Minha Perdição

2.1K 185 297
                                    

Durante o jantar ficamos conversando, e para a minha surpresa, Adrien é realmente carismático e divertido em uma conversa. Depois de tudo, nunca me imaginei sentada a mesa com ele, rindo e me divertindo.

-Eu assumo... - disse ele - Eu fiquei realmente assutado com você no dia que me viu brigando com o Luka.

-Não acredito. - disse cruzando os braços e rindo - Adrien Agreste, com medo de uma garota?!

-Nem vem, você é realmente assustadora quando está brava. - disse ele.

-Me explica essa história, você e o Luka estavam brigando? - perguntou minha mãe - Por quê?

-Bom... - vi suas bochechas ficarem coradas e ele abaixar a cabeça - Pode se dizer que...

-Ele ficou com raiva porque o Luka estava muito próximo de mim, e até chegou a me perguntar se eu e ele estavamos namorando. - abri o jogo de uma vez.

-Não acredito, Adrien. - disse minha mãe segurando a risada.

-Pois é. - ele coçou a nuca - Chamei o Luka para conversar, mas aí a Mari apareceu e me deu uma dura.

-Conversar? Agreste, você colocou o Luka contra a parede, literalmente, enquanto segurava ele pelo colarinho da blusa.

-Em minha defesa, ele me provocou.

-Como?

-Eu perguntei se vocês estavam juntos e eu ele disse que não era da minha conta.

-E ele estava errado?

-Sim! Custava responder a pergunta?!

-Adrien, você não pode colocar as pessoas contra a parede por nada.

-Mas, Mari...

-Nem mais nem menos, você está errado e pronto. Entendeu?

-Sim, senhora. - ele cruzou os braços e fez bico.

Mais uma coisa que me era realmente familiar. Senti algo escorrer pelo meu nariz. Coloquei o dedo e ao olhar para ele, vi um líquido vermelho.

-Sabine! - gritou Adrien enquanto se levantava bruscamente e vinha até mim, se abaixando a minha frente - Mari...olha para mim. Está me ouvindo.

-Estou. Não se preocupe, eu estou bem.

Minhas palavras não o acalmaram era evidente. Ele segurou minha mão com uma de suas mãos, e com a outra, segurou meu queixo e o levantou.

-Adrien...

-Fique assim. - disse ele -Não é bom ficar de cabeça baixa, e nem com ela levantada, fique reta.

-Eu já disse que estou bem.

-Eu sei, eu sei, eu entendi. Mas só dessa vez, me escuta.

Aqueles olhos...verdes... atrativos... meigos...como se fosse um gatinho implorando por um pedaço de carne ou um pouco de carinho. Suspirei e fiz o que ele mandou. Minha mãe chegou com um pedaço de papel, um copo com água e um comprimido.

-Para que o comprimido? - questionei.

-É para ajudar e previnir. O médico que instruiu. - disse minha mãe.

Limpei o sangue, peguei o copo e o comprido, e em um único movimento, coloquei o comprimido na boca e bebi a água. Continuei limpando o sangue que escorria, mas com o tempo, ele parou de escorrer. Me encostei na cadeira e senti que estava um pouco embriagada.

-Acho que o remédio está dando efeito. - disse, e ao mesmo tempo eu ri.

Vi Adrien e minha mãe se entreolharem. Eu mais uma vez, sentindo a minha mente rodar.

Um Passado EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora