Décimo Nono

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O clima quente e úmido da floresta incomodava Suigetsu, que tomava água de seu copinho a cada cinco minutos, afinal, de todos do Time Hebi, era o único que não podia ficar desidratado em hipótese alguma. Estavam andando há horas a fio e ainda não haviam encontrado o lugar marcado no mapa dado por Orochimaru, estavam tão cansados que até mesmo a pequena criança dormia nos braços de sua protetora.

– Certeza de que estamos indo na direção certa? – perguntou o Hozuki, exausto. Balançou o copinho, não tinha mais nada. – Sabia que não devia ter deixado o mapa com a idiota da Karin.

– Idiota é você, projeto de tubarão! – a ruiva reclamou, checando o mapa. – Chegaremos em três minutos.

Ela disse a mesma coisa vinte minutos atrás, pensou Juugo, decidindo não se meter na discussão. Alguns pássaros coloridos repousavam em suas costas, aproveitando a carona.

– Você é um imã natural para pássaros. – observou Kimimaru. – Ao contrário de você, eles fogem de mim. Qual é o segredo?

– Não tem, acho que é só levar jeito para lidar com eles. – um passarinho amarelo dormia em sua mão semifechada, tranquilo. – Se mostrar lealdade e calmaria, eles sempre confiarão em você.

Juugo é tão letal quando se descontrola, mas é igualmente calmo por dentro, ainda mais se tratando dos pássaros dele, Kimimaru sorriu pequeno. Fofo.

– É aqui – Karin parou.

Como dito por Orochimaru, o lugar marcado era um imenso lago coberto por névoa e ar denso. Karin guardou o mapa, virando-se para a outra garota do grupo. Com cabelos arroxeados e pele clara, Guren era uma das subordinadas de Orochimaru que quase não aparecia nos esconderijos, sempre em missões especiais e perigosas. Era uma das favoritas – junto com Kimimaru e Naruto –, tanto que usava uma réplica do cinto de seu mestre envolvendo sua cintura como sinal de merecimento.

– Aqui só tem água. – Suigetsu se sentiu em casa. – Como vamos saber onde está o tal bijuu?

– Por isso trouxemos Yuukimaru conosco. – Guren apontou para o pequeno loirinho dormente em seu colo. – Tenho que tirar a canoa do pergaminho, provavelmente o bijuu está escondido no meio de toda essa água.

Guren olhou significativa para todos, afinal ela tinha que abrir a mochila para tirar os pergaminhos e não conseguiria fazer isso com o garotinho em seus braços. Juugo até pensou em se voluntariar, mas só tinha jeito para pássaros mesmo. Kimimaru era bruto até com borboletas. E Karin preferiu ficar na dela. Suigetsu estendeu os braços, todo feliz.

Suigetsu segurou Yuukimaru com maestria, como se fizesse aquilo todos os dias. Os demais olharam assustados para ele.

– O que foi? Eu tenho jeito com crianças – pôs a língua para fora, zombando.

A canoa foi evocada na beira do lago. Todos subiram no transporte, com Juugo sendo o último pois precisava empurrar a canoa para a água. Kimimaru e o ruivo se encarregaram de manobrar os remos, enquanto Karin ficava na frente, guiando o caminho. Suigetsu e Guren tentavam acordar o pequeno Yuukimaru.

– Yuukimaru... – sussurrou Guren. – Yuukimaru!

– Não é assim, roxinha. – Suigetsu balançou o garoto calmamente, vendo seus olhos rosados se abrindo. – Viu?

Como ele consegue?; observou Yuukimaru se espreguiçando, olhando a tudo com estranheza. Convivia há anos com o garoto, filho da falecida mulher que havia salvado sua vida em tempos passados, adotando ele como seu irmão caçula, e ainda sim tinha problemas para lidar com o menino. É impressionante!

ÊmuloOnde histórias criam vida. Descubra agora