Vamos conversar

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Kara ON

Acordei com Lena ainda deitada ao meu lado. Eu aconchegada em seus braços, me fazia lembrar quando tínhamos dezessete anos e ficávamos juntas uma tarde inteira fazendo vários nadas.

Sua serenidade estava estampada em seu sono. Sua respiração calma e ritmada me deixavam me acalmava de maneira inexplicável.

Eu a olho por inteira. Sofremos tanto quando tentei as primeiras inseminações que explicar não seria o suficiente. Tive três abortos, sempre no terceiro mês de gestação e isso me devastou tanto que entrei em uma depressão profunda. E ela sempre esteve do meu lado sem me abandonar um segundo se quer. Quando decidimos tentar a última inseminação eu realmente não criei esperanças, mas ela criou e me incentivou a acreditar que aquela última tentativa daria certo.

Foi quando descobrimos que seria um menino e ouvimos as batidas de seu coração, o som mais lindo que eu ouvi e desejei ouvi por muito tempo. A médica garantiu que a gravidez seria tranquila se eu me esforçasse em me manter saudável e tirasse licença maternidade da CatCo. No começo eu odiei pois amava meu trabalho, mas eu pensei no meu filho e decidi que seria o melhor. Mas óbvio que fiz Lena prometer que só faria isso se ela saísse mais cedo do trabalho para ficar comigo, coisa que ela não exitou em fazer.

Lena: Eu sei que você está me olhando Kara.- Ouço sua voz e sorrio. Eu adoro esse super poder dela.

Kara: Como você consegue fazer isso?

Lena: Eu conheço a mulher que amo o suficiente para saber todas as ações dela. Você tem o costume de me olhar dormindo e sinto isso sempre.- Ela responde finalmente abrindo os olhos fazendo com que eu fixasse em seus mares verdes diante de mim.

Kara: Eu te amo. Eu te amo muito, muito, muito.- Dou selinhos nela conforme vou falando.- Posso te fazer uma p-perguta?- Ela concorda e eu continuo.- Como está minha mãe?- Lena respira fundo se ajeitando na cama, ficando de lado com o rosto quase colado no meu.

Lena: Sua mãe quebrou duas costelas e uma perna, mas está fora de perigo. Sua irmã foi vê-la, ela disse que depois vai passar aqui.

Kara: Então minha irmã já sabe?- Ela concorda silenciosamente.- Eu não sei o que pensar.

Lena: Kara você tem que ouvir o lado dela e juntar os fatos com o que você sempre perguntou desde que ela te abandonou. Não a julgue sem saber o que ela passou durante esses dez anos que ela esteve longe.

Olho para ela receosa. 

Eu queria muito ouvir o lado dela, queria saber tudo o que ela fez para viver nesses dez anos. Mas a mágoa ainda existia e eu não podia fingir que não estava ali. Lembrar de cada momento em que ela deveria estar ao meu lado e seu lugar sempre esteve vazio. Lilian substituiu minha mãe, ela esteve ao meu lado e do de Lena no nosso casamento e nos deu um apoio incondicional quando perdi meus bebes. Depois que Lionel morreu, Lilian se apegou muito em nós. Lex até tentou fazer ela se mudar da casa, mas ela bateu o pé e disse que não iria embora da casa onde haviam varias lembranças tão boas que ela não queria esquecer.

Kara: Será que eu posso vê-la?

Lena: Vamos esperar um pouco ok? Sua irmã está lá e certamente as duas tem muito o que conversar e esclarecer.- Eu concordo a contra gosto mais aceito esperar.

Ficamos agarradinhas por horas e mais horas. Lilian tinha passado e deixado um café para Lena e avisou que iria passar em casa para trocar de roupa e trazer roupa para Lena. 

Eu estava ansiosa e nervosa. Como será que estava a conversa de Alex com minha mãe? Será que discutiram? Ou até mesmo nem trocaram uma palavra. Tudo era possível e eu pensava em todas as possibilidades e calculava tudo o que poderia acontecer. 

Lena: Calma Kara, elas só estão conversando.- Lena fala focada no celular, provavelmente respondendo algum email.

Kara: Como você faz isso?- Confusa e surpresa eu pergunto para ela. As vezes essas habilidades dos Luthors me davam medo.- Isso é assustador sabia? Você com essa capacidade de saber o que estou pensando. Lex com habilidades de adivinhação para quando a bolsa de valores irá subir ou cair. E sua mãe nem se fala, ela sempre sabe que tem algo de errado antes mesmo de dar errado.- Recebo uma risada debochada da parte de Lena.

Lena: Nós somos bruxos que tem dons inexplicáveis.- Fala e no final da uma risada de bruxa para empoderar mais a frase.

Kara: Nossa que medo, eu casei com a bruxa mais linda de National City. Você com certeza me enfeitiçou com alguma poção.- Falo ironicamente colocando a mão no peito em forma de encenar.

Lena: Sim, essa poção tem um nome muito difícil, mas quando você a toma se apaixona instantaneamente.- Ela faz uma pausa retirando os óculos do rosto de forma sex e excitante.- Se chama sexo e pegada, conhece?

Kara: LENA!!! Estamos em um hospital e não no hotel. Se for para fazer o serviço faça quando eu não estiver acamada.

Lena: Não se preocupe que não vou fazer uma maldade dessa com você no hospital.- Ela volta a olhar para o celular.- Eu faço essa maldade em casa mesmo.- Olho para ela indignada e ela dando risadas até que jogo um travesseiro nela derrubando o seu celular, fazendo com que eu ria mais ainda de toda a situação.- Você vai pagar por isso Kara Danvers Luthor.- Ela vem para cima de mim fazendo cosquinha me fazendo gargalhar, provavelmente já estava vermelha e pedia desculpa pedindo para parar.

Ouvimos a porta ser aberta e paramos respirando um pouco pelo esforço feito. Alex e Samantha passam pela porta primeiro e logo em seguida atrás dela uma enfermeira empurrando uma cadeira de rodas onde minha mãe estava sentada. Ver seu estado me machucou, um lado de seu rosto estava roxo por conta do impacto e sua perna estava em um apoio já embutido na cadeira.

Alura: Será que podemos conversar?

Eu definitivamente não estou preparada para essa conversa.

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Parece que alguém ama a Kara não é meismo? E parece que alguém também ama a Lena.

O que acharam do cap de hoje? Estou tentando trabalhar mais nos dez anos que se passaram, então se tiverem ideias podem mandar que eu sempre leio os comentários.

Beijos, ate o próximo cap.

Amor Sem GêneroOnde histórias criam vida. Descubra agora