Capítulo 4

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MELISSA


Acordei assustada, não, não estava atrasada.

Levantei e foi como rotina, segundo dia de trabalho, e isso seria uma rotina, uma rotina maravilhosa.

Me acordo com um bom banho, deixando a água correr por meu corpo, por exatos 20 minutos.

Sai, me troquei com uma roupa parecida com a do dia anterior.

Desci minha mãe já tinha feito o café.

- Bom dia!!

- Bom dia!! - Eles responderam em uníssono.

- Hm... O som, ontem, desculpe novamente.

- Vamos acabar se acostumando. - Minha mãe vira de costas. - Coma, direito.

Pego meu copo de café e tomo, um pedaço de torrada e despejo um beijo na bochecha de cada um.

- Amo vocês. - Falo batendo a porta.

________________••••••________________

- Bom dia! - Falo para a loira, a Verônica. - Verônica.

- Bom dia. - Ela fala seca e aguada.

Entro no elevador, quase esquecendo o chefe sexy e arrogante que tenho, será um bom dia.

O avisto.

- SEGURA PARA MIM! - Ele grita e assim o faço.

Ele entra.

- Estamos quites. - Falo por fim.

- Estamos? - Ele ri maliciosamente. - A empregada, chegando antes do chefe. - Sinto admiração na sua voz.

- Isso deveria ser o normal. - Falo já com desdém. - Bom dia!

- Bom dia Michele. - Vejo o sorriso em seus lábios se desfazer.

Chegamos no andar desejado.

- Desmarque meus horários de hoje. - Ele entra na sua sala. - Marque de segunda para adiante.

Dois dias de emprego, e os dois cancelando horários, paciência para quem quer falar com ele.

Ligo e desmarco e remarco tudo.

Meu site, tenho que mudar algumas coisas.

Entro virando o computador para meu lado.

- Que site é esse? - Levo um susto e fecho a página rápido demais, rápido o suficiente? - Não precisa esconder, você não tem o que fazer, então pode usar seu tempo livre como quiser.

- S-sim senhor. - Digo ainda nervosa.

- Vai me falar qual era o site? Um porno? - Ele parece não ter papas na língua.

- N-não. - Não acredito que isto está acontecendo, meu segundo dia de emprego.

- Parecia... - Ele dá uma pausa. - Lésbica? Por isso não quis nada comigo? - Ele fica com um semblante pensativo. - Não se preocupe, podemos ter uma amiguinha.

- Não! - Respiro fundo. - Eu não sou lésbica, não que isso seja ruim. - Me recomponho. - Não é porque eu não sou uma dessas... Mulheres que se esfregam no senhor, quer dizer que eu sou lésbica.

- Você não tem atração por mim? Não me acha bonito? - Ele ri, alto o suficiente, para que algumas pessoas ouvissem se estivessem no corredor.

Ele se aproxima, se abaixa, ficando a centímetros do meu rosto.

- Não é isso. - Falo com uma firmeza na voz, que nunca tinha tido.

- Então oque é?

- Eu não sou o tipo de mulher, que esfrega em caras como você, por dinheiro, e nem se não tivesse... - Respiro. - Você me confundiu, tudo oque eu queria era apenas um emprego, e não um emprego, com um chefe que fica dando em cima de mim.

- Porque?

- Você não sabe conversar sem ficar a centímetros da pessoa? - Me levanto.

- Eu gosto perto. - Ele chega perto novamente. - Mais fácil as pessoas soltarem a verdade.

Aquela voz, o hálito quente, eu estava ficando molhada.

- Você não sabe conversar, você quer partir logo pro sexo.

- Mulheres falam que homem falam demais, atitudes de menos, prefiro ser o contrário.

- Atitude? - Ri. - Você chama isso de atitude?

Ele me empurra contra a parede, levando a mão na curva das minhas costas, só com o dedo midinho a minha bunda.

Minha respiração está acelerada, só consigo o olhar.

- Oque acha? Não tenho atitude?

- V-vo-cê confundiu, atitude com pegada? - Falo agora com um sorriso no rosto.

Ele chega perto do meu pescoço, seu cheiro exala no ar, aquele cheiro, me deixa molhada.

- Cheirinho doce. - Ele roça o nariz e a barba recém-crescida no meu pescoço, me fazendo arrepiar.

- Senhor... - Falo quase gemendo.

- Renan. - Ele dá uma mordidinha no meu ouvido. - Fale meu nome nesse tom.

- Senhor...

O que eu tô fazendo - Penso.

O empurro.

- Não, você...

- Vai me perguntar se eu estou louco? Não fiz nada de mais. - Ele se vira e se senta na minha cadeira. - Bem organizada.

Ele me olha e percebo que ainda estou encostada na parede.

O telefone toca e eu vou atender.

Ele me olha de um jeito sedutor, passa as mãos nos lábios. _ Aqueles lábios que até tão pouco estava na minha pele, aquelas mãos._ Meus pensamentos estão fora de mim.

- Alô?

- Olá Srta. Melissa. - Impossível não reconhecer aquela voz, rouca mais doce.

- Olá Sr. Lucas. - Sorrio e Renan me olha feio.

- Gostaria de saber se não quer jantar está noite?

- Eu? Irei jantar sim, com minha mãe e meu pai. - Ri.

- Me refiro a querer jantar comigo.

- Eu tenho faculdade, assim que sair daqui.

- Que tal o almoço?

- Hm... Tabom.

- Horas?

- Uma hora.

- Sim senhorita.

Desligo o telefone e Renan ainda me olha intrigado.

- Vai sair com meu irmão? - Sinto raiva em sua voz.

- Sim.

- Hoje?

- Sim.

- Posso ir junto?

- Não faz mal. - Impulso, tenho que parar de falar as coisas sem pensar. - Devo avisar seu irmão primeiro.

- Eu mesmo o aviso.

Assinto com a cabeça.

- Posso voltar a meu trabalho?

- No site pornô? - Fico vermelha ao ouvir e ele ri. - Você se envergonha com facilidade.

- Senhor...

Ele se levanta, se vira e sai.

Respiro profundamente.

Respira.

Inspira.

Respira.

O ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora