it better
There’s nothin’ better)
[...]

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Oi gente, não vou me prolongar muito, vim somente para não ficar tanto tempo sem atualizar.
Ent, acontece que eu adoeci e dessa vez foi bem pior, pretendo dar detalhes depois. Estou somente explicando o motivo da ausência, não estou sequer pegando o celular, não apareci nem no Instagram para dar uma explicação...
Até mais! 💕

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