Capítulo 2

7K 407 96
                                    

MELISSA

- Já chegou? Oque houve? - Minha mãe fala assim que entro em casa.

- Sim, ele me liberou mais cedo. - Dou um beijo em sua bochecha. - Está tudo bem, cadê papai?

- Está procurando outro emprego, saiu logo depois de você, mais ele não queria que você descobrisse. - Ela olha para os próprios pés. - Ele iria voltar antes de você chegar.

- Mãe. - A repreendo. - Porque papai esconderia?

- Seu pai ainda quer pagar a sua faculdade,  ele te prometeu isso.

- Mãe. - Pego em seu rosto. - Eu já estou em um emprego. - Sorrio. - Ganho o bastante para sustentar nós três.

- Você sabe que não é assim. - Ela me olha triste. - Você é a nossa filha, e...

A porta se abre repentinamente. - E adivinha quem chegou?

- Theo? - Falo indo o abraçar junto com minha mãe.

- Esperava esta recepção. - Ele ri enquanto nós abraça. - Cadê o papai?

- Trabalhando. - Minha mãe mente.

- Ah é verdade. - Ele senta no sofá.

- O que faz aqui? - Pergunto.

- Não posso mais visitar minha família?

- Brigou com a Ângela?

- Foi, ela me tira do sério.

- Pelo o que conheço de você, você a tira do sério.

- Mãe, vai deixar ela falar assim de mim?

- Melissa...

- Ué, mais ele tira qualquer um do sério.

- Porque está vestida assim? - Ele me olha estranho.

- Estou trabalhando, na empresa Willex.

- Fala sério? - Ele fala surpreso.

- Sim.

- Parabéns, não imaginaria que chegaria tão longe, com seus problemas mentais. - Ele me dá língua.

- Claro querido, só não posso ficar mais atrás que você, já que você não chegou a lugar nenhum.

- Me faz rir.

Sento ao seu lado no sofá.

- Você não penteia o cabelo? - Digo bagunçando seus cabelos ruivos. - Ah claro, você brigou com a Ângela, ela que fazia isso.

- Só não vou dizer nada do seu, porque desta vez, ele está arrumado. - Ele pega em um mecha solta do meu cabelo. - Mais posso bagunçar. - Ele tira o grampo que segurava--o em um coque.

- Pode tirar. - Levanto. - Vou tomar um banho e me encontrar com a Ariel.

- A pequena sereia? - Ele ironiza.

- Claro, a pequena sereia. - Olho para minha mãe. - Vou tomar um café com ela.

Subo e tomo um banho.

________________°°°°_________________

- Fala sério. - Ariel diz com espanto. - Ele deu em cima de você?

- Meio que isso, eu acho. - Falo me concentrando em mexer meu suco com o canudo.

- Meio não, ele deu mesmo em cima de você e agora?

- E agora oque?

- Se ele der em cima de novo?

- Ele disse que não iria se repetir.

- Você acredita?

- Espero que não.

Ela ri. - Espera mesmo?

- Ariel?

- Ué, ele é um gato.

- Mais, não quero me envolver com meu chefe.

- É tem isso. - Apesar do nome Ariel, ela parecia muito com a branca de neve, branquinha, cabelos pretos, olhos do mesmo tom e boca vermelha. - Mais se fosse eu...

- Você se comportaria.

- Vai a boate hoje?

- Só fins de semana, aquele inferno.

- Eu gosto de trabalhar lá.

- Você não foi forçada a trabalhar lá.

- Lá você me conheceu.

- Única coisa boa que tirei de lá. - Sorri para ela que sorrio de volta. - Só até terminar a faculdade, preciso do dinheiro.

- É, digamos que eu também.

- Falando nisso, olha a hora.

- Verdade... - Ela diz com o pensamento longe.

- Se você não tivesse se atrasado duas horas. - Dou um tapinha em seu braço.

- Se não fosse tudo em cima da hora. - Ela revira os olhos.

- Sim, te encontro na faculdade?

- É, vou ver se consegui a vaga hoje.

- Boa sorte Ariel.

- Muito Boa sorte.

_________________°°°°________________

Avisto Ariel, que vem em minha direção animada.

- Boas notícias?

- Ótimas, consegui a vaga. - Ela diz com um sorriso de canto a canto.

- Ótimo, o que vai fazer mesmo?

- Você esqueceu?

- Psicólogia. - Ri. - Você vai se dá bem.

- Obrigado Mel, por ter me incentivado, se não fosse por você...

- Se não fosse por você, não adianta eu te incentivar, se você não quisesse.

- Mais o meu querer. - Ela põe a mão em meu ombro. - Não passava de querer, precisava de você para me incentivar.

- Obrigado. - Respiro. - Agora tenho que ir, estou atrasada.

- Até sábado.

- Quando vai começar?

- Próxima segunda. - Sinto a felicidade emanar por seus olhos, tão pretos e tão brilhantes.

- Então até sábado. - Me viro e corro para a sala.

A aula passa rapidamente e logo já estava indo para casa.

- Quer uma carona gata? - Ouço a voz familiar atrás de mim.

- Não Henrique, obrigado.

- Nunca vai aceitar?

- Nunca vai parar de insistir?

- Não. - Ele diz com esperança na voz.

- Não sei.

- Só uma carona, sem segundas intenções.

- Só de eu entrar no carro, vão pensar algo, vão falar algo, e eu não quero isso.

- Okay ruivinha. - Ele pisca para mim. - Um dia você aceita.

Vou direto para casa, mais uma noite.

_________________°°°°_______________

O ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora