Perdidos

197 16 2
                                    


Nunca fui feliz amando quem eu achava que tinha que amar e sendo quem eu achava que deveria ser, mas agora em meio a esse caos me sinto bem, porque amo quem eu amo e sou quem eu sou, sem amarras e sem ressentimentos.

Todas as mentiras que eu falava para mim mesma eram só isso: mentiras, e agora estou livre, estou viva e ainda que as coisas sejam difíceis vou superar. Vamos superar: eu, Val, nossa menininha e por incrível que pareça Samuel...

– Você tá realmente bem, Lu? Não para de sorrir...– Valério me pergunta e eu entendo sua estranheza, nem eu me reconheço. Talvez esteja em algum tipo de choque, mas realmente me sinto leve e preparada para todas as dificuldades que vão vir.

– Não sei, mas me sinto bem... Tipo quando penso sobre o que ele disse, sobre o que ele fez é difícil não chorar, mas aí eu penso nisso. – Digo enquanto seguro sua mão. – E nisso me sinto feliz... – Falo colocando a mão dele na minha barriga.

– E talvez eu ainda esteja em choque, aconteceram tantas coisas esses dias, mas nesse momento me sinto bem se é o que quer saber.

– É o suficiente para mim. – Valério beija minha testa e apoio minha cabeça em seu peito. Gosto de sentir sua respiração tão de perto...

– Lu... Lu... – Acordo com Val me sacudindo e me chamando. Devo ter adormecido.

– Oi... – Falo coçando os olhos enquanto tento entender o que pode estar acontecendo.

– Dormimos e perdemos o ponto... Bora, Lu... temos que descer. – Ele puxa meu braço e me levanto rápido e assustada. Sem dúvida nem eu nem ele nascemos para ser pobres.

– O que a gente faz agora? Pede socorro para o Samuel? – Digo depois de descer e dar de cara com um lugar estranho e que sem dúvida nunca estive.

– A gente não deve estar muito longe, foram só dois pontos... A gente pode ir andando. – Val fala coçando a cabeça enquanto sugere. Ele só pode estar doido.

– Quê? Tô ligando pro Samuel agora, não vou ficar andando por um lugar que não conheço. – Falo olhando ao redor, não me sinto nem um pouco segura aqui. Ligo, mas ele não atende.

– No maps fala que a gente tá cinco minutos da casa dele.

– Ele não atende, vamos tentar esse caminho, melhor que ficar parados aqui.

A gente tenta seguir o Maps, mas aparentemente anos de educação cara nãos nos ensinaram a ler um fucking mapa... Estou começando a entrar em desespero, se eu passar por essa praça de novo Deus proteja o Valério, porque ele vai ouvir.

– Já passamos por aqui, Val. Já é a terceira vez que a gente vê essa fucking árvore. Tem certeza que tá vendo isso direito? Me passa esse celular...– Sério já estamos há vinte minutos dando voltas no mesmo lugar é óbvio que estamos perto, mas não conseguimos achar a rua certa. Já liguei para o Samuel cinquenta milhões de vezes, que que ele tá fazendo que não atende o celular? Sério que confiou na nossa capacidade de achar a casa dele? Tá mais difícil chegar lá do que entender um episódio de Dark... Como se ele estivesse lendo meus pensamentos o bonito atende à ligação.

– Alô?

– Samueeeeel, graças a Deus!! Vem buscar a gente. – Grito no telefone numa mistura de felicidade e desespero.

– Oi pra você também Lu. Onde vocês estão?

– Honestamente? Não faço ideia, perdemos o ponto e estamos andando em círculos há uns dez minutos, porque o Valério não sabe ler um mapa.

SubtitulosDonde viven las historias. Descúbrelo ahora