Things That Stop You Dreaming

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Nota para los lectores:


Hola lectores que hablán español y que hablán portugués! Mi instagram es @leticialinhares95 y quien quiera seguirme allí me encantaría placticar un poco con ustedes. No sé si lo sabes, pero estudio español y todavía tengo muchas dificultades para hablar y escribir. Me gustaría mucho un día escribir una fanfic en español y responder sus comentarios en español con facilidad. Para eso necesito estudiar un poquito más, y placticar con ustedes sería muy bueno para eso... Besos y espero ver algunos de ustedes allí (o aquí em Wattpad si prefieren)


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"I've got no money in my hands or my coat or my pocket

Não tenho dinheiro em minhas mãos, em meu casaco ou em meu bolso

Won't get to space cos i haven't got a rocket

Não chegarei ao espaço porque não tenho um foguete

But i've air in my lungs, eyes in my sockets And a heart that beats...

Mas tenho ar em meus pulmões, olhos em minhas meias e um coração que bate..."

Things That Stop You Dreaming, Passenger.

– Sabe de uma coisa, pai? Vai se fuder, te odeio. – Digo em lágrimas, mas nem um pouco arrependida. É muito menos do que ele merece depois de tudo que nos fez passar.

Não sei se ele diz mais alguma coisa depois, só saio correndo dali junto com o Valério, estou muito nervosa, o que diabos vamos fazer agora? 

Sento na calçada ainda muito atordoada, é meio difícil acreditar em como tudo mudou tão rápido. É difícil assimilar que a manhã perfeita que eu e Val tivemos hoje acabou desse jeito. E ainda que eu não esteja nem um pouco arrependida, o desprezo do meu pai ainda dói, queria que as coisas pudessem ser diferentes, mais fáceis para variar.

Valério liga para o Samuel e conversa com ele brevemente, não presto atenção, estou perdida demais nos meus pensamentos para reagir. Não consigo parar de pensar em como nada sai como eu planejo, como sempre a vida parece estar pronta para me sabotar, no início isso me desespera, mas depois de um tempo me pego sorrindo.

Pela primeira vez me sinto viva e completamente livre, ainda tenho muito medo, mas não ter que me preocupar mais em agradar meu pai é um alívio, passei anos me preocupando com absolutamente tudo que eu fazia e agora não preciso me preocupar com nada disso. Uma parte minha se sente perdida, não sabe exatamente quem é essa Lu que não precisa da aprovação dele, mas gosto desse sentimento. É quase como se agora eu pudesse ser quem eu quiser.

– Posso saber do que você tá rindo? – Fala Val enquanto andamos para o ponto de ônibus, ao que parece essa versão nova de nós dois depende do transporte público e não vou dizer que não me incomoda, mas sem dúvida me perturba bem menos que os padrões impossíveis do meu pai.

– Vai soar bizarro, mas me sinto livre. E sei que vamos ter um bebê e que nossa vida vai mudar completamente daqui alguns meses, mas honestamente Val vamos dar um jeito, sempre damos. Fazia tempo que não me sentia tão viva... E ele mereceu aquele soco mais que tudo. – Digo de olhos fechados aproveitando o vento sobre meu rosto, não faz sentido, mas quanto mais eu penso menos as palavras duras do meu pai me atingem.

– É, mereceu... Fico feliz Lu de você estar bem, já tinha desistido do nosso pai há muito tempo, mas você não. E pensei que pudesse ser um choque forte demais. – Val me olha com cuidado e demonstro a tristeza que também tá em mim. Ser abandonado por um pai é difícil, porém isso já tinha acontecido com a gente muito antes. Nosso pai nunca nos amou ou nos tratou como deveria e só por isso se afastar também tem seu lado bom.

– Obviamente dói. Machuca saber que o cara que devia amar a gente nos despreza ao ponto de dizer aquelas coisas e nos colocar para fora. E talvez doa para sempre, mas sem dúvida é melhor do que continuar ouvindo ele tratar a gente como lixo. – Não olho para ele enquanto falo não quero ficar triste de novo, não agora.

Val não diz nada só me abraça e ficamos assim juntinhos, como se fossemos um casal de namorados normal, e de olhos fechados eu aproveito cada segundo. Não me importo se alguém vai ver a gente, nesse momento só quero estar perto dele.

O ônibus chega cedo demais na minha opinião e vamos para a casa do Samuel de mãos dadas. É reconfortante e talvez uma fuga da realidade, mas hoje só quero fazer o que eu quero e ser fiel aos meus desejos. Ser feliz através das pequenas coisas já que as grandes parecem confusas e muito complexas agora.

Ali com ele penso sobre nosso relacionamento e principalmente sobre as nossas vidas, é louco pensar em como tudo dar errado foi bom. Uma música em particular me vem a cabeça a ouvia o tempo todo antigamente e dizia basicamente que aprendemos a amar o que podemos ter, sempre achei que tinha entendido o sentido da música, mas agora acho que não, acho que só agora realmente compreendi. 

Well if you can't get what you love

Bem, se você não pode ter o que você ama

You learn to love the things you've got

Você aprende a amar aquilo que tem

If you can't be what you want

Se você não pode ser o que quer

You learn to be the things you're not

Você aprende a ser aquilo que você não é

Nunca fui feliz amando quem eu achava que tinha que amar e sendo quem eu achava que deveria ser, mas agora em meio a esse caos me sinto bem, porque amo quem eu amo e sou quem eu sou, sem amarras e sem ressentimentos. 

Todas as mentiras que eu falava para mim mesma eram só isso: mentiras, e agora estou livre, estou viva e ainda que as coisas sejam difíceis vou superar. Vamos superar: eu, Val, nossa menininha e por incrível que pareça Samuel...



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