Segundo

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Sua mão bateu com força na mesa do escritório do Hokage, fazendo com que uma pequena – enorme – pilha de relatórios caísse sobre o chão. O Godaime olhou para a bagunça de papéis e suspirou irritado, vendo que teria que dormir no escritório mais uma vez. Itachi já estava acostumado com aquela rotina, mas às vezes sentia falta de dormir em sua cama, ouvir as conversas de sua mãe, discutir com seu pai e treinar com seu irmãozinho tolo.

Irmãozinho esse que havia duplicado o seu trabalho.

– Rank-D? – perguntou Sasuke. – Sério, Itachi?

– Mais respeito com o Hokage-sama, Sasuke – Obito suspirou pela terceira vez, vendo que havia sido novamente ignorado.

– Idiota – Naruto revirou os olhos.

Como dito por Obito, no dia seguinte todos acordaram cedo e se encontraram no campo de treinamento três. No entanto, seu sensei chegou duas horas atrasado e deu a desculpa mais esfarrapada do mundo: havia ajudado uma velhinha a atravessar a rua. Quem demora duas horas para ajudar uma pobre senhora a andar menos de cinco metros?

Se já não bastasse o atraso, quando o Time Sete chegou ao escritório Itachi estava dormindo sobre sua escrivaninha. Não só dormindo, mas literalmente babando sobre os relatórios. Obito teve que bater na porta com força para que o Godaime acordasse e desse um pulo de susto. Ficou visível seu constrangimento com a situação, porém não podia evitar. Suas olheiras eram cada vez maiores e o cansaço, maior ainda.

Mas sua vila precisava dele – acordado, de preferência.

Depois de estar mais desperto, Itachi pegou o primeiro pergaminho de missões que viu. Era uma de rank-D que consistia em pegar o gato fujão de uma senhora. Obito franziu o cenho ao perceber que ele mesmo já tinha caçado aquele gato maldito quando era gennin.

– Todas as missões são importantes, Sasuke. – Itachi explicou, cansado. – Até mesmo capturar gatos fujões.

– Não era mais fácil ela comprar uma coleira e prender o gato dela? – opinou Sakura.

– O gato é alérgico a tecidos sintéticos. – Obito respondeu. – Descobri isso da pior forma possível.

Obito ainda se lembrava do cascudo que levou da senhora quando voltou com o gato com uma marca avermelhada enorme ao redor do pescoço. De fato, a ideia de usar coleira parecia bem promissora no início.

– Éramos os melhores alunos da Academia, Itachi. – tirou a mão de cima da mesa e cruzou os braços. – Merecemos algo melhor.

Itachi massageou as têmporas. Não tinha tempo para perder com seu irmão mimado. Em uma hora teria uma reunião importante com o Kage de Suna para uma proposta de aliança e não havia nem pensado no que iria falar. Por Kami, Itachi estava muito enrolado.

– Certo. – pegou outro pergaminho. – Essa é uma missão rank-C, não posso dar algo melhor para simples gennins.

Eu senti esse ar esnobeItachi; pensou Sasuke. Irmão idiota.

– É uma missão de escolta. – pediu para o Anbu ao seu lado abrir a porta. – Time Sete, sua missão é proteger uma certa pessoa.

Seus olhos brilharam em expectativa – até mesmo os de Obito, que não queria se tornar sensei para caçar gatos pulguentos. Pensaram então qual seria a pessoa que protegeriam. Talvez um lorde importante? Ou uma princesa? Quem sabe até um antigo ninja aposentado?

A porta abriu, revelando um homem de aparência cansada. Usava um óculos pequeno apoiado na base do nariz e bebia uma cerveja de péssima qualidade. Uma enorme mochila estava presa às suas costas. O desgosto em sua face ficou nítido quando percebeu quem iria escoltá-lo.

ÊmuloOnde histórias criam vida. Descubra agora