Vigésimo Sexto

1.8K 176 228
                                    

Vinte e quatro horas se passaram desde a destruição de Konoha e, mesmo com o cansaço e o árduo trabalho de ninjas e cidadãos para a reconstrução da vila, todos estavam de pé antes mesmo do sol nascer. Sasuke observava o lugar onde nasceu com certa pena. Pensava como era possível um único homem – descobriram, após os relatos de Obito sobre as funções de um olho rinnegan, que os seis caminhos eram, na verdade, um único corpo – aniquilar um lugar do porte de Konohagakure no Sato. Isso o fazia ter certeza de que a Akatsuki era extremamente perigosa.

Pensar que Naruto estava no meio daquela gente o deixava apreensivo.

Avançamos bastante desde ontem, observou Sakura carregar os materiais para construção nos ombros, Sai pintar as casas e Yamato fazendo nada e mais estabelecimentos com seus poderes de madeira. Com o caos de ontem, os ninjas foram tirados de suas funções para ajudar os cidadãos nas reformas. Times sensoriais, como o Time Kurenai, auxiliavam na busca por pessoas e objetos que podiam ter ficado por debaixo dos destroços. Os estrategistas, como o Ino-Shika-Cho, montavam planos para agilizar a reconstrução de pontos importantes da vila – quanto mais rápido voltassem a ativa, melhor. E os times confusos, como é o caso do Time Gai que nem na vila estava durante o ataque, davam o melhor para ajudar os presentes.

Sasuke deveria estar ajudando seu time a levar os materiais para Yamato, mas preferiu se abster de tudo enquanto olhava para o horizonte. Estava sentado na cabeça esculpida do irmão. O Monte Hokage havia sido o único lugar que não fora atingido pelos ataques inimigos.

Uma cobra laranja subiu pelo seu calcanhar e rastejou preguiçosamente até estar rente ao seu ouvido. Sasuke sorriu antes de acariciar o animal. O réptil abriu a boca, sibilando.

Sasuke?

No início, Sasuke achou estranho ouvir a voz rouca de Naruto no corpo de uma cobra, porém, com o tempo e a frequência das "chamadas" aumentando, se acostumou. Sabia os horários que o Uzumaki queria conversar consigo de cor; por isso, tinha que estar sempre sozinho nesses momentos. Não poderia arriscar, e se o ouvissem?

Tenicamente, ter contato com um nukenin o fazia um renegado também.

– Oi, Naruto – fechou os olhos. A brisa matinal cutucava seu rosto.

Como as coisas aí estão?

Ele poderia até disfarçar, mas Sasuke sabia que Naruto estava preocupado com a situação da vila.

– Konoha foi completamente dizimada. – foi sincero. – Por sorte, não tivemos nenhuma morte, o único problema é que teremos que nos reconstruir a partir do zero, literalmente. – suspirou. – Eu não sei o que você fez, Dobe, mas eu agradeço em nome de toda Konoha.

Eu não fiz nada...

– Você não me engana, idiota. Obito estava morto e, misteriosamente, voltou a vida do nada. – Naruto ficou em silêncio; aparentemente, ele não sabia que o antigo sensei tinha morrido. – Mas, não se preocupe, não vou te obrigar a falar nada que não queira.

Sasuke ouviu um suspiro aliviado vindo do outro lado da linha.

– E você, como está?

Eu e meu time estamos chegando na fronteira de Kunogakure. O amado líder nos deu uma missão.

– Vai capturar um jinchuuriki?!

É o que ele deve pensar que vou fazer. Não posso te contar os detalhes, mas o plano de Orochimaru-sama será aplicado em breve. – Sasuke conteu a curiosidade. Ainda não confiava totalmente no sannin das cobras e não tinha a mínima noção do que ele estava planejando. Contudo, preferiu manter fé nas palavras do Uzumaki. – A Akatsuki vai se mover rapidamente agora que Konoha está "fora da jogada". A queda de uma vila como a de vocês enfraquece muito todo o Mundo Shinobi.

ÊmuloOnde histórias criam vida. Descubra agora