Adrien
Não conseguia acreditar. Era praticamente impossível. Ela olhava em meus olhos e esperava por algo. Respirei fundo, engoli em seco e falei em linguagem de sinais. "Você me entende?" Perguntei. "Melhor do que qualquer um." Respondeu ela com um sorriso. "Como se sente?" Questionei. "Não sei. Minha mente está confusa. Me lembro de algumas coisas, mas... não de outras." Me respondeu.
-Ela disse...que se lembra de algumas coisas, mas...nao de outras. - disse a eles.
-Como o quê? - perguntou Alya.
"Do que você não se lembra?" Perguntou a ela. "Não sei que dia é hoje... Não me lembro do que comi ontem... Não consigo lembrar do endereço da minha casa. Coisas pequenas." Respondeu ela.
-Apenas coisas pequenas, como o que ela comeu ontem, que dia é hoje e o endereço da casa dela. - disse a Alya.
Marinette voltou a fazer sinais. "Diga a eles que eu ainda me lembro deles. E que não devem se preocupar, eu vou ficar bem".
-Ela disse que se lembra de vocês. - eu sorri ao ver o alívio da Alya - Ela disse para não nos preocuparmos, que ela vai ficar bem.
-Não nos preocuparmos? Eu vou bater na cara dela! - disse Alya - Ela está sangrando pelos ouvidos, cacete!
-Calma Alya. - disse Nino a abraçando - Entrar em pânico não vai ajudar. E bater nela muito menos.
-Eu sei, eu sei. - ela abaixou a cabeça.
Marinette olhou para ela com tristeza e disse "Por que ela está assim? Eu disse que vou ficar bem." Sorri um pouco "Sabemos, mas ela se preocupa mesmo assim. Na verdade, todos nos preocupamos. Afinal, nós te amamos". Ela sorriu e disse "Também amo vocês!" Ela se aproximou de Alya, pegou a mão dela e a puxou para um abraço. Alya apertou sua amiga em seus braços. Vi os olhos dela se encherem de lágrimas. Alya realmente amava Marinette, e posso dizer que entre todos nós, ela era quem mais estava preocupada. Fiquei confuso sobre Marinette não poder falar. Isso nunca havia acontecido.
Alguns minutos depois, a ambulância chegou e todos fomos para o hospital. Liguei para meu pai e para Sabine, avisando sobre o que havia acontecido. Logo eles chegaram no hospital e se juntaram a nós.
-Como ela está? - perguntou Sabine tremendo dos pés a cabeça.
-Estão fazendo alguns exames. O Doutor J. chegou a apenas alguns minutos. - respondi.
-Minha menininha. - disse ela com os olhos cheios de lágrimas - Deus, por favor, não deixe nada acontecer. Cuida da minha menininha.
-Sabine, é melhor você se sentar. - disse tio André fazendo ela se sentar ao lado de Alya - Quer um copo de água?
-Eu vou pegar. - disse Nino - A Alya precisa de um pouco para se acalmar.
Olhei para as duas mulheres sentadas e me lembrei mais uma vez do porque eu não poder me dar o luxo de entrar em pânico ou surtar. Ambas não paravam de tremer. Sabine tinha os olhos cheios de lágrimas, e Alya havia perdido boa parte da cor. As duas estavam realmente em pânico. Afinal, não era para menos. Nunca havia chegado a isso. Não conseguia acreditar no meu próprio estado. Até ali eu estava totalmente sobre controle. Na verdade...eu estava meio vazio. Vi Dr.J se aproximar de nós.
-Ela vai precisar de uma operação. - disse ele - Pelo que parece, parte da cicatriz se abriu e vai ser preciso uma nova operação. Não sabemos ao certo o que pode acontecer, mas vamos fazer o possível para que ela volte sem sequelas.
Alya estava em pé entre Nino e eu, e ao receber a notícia, suas pernas cederam. Mas Nino e eu fomos rápidos e a seguramos. Nino pegou ela no colo e sentou ela no banco.
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Um Passado Esquecido
أدب الهواةApós um acidente terrível, Marinette Dupain-chang perde algo preciso e pessoas preciosas. Em uma luta constante, ela tenta refazer sua vida e esconder o segredo de seu acidente, mudando de cidade com sua mãe. Mas a mudança pode ser mais complicada d...