Caos

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– Não é da sua conta, Guzmán... Pode me soltar?

– De quem é, Lu? – Olho em volto e temos uma plateia aparentemente todos querem saber quem teria coragem de dormir comigo.

– Não... te... interessa. Não interessa nenhum de vocês! – Digo entre dentes.

– Lu...

– É meu, ok? Solta ela...– Mal consigo assimilar o que está acontecendo, Samuel não fez isso...

Minha vida se transformou na própria Lei de Murphy não basta só eu estar grávida do meu meio-irmão, também preciso ter minha vida exposta para toda sala de aula por um professor babaca e é claro preciso ser "salva" do Guzmán pelo Samuel que se acha no direito de assumir a paternidade dessa gravidez.

Não consigo nem falar nada só saio correndo, em meses não me sinto tão irritada e revoltada. Minha vontade é gritar com todo mundo ali, jogar na cara de cada um deles que o que faço da minha vida só interessa a mim. Por que de repente ficaram tão interessados?

Não devo satisfação a nenhum deles, Guzmàn e todos aqueles falsos não têm porque me cobrar alguma coisa e ainda que ele arrancasse meu braço não diria nada. Ou seja, não precisava da ajuda do bom samaritano.

Minha vontade é gritar com o Samuel, perguntar que merda ele está usando para sair dizendo uma coisa dessas? Por acaso pedi por isso? Fui bem clara que a última coisa que precisava era ser salva...

Mas do que adianta falar, Samuel quer ser o bonzinho de todo o jeito, o mártir. Não aguento mais isso... Não falei nada disso, só fui embora, estou irritada demais para lidar com eles, só quero ficar um pouco sozinha.

Novamente parece que Samuel não quer me ouvir, segue atrás de mim na bicicleta dele e por mais que eu corra ele consegue me alcançar.

– Lu, por favor... Lu desculpa eu não deveria ter feito isso...– Penso em seguir andando, mas paro. É hora dele me escutar!

– Realmente não deveria, mas fez... Posso saber o que diabos passou pela sua cabeça Samuel? Tá usando algum tipo de droga que eu não to sabendo? – Digo e espero que ele me responda.

– Honestamente não tava pensando em nada. Só queria que ele te soltasse, Guzmán parecia estar te machucando. Foi impulsivo e idiota, por favor me desculpa.– Samuel parece sincero e honestamente só torna tudo pior, porque continuo irritada com ele.

– Não, não posso te desculpar. Te falei no primeiro dia que você se aproximou de mim que não era uma donzela para ser salva. Por que você insiste em querer me "salvar"? Não pedi por isso, Samuel, você não tinha esse direito...

– Eu sei, Lu, não tinha mesmo. Por favor me desculpa, posso dizer para todo mundo que menti.

– Como se alguém fosse acreditar, tá feito Samuel, não importa o que a gente diga vão dizer que você é o pai. Posso saber o que você ganha com isso? Agora a escola inteira vai pensar que estamos juntos, era isso que você queria? Fazer ciúmes na Carla?

– Claro que não, Lu. Não me importo com a Carla, por mim ela pode se fuder. Só quis te ajudar.– Fala ele tentando segurar meu braço, mas o afasto. Não quero ter ele por perto agora.

– Me ajudar... é... Você fez tudo menos isso...

– Eu sei... Desculpa... Não sei mais o que dizer.

– Pena que pedir desculpas não resolve nada. O que tá feito tá feito, e sabe o que é pior? Tem noção de quanto isso é ruim para você? Obviamente que eu não queria você se metendo na minha vida, mas agora qualquer decisão que eu tomar em relação a isso, caso eu decida ficar com o bebê, vão cobrar de você participação, presença... E honestamente não acho que alguém vá acreditar quando eu disser que você mentiu para me proteger de um aperto no braço.

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