Vasculhando o Passado

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Horas depois, todos foram embora, mas Adrien ficou comigo. Era duas da manhã e nós ainda estávamos acordados. Ele estava sentado na maca, e eu estava encostada em seu peito. Ele brincava com o meu cabelo e de vez em quando me fazia rir puxando a minha orelha.

-Você ainda não está com sono? - disse ele.

-Nenhum pouco. - respondi - A minha mente está a mil. É tanta coisa que eu me lembro que chega a ser bizarro. Será que é assim que as pessoas se sentem quando dizem que viram a vida passar na frente dos seus olhos?

Ele riu. Sua risada é tão gostosa que me contagiava.

-Não sei, mas parece estranho. - disse ele.

-E é! - suspirei - Quando eu vou poder sair daqui?

-Logo. Você precisa ficar sobre observação, para termos certeza de que está bem.

-Eu não estou nada bem. - disse e vi que ele se assustou - Adrien, eu estou com uma falha no meu cabelo, isso não é nada bom.

-Palhacinha. - disse ele me fazendo cócegas.

Comecei a rir. Até que ele parou e me beijou. A melhor parte de estar com ele, eram os beijos repentinos que ele me dava.

-Quer ir a algum lugar especial quando sairmos daqui? - perguntou ele.

-Nenhum. Quer me levar a algum lugar senhor Agreste?

Ele pareceu pensar e depois abriu um grande sorriso. Ele não me contou o que havia planejado, mesmo eu insistindo bastante. Os dias passaram, uma semana depois eu estava livre para voltar para casa. Voltei para a minha casa e fui recebida por uma linda festa de boas vindas. Passei a tarde com a minha família, rindo e nos divertindo. Até que o sol se pôs e a noite apareceu. Todos foram embora e só Adrien ficou. Estávamos sentados no sofá quando ele se levantou e me estendeu a mão.

-Vamos? - disse ele.

-Para onde? - questionei.

-Vai ver.

Peguei sua mão e ele me levou até seu carro. Entramos e ele me levou para a sua casa. Assim que ele estacionou o carro, me virei no banco e disse:

-Por que estamos na sua casa? - questionei.

Ele tirou o sinto e então saiu do carro. Fiz o mesmo. Ele parou na frente do carro e me estendeu a mão. Segurei ela e ele entrelaçou nossos dedos. Entramos na mansão e subimos as escadas. Me lembrava o caminho para o seu quarto e era para lá que estávamos indo. Assim que ficamos frente a frente com a porta do seu quarto, ele parou. Ele colocou a mão dentro do seu bolso e tirou uma venda preta.

-O que você está aprontando senhor Agreste? - questionei.

-Está pronta para rever o passado? - disse ele com um sorriso - Posso? - questionou ele erguendo a venda.

-Promete que não vai me jogar da janela? - brinquei.

-Droga, descobriu o meu plano. - eu ri da sua cara de falso desgosto.

Me virei e ele colocou a venda em meus olhos. Senti ele assoprar o meu rosto e terminei levando um susto. Ele começou a rir.

-Sem graça!

-Desculpa. Era para ter certeza de que você não estava vendo.

-Podia ter só colocado alguns dedos na minha frente.

-Assim é mais divertido. - ele sussurrou no meu ouvido.

Senti meu corpo todo se arrepiar. Lembrei de algo bem... excitante.

Um Passado EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora