Vigésimo Segundo

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As pessoas se surpreendiam com a velocidade de sua corrida, visto que seus pés se moviam tão rapidamente que poderia parecer que sobrevoava as ruas rochosas de Iwa. Sasori não culpava aquele povo assustado, afinal, como uma literal marionete humana, não sentia cansaço e muito menos dores nas articulações sintéticas. Talvez fosse esse o motivo para ser o enviado para aquela missão.

Sasori apressou o passo ao avistar o instituto de inteligência de Iwagakure no Sato, recebendo autorização da entrada de imediato – era bem conhecido e aclamado na vila. Diminuiu a corrida, tomando cuidado para não atropelar os funcionários nos corredores estreitos. Chegou enfim na sala principal: a de interrogatório.

Ao abrir a porta, Sasori nem se importou com o suspeito de cabeça baixa; seus olhos se dirigiram imediatamente para os longos cabelos sujos de argila cujo dono conversava animadamente com um shinobi de interrogatório.

O shinobi de Suna grunhiu entredentes.

– Oi, seu idiota! – chamou sua atenção. Estava irritado, o que não era de seu feitio. – O que merda você pensou que estava fazendo?

O loiro virou para si, soltando um sorriso amarelo. Estou tão ruim assim?; tirou alguns pedaços queimados de argila dos cabelos. Certo, talvez não estivesse na sua melhor forma – e aparência.

– Fazendo o meu trabalho, hn – Sasori cruzou os braços.

– Não se ache no dever de quase morrer só porque é o Tsuchikage – apontou o dedo na sua cara. Deidara revirou os olhos, odiava os ralhos do amigo.

– Meu dever como Tsuchikage é prezar pela segurança da vila acima de todas as minhas obrigações e limites, você sabe disso. – Sasori respirou fundo. Era óbvio que sabia, seus dois amigos eram Kages e um deles havia recebido recomendação para ser o futuro Hokage, como não saberia? – Naquele momento, eu só pensei em Iwa, hn.

– Da próxima vez tente fazer algo que não coloque sua maldita vida em risco.

– Agradeço pela preocupação, Sasori no Danna, hn.

– Não estou preocupado.

– Óbvio que está.

– Não estou.

– Está sim.

– Itachi está pior do que eu.

Os olhos azuis brilharam em preocupação. Havia saído de forma tão repentina no seu último encontro que não tivera tempo para conversar adequadamente com o Godaime. Como Itachi estaria?

– Sério?

– Eu disse que vocês eram feitos um para o outro.

O que será que ele queria me dizer? Será que...

Sorriu só de pensar.

– E ainda sorri que nem um idiota. – bufou. – Deveria se envergonhar da sua infantilidade.

– Oi, eu já entendi. – Sasori negou com a cabeça, sorrindo de canto. Nenhuma bronca funcionaria com a personalidade forte do Tsuchikage. – Estou vivo. É o que importa, hn.

– Ainda sim foi muito arriscado. Sabe quão danoso foi para a natureza o seu ataque?

Deidara coçou a nuca. No momento em que estava com pouco chakra, ainda lutando contra Kisame sobre o pássaro artificial, o Tsuchikage aproveitou dos seus largos conhecimentos do terreno – coisa que um shinobi de Kiri normalmente não teria, ainda mais ao perceber o quanto o Hoshigaki suava com o clima seco de Iwa – para focalizar seu ataque explosivo no momento em que sobrevoavam uma falha quase minúscula do penhasco. Assim, com a fumaça criada pela explosão, Deidara agarrou Kisame e os empurrou para a minúscula caverna, ficando lá até recuperar seu chakra. O membro da Akatsuki permaneceu desmaiado durante todo o tempo, completamente desidratado.

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