Adrien
Ter ela nos braços era bom, mas tê-la chorando daquele modo, me doía mais que duas injeções de Benzetacil no mesmo dia. Apertei ela em meus braços enquanto ela chorava. Não conseguia evitar as minhas próprias lágrimas. Olhei para a porta do meu quarto e vi meu pai e tio André encostados na porta. Eles se aproximaram e ficaram atrás do sofá.
-Você contou sobre o Nathaniel? - perguntou tio André.
-Contei. - respondi com a voz rouca.
-Por quê? - disse ela com a voz abafada pelo meu peito - Por que essas coisas acontecem comigo? Por que só coisas ruins acontecem comigo?
Aquelas palavras me machucavam. Queria dizer que não era verdade, queria provar que ela estava enganada. Mas não sabia como provar isso. Tio André deu a volta no sofá e se abaixou a frente dela. Ele pegou sua mão, fazendo ela olhar para ele.
-Mari, coisas boas também acontecem. - disse ele - Veja, você conheceu o Luka e a Alya, seus melhores amigos. Entrou em uma grande faculdade, e eu como seu professor, posso dizer que você é a melhor aluna de lá. Tem pessoas que te amam e fazem de tudo para te ver feliz. Você sempre foi uma garota incrível, e todos conseguem ver isso. Tudo isso, são apenas testes, desafios para te manter mais forte.
-Ele tem razão querida. - disse meu pai se sentando na outra ponta do sofá - Todos nós sabemos a sua força. Nunca somos testados além do que podemos suporta. E até aqui, você tem sido mais forte do que qualquer um de nós.
-Obrigada. - agradeceu ela com um pequeno sorriso - Mas como sabem tanto sobre mim?
Meu tio riu baixo e se sentou no chão.
-Sabemos tudo sobre você, magrelinha.
-Magrelinha? - ela se sentou e encarou tio André - Minha mãe disse, que era assim que...
-Que o seu pai te chamava. - completou meu pai.
-Quem são vocês? - disse ela se afastando de mim e encarando cada um de nós. Quando seus olhos caíram sobre mim, senti que sua mente estava distante - Foi você. - disse ela para mim -Você encontrou a foto do meu pai e me mandou a carta. Você esteve no meu quarto no dia em que passei mal, e aproveitou para pegar meu camafeu. Foi você que me entregou ele, junto com o hambúrguer. Você sabia que eu estava com fome porque ouviu a Alya e eu conversando. Você me chamou de joaninha, quando estávamos estudando no meu quarto, assim como me chamou na carta.
Abaixei a cabeça. Sabia que havia deixado pistas de mais. De certo modo, eu queria que ela descobrisse e chegasse a mim. Ela se levantou e começo a andar pelo quarto. Meus olhos a seguiram por todo conto.
-É por isso que muitas coisas ao qual você está envolvido, me parecem tão familiares. Você fez parte do meu passado. Todos vocês fizeram. Mas...eu não consigo entender o senhor, professor. Como você está envolvido?
-Eu não sou apenas o professor do Adrien, também sou tio dele. Sou irmão mais novo do Gabriel. - respondeu meu tio.
-Mas por que nunca me contaram antes? O que vocês são na minha vida? Por que me conhecem?
-Acho melhor falarmos com a sua mãe. - disse meu pai - Não seria certo contar tudo sem que ela esteja presente.
-Também temos que chamar o Nino, a Alya e o Luka. - disse a eles.
-Meus amigos? Ah, claro! Eles também estão envolvidos.
-Você sabia? - questionei.
-Não sou tão burra para deixar de notar que eles estavam diferentes. Principalmente quando o assunto era você. - senti uma ponta de raiva em sua voz.
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Um Passado Esquecido
FanfictionApós um acidente terrível, Marinette Dupain-chang perde algo preciso e pessoas preciosas. Em uma luta constante, ela tenta refazer sua vida e esconder o segredo de seu acidente, mudando de cidade com sua mãe. Mas a mudança pode ser mais complicada d...