Capítulo 13

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CAPÍTULO 13
  Assim que Regina estacionou o carro em frente a minha casa, vi o carro de Zelena enquanto a mesma batia desesperadamente na minha porta.
  -O que houve?! – fala alto o suficiente para que ela escute enquanto eu e Regina saímos do carro.
  -Emma! Graças a Deus! – para um pouco para recuperar a respiração.
  -Calma... Cadê a Alison e a Ruby? – seguro-a pelos ombros.
  -Ali está bem! Mas a Ruby não para de chorar, não fala comigo... Não me diz absolutamente nada!! Já não sabia que fazer.
  -Onde ela está??
  -Ela tá no carro! – entreguei minha chaves a Regina e me dirigi até onde minha amiga está.
  Abri a porta de trás depois de ver que era ali que ela estava e sentei ao seu lado. Meu coração apertou ao vê-la chorando baixinho, seu rosto completamente vermelho.
  -Ei Bi... – ao ouvir minha voz se jogou nos meus braços e chorou ainda mais. -Ei, amor... Quer contar o que houve?
  -E-eu... eu perdi ela...
  -Quem você perdeu? – seguro seu rosto entre as mãos para enxugar suas lágrimas mas não adianta. -Hum? Quer contar?
  -Minha paciente, Babe... Ela tinha a idade da Alison e eu estava responsável pelo seu caso e.. E eu não consegui salvá-la, eu avisei que não poderia ficar, cuidar do caso...
  -E por que puseram você? – volto abraçá-la.
  -Disseram que eu sou a melhor mas não sou! Eu não podia... Emm... ela se parecia tanto com a Alison, amiga... Os olhinhos, o cabelo... foi como se... Se eu tivesse matado a minha filha!
  -Não! Você não matou ninguém! Tá me ouvindo? Ruby! – faço que ela me olhe. -Você é a melhor e tenho absoluta certeza que fez tudo que podia... Meu bem, repasse todo o caso, pense... Eu sei que fez tudo que podia. Não volte a pensar que é incompetente, ok? Por favor, abra os olhos e veja que fez de tudo pela garotinha...
  -Você não sabe, nem eu sei e...
-“E” nada! Você sabe que fez de tudo tanto quanto eu e seus colegas de trabalho! Tá legal? Depois que você melhorar tente repassar tudo que fez e veja se deixou passar algo, vai ver que tenho razão. Você fez de tudo!
  Aperto-a em meus braços enquanto ouço seus soluços contidos e continuo murmurando “Você fez de tudo”. Não é primeira vez que isso acontece. Ela nunca fala com ninguém se não comigo quando isso acontece.
  -Vamos entrar? Você toma um banho, come alguma coisa e tenta relaxar, hum? O que acha? – chamo após ela se acalmar um pouco. -A Zel e a Regina estão muito preocupadas e estão nos esperando... Vou conversar com elas enquanto você sobe e prometo que não farão perguntas!
  -Ok... – saio do carro e seguro a porta para que ela saia. Abraço-a pelos ombros e vou caminhando até minha casa.
  -Teremos as besteiras de sempre e os mesmos filmes, prometo!
  -Obrigada! – sorri pequeno.
  Entramos e as duas nos esperavam na sala, Zelena levantou rapidamente ao nos ver. Sibilo que está tudo bem e subo com Ruby para o quarto.
-Fique o quanto quiser, ok? Vou conversar com elas e vou ao mercado. Não demoro.
  -Tá...
  -Vai ficar bem? Quer que peça a Zel que fique aqui esperando você sair? Ou sei lá...
  -Não, tá tudo bem. Se precisar de algo eu chamo. – assinto e deposito um beijo em sua testa e saio, encostando a porta.
  Conversei e expliquei mais ou menos o que aconteceu e saí para ir ao mercado com Regina, Zelena ficou pro caso de minha amiga precisar de alguma coisa.
  -Você tá bem? Hoje estão todos em silêncio... – pergunto depois de uns minutos dirigindo no mais puro silêncio.
  -Estou. Fiquei pensativa após essa história, deve ser ruim perder um paciente e acho que deve ser ainda pior sendo uma criança...
-É... – suspiro.
  -SQ-
  -É sério que a Ruby come isso tudo hoje? – pergunta rindo enquanto coloca o sinto. Saímos do mercado depois de uns trinta a quarenta minutos comprando coisas que gostamos.
  -Seríssimo! Ela triste ou com raiva consegue comer bastante, é incrível! E esses marshmallows então...
  -Eu não consigo comer...
  -Eu também não. E eu já sou muito cheia de frescura para comida.
  -Como assim?
  -Tem muitas coisas que não gosto de forma alguma. – ela rir.
  -Sorvete de flocos é uma delas?
  -Não, eu ainda vou comer novamente graças a você e então direi se gosto ou não.
  -Hum, então o que?
  -Frutos do mar! Nada que tenha coisas do mar ou que envolva...
  -Você não come peixe?! Nem lagosta??? – só de imaginar fiz uma careta e pude ouvir sua risada.
  -Não mesmo! Não gosto de beijinho, sabe? Esses docinhos de festa com côco? – ela assente. -Também não gosto de côco.
  -Uau!
  -Tem outras coisas mas eu tomaria muito tempo! Vamos? – saímos do carro e entramos em casa.
  17:45pm
  Fechei a porta após minhas amigas saírem depois de uma tarde comendo e assistindo filmes. Ficamos eu e Regina.
  -Não gostei do final deste filme. – fala Regina depois de ter ficado uns minutos em silêncio raciocinando.
  -Por que?
-Ela voltou pro David! O Jonh estava disposto a tudo por ela...
  -Inclusive deixá-la ir. – Rebato. -Ele a amava mas não era recíproco, a Diana amava o David, o que ele poderia fazer se não deixá-la ir?
  -Ótimo argumento, mas ainda estou inconformada! – cruzou os braços.
  -Gatinha, pense... Ele percebeu no olhar dela direcionado ao David que nunca teria aquilo, prendê-la a ele não machucaria somente ela, mas ele não sairia ileso por tê-la ao lado dele, não quando ela não queria estar lá. – ela pareceu pensar. -Não tem como manter um relacionamento sem reciprocidade, e isso é exatamente o que seria.
  -Tem razão! – solta o ar fazendo-me rir. -Mas vou precisar de um tempo para me acostumar.
  -Ok!
  Então, nós assistimos Proposta Indecente  e a Regina simplesmente não gostou do David Murphy (Woody Harrelson). Implicou todo o filme com o personagem.
  -Eu preciso ir... – sorri pequeno.
  -Espera, comprei uma coisa para você quando estávamos no mercado...
  -Como? Eu estava ao seu lado. – reviro os olhos e corro até a cozinha pegando uma caixinha rosa. -O que é? – pergunta curiosa.
  -Não sacode! Espero que seja tão bom quanto aparenta...
  -Posso abrir agora ou só quando chegar em casa?
  -Quando chegar, você prova e diz se é bom! – ela sorri largo.
  -É comida, eu vou gostar. – fala como se fosse óbvio.
  -Ok, ok. Quer que eu te deixe em casa? – percebi que ela iria negar, me adiantei. -Vamos! – pego a chave do carro vou até a porta.
  -Tudo bem!
31/12, 20:00pm
  Sorri satisfeita ao ver meu reflexo no espelho. Estou usando um vestido – curto - colado ao corpo branco com alcinhas finas, bem simples. Salto nude mas teria que tirar ele, afinal iremos à praia. Um colar prata e batom vermelho. Um lado meu cabelo está com uma trança e todo o resto para o outro lado.
Saí de casa para ir encontrá-las mas de longe vi Regina com Gideon. Ele falava algo bastante bravo enquanto ela estava calada ouvindo. Estava pronta para interferir mas desisti, fiquei somente observando. O que eu faria??
  Cinco. Seis. Sete... Sete minutos contados ele falando sem dar chance dela falar. Completados os dez minutos, ele entrou no carro e saiu, deixando-a ali parada. Assim ela ficou, suas mãos tremiam. De onde estou tenho uma boa visão dela.
  Por não estar totalmente virada para onde estou que não conseguia me ver. Me aproximei lentamente. Regina usa uma saia branca, uma blusinha rendada da mesma cor e saltos pretos.
  -Ei... – chamei baixinho mas mesmo assim ela se assustou. Virou-se rapidamente mas sua expressão suavizou ao me ver.
  -Ei... Não te ouvi chegando. – abre um sorriso pequeno.
  -Você ‘tá bem?
  -Estou sim. Estava indo agora? – assinto ainda observando-a.
  -Vamos? – começamos a caminhar em silêncio. -Você ‘tá linda!
  -Oh! – ela realmente pareceu surpresa. Abriu um largo sorriso, seus dentes brancos bem destacados no batom vinho. -Obrigada. Você também!
  Primeiro dia de aula
  Minhas roupas socias bem alinhadas: saia e blusa branca e blazer verde água. Meus saltos fazendo o costumeiro barulho irritante pelos corredores da Universidade enquanto eu tentava a todo custo tirar meus cabelos que insistiam em cair no rosto.
  Meu rosto não estava dos melhores, acordei de mal humor. Dificilmente isso acontece, mas resolveu acontecer justo no primeiro dia de aula.
   Tento a todo custo falar com a corretora sobre a venda da casa e um apartamento que ela disse era bom, não tinha resolvido absolutamente nada sobre isso! Estava com um fio de paciência quando alguém esbarrou em mim com força, fazendo meu celular voar longe. Acho que o bichinho até agradeceu.
  -O que é isso?! – me virei.
  -Desculpe, professora Swan! A Regina tropeçou. – olhei para Regina que assentiu meio assustada.
  -Desculpe...
  -Não, tudo bem. Só preste mais atenção. – ela novamente assente. -Tenham um bom dia! – saio de perto deles para pegar meu celular. -Que merda! – esbravejo. A tela completamente quebrada. -Ótimo! Isso era tudo que eu precisava. – tentei ligar e nada, o impacto foi realmente forte. Tentei mais duas vezes mas tela continua escuro e quebrada.
  -Algum problema, senhorita Swan? – a voz rouca de Regina me trouxe de volta.
  -Não! – pego meu chip e jogo na lixeira todo o resto. Eu brava sou terrível! Joguei capa, cartão de memória...
  -Você quebrou o celular dela, Regina!
  -E-eu... me perdoe, Emma! Eu posso... – nego com a cabeça.
  -Não precisa, ok? Vá para a aula, vai se atrasar. – não dou chance dela falar, volto para o meu caminho.
  -Emma! – ouvi sua voz depois de ter saído da sala dos professores.
  -Você tem aula.
  -Eu sei, mas posso falar com você? – nego.
  -Vamos nos atrasar, senhorita Mills. Por favor, vá para sua aula!
  -Ok.
  -SQ-
  O fim do primeiro dia de aula de muitos que virão terminou com uma terrível chuva, as luzes ameaçaram acabar várias vezes, os ventos fortes demais. Os alunos foram liberados uma hora antes do que de costume.
  Terminava tranquilamente meu café na sala dos professores quando novamente as luzes apagaram. Eu sou uma das poucas que ainda resta aqui, mas não por muito tempo.
  Começou a trovejar, isso me fez levantar. Parecia que o mundo estava caindo. Peguei meu blazer e minha bolsa, saio da sala e estava tudo vazio. Ninguém estacionamento, só o meu carro. Entrei e liguei rapidamente o aquecedor.
  Sempre faço o caminho mais longo, mas a chuva piora a cada segundo então mudo minha rota. Provavelmente um aviso, já que de longe vi alguém andando rapidamente pela chuva, como se fosse apaziguar o possível resfriado. Acelero o carro e vejo que se trata de Regina. Buzino.
  -Ei! Entra! Logo. – abro a porta e sem pensar duas vezes, ela entra.
  -Obrigada... – fala com os lábios tremendo.
  -Que droga, Regina! O que estava pensando!? – viro para o banco de trás e pego uma mochila que sempre carrego com roupas extras, isso acontece quando se é desastrada feito eu. -Vista, está seca e é quentinha. – lhe entrego um moletom. Ela tira a blusa que veste e põe a que dei. -Tem uma cobertor, não tá sujo mas... – me estico mais para pegar. -Tá com um cheiro de guardado, mas é quentinho. Se enrole. – ela o faz. -Por que saiu nessa chuva?!
  -Olha só, você acha que passaria algum táxi? Porque eu acho que não. – reviro os olhos e volto a dirigir.
  -Mas você tem um carro, poderia pedir carona a alguém, seu namorado...
  -Swan, ninguém fala comigo ok? Eu sou a nora da porcaria do homem que manda em tudo! E o meu namorado pegou meu carro e foi embora, está satisfeita?! Por isso saí da merda da Universidade e viria andando!
  -Não viu meu carro no estacionamento? Olha o seu estado, seus lábios estão roxos, você tá tremendo! Não pensou em me chamar?? – ela me encara o cenho franzido.
  -Desculpe? Você sequer falou comigo! Está toda brava desde cedo, queria que eu fosse falar o quê com você?! Não sei o que fiz, foi melhor dar espaço.
  -O que? Do que tá falando? – paro o carro. -Você não me fez nada.
  -Eu não sabia o que pensar. Você tá diferente, não sei... Ai eu quebrei seu celular...
  -Não tem problema, você tropeçou. Não fez por querer.
  -Uhum. – volto a dirigir.
  -O que? Você tropeçou, não foi? Então... – ela nada fala. -Você tropeçou? – pergunto novamente.
  -Sim, eu tropecei.
  -Está mentindo!
  -Não, não estou! – olho para ela.
  -Regina, você tropeçou não foi? E eu consigo ver quando não falam a verdade, então nem pense em mentir!
  -Não, ok? Eu não tropecei! – novamente paro o carro.
  -Regina, seja sincera. – seguro suas mãos ainda geladas. -O Gideon bate em você? Ele te machuca fisicamente?
  -Não. Ele nunca me bateu, hoje foi a primeira vez que... Enfim, ele me empurrou mas não foi nada demais e...
  -Gatinha?! Tá ouvindo o que está falando? – falo com a voz suave. -Isso é agressão, mesmo sendo “só” um empurrão. Se continuar com este pensamento, ele vai entender como consentimento e isso vai se agravar. Eu quero entender o que acontece com você, o que se passa e... Eu quero ajudá-la.
  -Você já me ajuda, Emma. – suspiro pesado.
  -Mas eu sinto que não é o suficiente. Já sei! – me ajeito melhor e me preparo para sua resposta. -Você gosta de série, não é? Você assiste bastante?
  -Sim, várias. Porque?
  -Quero que me diga uma personagem que você se identifica, de qualquer série! Se eu não conhecer, vou assistir para tentar entender melhor. – ela assente. -Baseada na sua vida agora, uma personagem. Leve o tempo que precisar!
  -Ok... – ficamos em silêncio enquanto ela pensava, a chuva ainda caía forte do lado de fora. Nenhum carro nas ruas, somente nós parada perto de uma sorveteria que já estava fechada.
  Se passaram uns longos minutos, enquanto ela pensa estou calada esperando ansiosamente, não falei nada. Confesso estar com medo da personagem que ela vai falar.
  -Eu sei... – sua voz saiu baixa. -Ellie, The Society. Conhece?
  -SQ-
  Eu e Regina nos aproximamos bastante depois do dia da chuva. Em uma noite terminei todos os capítulos da série The Society, fiquei totalmente sem reação ao saber quem era Ellie. Saber que Regina se sente da mesma forma que a personagem se sente com o Campbell me apertou o coração. Conversei com ela e então começamos a nos aproximar mais.
  -Já sabe o que quer comprar? – balanço a cabeça espantando os pensamentos e encaro Ruby.
  -Já sim. Estou adiando essa vinda ao shopping, aproveitei que viria se não nunca compraria. – minha amiga adora andar pelo shopping e sempre que possível faz isso, e eu por não gostar muito nunca vinha, porém, estou com esta vontade de comprar este presente.
*Flashback*
  -Ei, Cupcake! – me assusto com a voz eufórica de Regina.
  -O que? – pergunto sorrindo sincera com sua animação. Primeiro vez que vejo-a tão animada.
  -Tenho um convite para fazer. - senta-se à minha frente e dobra as pernas.
  -Diga! Você conseguiu, já estou ansiosa.
  -Então, dia 15 de julho terá um almoço comemorativo... – semicerro os olhos.
  -Sim...
  -É uma data importante para minha família e eles gostam de comemorar todos os anos, e eu não. Mas eles sempre me dão a liberdade de convidar quem e quantas pessoas eu quiser, gostaria que fosse! – sorrio largo. -Será dia 15 e começará às 13:00 , é como uma festa.
  -Estou curiosa para saber...
  -Não, não me pergunte. – interrompe suavemente. -No dia de qualquer forma você vai saber. Mas se tiver compromisso e não puder ir, não tem problema ok? Não é tão importante...
  -É claro que é importante! Você me convidou, oras! – encaro os seus castanhos e ficamos em silêncio. -Eu prometo que estarei lá!
  -Obrigada!
*Fim do flashback*
  Aqui estou, numa joalheria, 14 de julho comprando um presente. Apesar de não fazer ideia do que será a comemoração, decidi presenteá-la. Ela estava muito animada no dia que veio me convidar, presumi que esta data estivesse tendo um novo significado agora, e quero muito que aquele mesmo sentimento que vi em seus olhos aquele dia permanecesse por lá.
  No dia que viemos com a Ruby para que a mesma comprasse um presente para Zelena, a Regina se atentou a um colar que naquele mesmo dia, soube realmente o porquê de lhe chamar atenção. O colar é de ouro e o pingente é uma pena, provavelmente parecido com o que ganhara do “pai” anos atrás.
  -Colar bonito...
  -Pode perguntar, Bi. – digo rindo. -É muito engraçado esse seu tom desconfiado.
  -Para quem é?
  -Pra Regina! – ela me olhou espantada.
  -Você sabe??!
  -Sei o que, maluca? – pago pelo colar. -Quando viemos da última vez nós três juntas ela gostou dele, então decidi presenteá-la. – dou de ombros.
  -Ah... vocês são amigas é?
  -Sim, amiga. Nos aproximamos bastante, ela é bem divertida as vezes, sempre sincera e bom, nos damos bem.
  -Legal! – diz empolgada.
Dia seguinte, 12:45pm
  Infelizmente, não pensei muito e acabei indo dormir às quatro da manhã. O resultado é este, estou eu me maquiando para ir até a “festa”/almoço que não faço ideia de quê seja, ou de quem.
  Não passei nada muito forte, apenas meus lábios vermelhos. Meu cabelo solto naturalmente com leves cachos nas pontas.
  Vesti um short de tecido vinho de cintura alta, um cropped branco com alcinhas da mesma cor do short. Bota Claire pretas. Coloquei também um casaquinho branco de tecido fino. Peguei uma bolsa pequena, coloquei meu batom e o presente de Regina.
  Peguei meu celular – comprei um depois daquele dia sem que Regina soubesse, pois ela queria comprar – já são 12:57, algumas mensagens mas decidi não responder.
  Sai do meu apartamento – me mudei há dois meses – e desci até o estacionamento.
  -Porra, tá de sacanagem?! – reclamo ao ver que estava quase sem gasolina. -Ok.
  Dirigi até o posto e enchi o tanque, 13:12 estou saindo daqui para ir até a casa das minhas amigas.
  Após enfrentar o trânsito tranquilo de Storybrooke consegui chegar. Às 13:21. O caminho pareceu bem mais longo por eu estar ansiosa, só não me perguntem o porquê de estar ansiosa, ok?
  -Henry! – exclamei ao ver o senhor abrir a porta.
  -Emma! –  me abraçou apertado como sempre fazia quando nos víamos. -Venha, venha! Estão todas lá atrás.
  Fomos até o quintal onde estavam Zelena, Ruby, Cora, Killian, August, Eloise e Alison. Todos sentados ao redor de uma mesa com diversas comidas.
  -Ei, gente! Boa tarde! – todos me olham ao mesmo tempo e as duas crianças correm para me abraçar.
  Me aproximei para cumprimentar cada um e não deixei de notar que estavam todos surpresos.
  -O que foi, gente?! – pergunto rindo.
  -Emma! Você veio, que bom! – me viro e vejo Regina vindo em nossa direção. Ela está diferente. Um diferente bom.
  Sua roupa é clara. Nada de preto. Um vestido liso amarelo de alcinhas finas até um pouco acima do joelho. E como sempre seus lábios vermelhos e nos pés saltos.
  -Claro que sim! – sorrio.
  -Então... – se volta para os outros. -Emma é a minha convidada!
  -Ah! – Cora respirou aliviada. -Pensei que fosse alguém nós não gostássemos. – riu.
  -Vamos comer? – Senhor Henry fala e logo nos juntamos novamente a mesa.
  °°°
  -Cupcake... – Regina solta simplesmente, ficando corada em seguida ao ver que todos olharam para nós. Percebi Cora escondendo um sorrisinho.
  -Hum?
  -Eu queria explicar... – parou de falar e olhou para a mãe ao perceber que a mesma nos encara.-Vem, mamãe não vai me deixar falar. – levantou-se e me puxou pela mão.
  -O que ela não vai te deixar falar? A Cora é demais! – digo rindo.
  -É, é sim. – sorri docemente. -As vezes é muito “demais”! Enfim, é sobre esse almoço.
-Pode falar. – me encosto na parede.
  -Primeiro, não fica brava ok? Eu não sei se vai ficar, mas talvez fique por não tê-la dito antes e...
  -Gatinha, você tá tremendo! Prometo não ficar brava! – ela assente.
  -É que hoje é o meu aniversário! – arregalo os olhos.
  -O que?!! – antes que ela pudesse falar alguma coisa, fomos interrompidas pelos outros cantando parabéns enquanto Cora segura um bolo.
  Regina me olhou e eu retribui o olhar, ela queria saber se eu estava brava. Eu estou em choque, sequer passou pela minha cabeça que seria a comemoração do seu aniversário. Mas eu sorri largo e me juntei aos outros para cantar também. Ela respirou aliviada e sorriu.
  -Vamos filha, faça um pedido!! - Henry disse extremamente animado.
  Regina me olhou e piscou um dos olhos, antes fechá-los e soprar as velas.
  A partir deste momento, senti que algo mudaria.
    Voltamos para nossos lugares para que pudessem entregar seus presentes. Eu ainda estou em choque, confesso. Realmente não fiquei brava por ela não ter dito antes, eu até entendo. No seu aniversário de onze anos ela foi para o sistema, um local desconhecido após ter recebido a notícia da morte de seu “pai”.
  Depois de saber que é seu aniversário, entendi o porquê dessas pessoas exatamente. Seus amigos, pessoas com quem ela se importa.
  Em dado momento a campainha tocou e Ruby levantou para atender enquanto continuamos conversando.
  -Amor! – todos paramos de conversar e olhamos para a voz. Gideon. -Feliz aniversário! – sorriu e se aproximou, deixando um beijo em seus lábios. Regina não sorria mais, ela está tensa.
  -O-oi... eu não sabia que viria. – ele senta ao seu lado, deixando-a entre nós dois.
  -Trouxe um presente! – ninguém na mesa falou desde que ele entrou. -Abra. – entregou-lhe um envelope.
  -Oh! São dois... dois ingressos para uma peça de teatro? – volto a beber minha cerveja.
  Regina não gosta de peças.
  -É sim! Incrível, hum?
  -É, é sim. Obrigada. – volta a guardar. Ficamos em silêncio.
  Alison brincava com Eloise. Nós nos encaramos sem saber o que fazer. Sorri pequeno.
  -Então, Regina... – começo e tenho sua atenção. -Também tenho um presente!
  -O que?!
  -Eu não sabia que era seu aniversário, eu ia dá-lo a você hoje mas enfim... – tiro da minha bolsa a caixinha de veludo.
  Lhe entrego a caixinha e ela a pega. Regina fixou seu olhar em mim e eu fazia o mesmo, mas logo desviou para a caixa e a abriu lentamente.
  Seus olhos brilhando e sorriso largo e sincero foram as melhores coisas que vi hoje.
  -Emma... – sussurra com a voz embargada. -Como...? – o restante da mesa olhava em expectativa para saber do que se trata.
  -No dia do shopping que fomos com a Ruby, você gostou. Eu vi. – explico observando-a passar o polegar sobre o pingente.
  -Você... Meu Deus, Emma! Você é incrível! – falou e pegou todos, inclusive a mim, de surpresa ao me abraçar. -Obrigada, obrigada, obrigada... – retribuo o abraço e tentei esconder o sorriso ao ver a cara do Gideon para mim.
  Nos afastamos e logo ela tratou de mostrar a todos o que era. Quem sabia o significado sorriam largo, no caso, só quem não entendeu foi seu namorado.
  Cora me olhou e sibilou um obrigada.
  Tudo voltou parcialmente ao normal depois de uns minutos, não estávamos tão a vontade como antes mas continuamos conversando normalmente. Mas Regina não, ela parou de falar, está de braços cruzados observando todos nós interagir vez ou outra ela falava mas nada como antes.
  Eu sei o que o Gideon pensa sobre o Killian e o August, e sobre a Zelena e a Ruby, isso contribuiu para que eu gostasse menos ainda dele. Ele me olha a todo momento, provavelmente se questionando o porquê da minha presença.
  -Emma. – ele chamou. Vim à cozinha pegar mais cervejas e logo ele apareceu. Ergui a sobrancelha e o encarei. -Senhorita Swan. – corrigiu.
  -Olá, precisa de algo?
  -Qual sua relação com Regina? – sentei no balcão e cruzei os braços.
  -Somos amigas.
  -Ela não tem amigos.
  -Sim, ela tem. Eu sou uma delas, inclusive! – ficamos em silêncio e somente observo ele bufando a cada segundo. -O que deseja?
  Neste momento Regina chega e oscila o olhar entre nós dois.
  -Tá tudo bem?
  -Sim, só gostaria de saber o que ele quer. Talvez precise de ajuda. – sorrio pequeno.
  -Por que tenho a leve impressão de que não gosta de mim? – pergunta com a voz rude.
  -A leve impressão? – franzi o cenho -Pensei que estivesse bem claro! – pego as cervejas e me aproximo da entrada da cozinha, onde eles estavam. -Eu realmente não gosto de você. – digo simplesmente e sairia se não ouvisse sua voz novamente.
  -O que eu fiz? – me volto para o casal. Regina nega incessantemente com a cabeça.
  -Gideon!
  -Cale a boca! – altera a voz assustando-a. -Diga-me, senhorita Swan, o que eu fiz?
  -Senhor Gold, eu preciso voltar. – respiro fundo. -Se me der licença. – me viro novamente mas ele segura meu braço.
  -Me responda! – olho para sua mão apertando meu braço e levanto lentamente o olhar. Ele me solta.
  -Se você pensar em me tocar novamente, eu acabo com você! – falo com a voz calma. -Quer saber o que me fez?! – me aproximo do seu rosto. -Você magoou alguém que eu me importo. E isso é motivo suficiente para mim!

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Ai, ai volteei hahaha
Aviso: Gente, minha querida mãe decidiu reformar a casa, sim, em plena quarenta. Ent eu acabei de me mudar para começar a reforma, me perdoem caso eu demore. Juro que vou tentar voltar rapidinho, já tenho o capítulo 14 escrito.
Já assistiram Proposta Indecente e The Society??
Ai, ai... Essa Emma 😍
Digam-me o que estão achando.
Espero vocês nos comentários!
Até mais!! 💕

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