Décimo Oitavo

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Demorei, mas cheguei

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A respiração pesada apertava os seus pulmões cansados. Sasuke caiu sobre seus joelhos, segurando seu pulso direito com força ao mesmo tempo em que sentia seus olhos arderem. Desativou o sharingan, vendo atentamente as folhas chamuscadas espalhadas pela grama úmida, as últimas lembranças das árvores atingidas por seu Chidori.

– Você usou o Chidori cerca de treze vezes e provavelmente ainda há chakra para um ou dois. – o platinado, sentado em uma pedra enquanto lia seu livrinho verde, disse. – Bom trabalho, Sasuke!

– Eu agradeço por ter conseguido vir me treinar, Kakashi-sensei. – Sasuke forçou as pernas, levantando-se. – Imagino o quanto deve ser difícil para você.

Depois da derrota do Time Sete, Sasuke se pôs cada vez mais disposto a treinar. Qualquer pessoa no seu lugar iria desistir e seguir em frente em busca de seus próprios sonhos, porém ele era um Uchiha puro e como tal não desistiria facilmente, traria Naruto de volta a Konoha e de quebra mataria o maldito Orochimaru que havia corrompido seu amigo.

Não importava se Naruto havia ido por conta própria ou não, Sasuke tinha que abrir os olhos do Uzumaki. Afinal, se não fosse ele, mas ninguém iria.

Kakashi fechou o livro – o último exemplar escrito do Icha Icha dado por Jiraiya antes mesmo dele ser postado –, respirando fundo. Guardou o livro dentro do manto rubro-negro e encarou Sasuke.

– Entrar em Konoha não é difícil para um nativo, a barreira Yamanaka ainda me reconheceu mesmo eu sendo dado como morto. – respondeu. O clã Yamanaka era responsável pela proteção da vila com o monitoramento de uma enorme barreira protetora que cercava toda a vila. Qualquer chakra suspeito ou não registrado seria reconhecido pelo clã, no entanto, como Kakashi nasceu ali, não haveriam problemas para sua entrada. – O problema mesmo é não ser reconhecido por ninguém, mas já estou acostumado.

Sasuke guardou sua katana, presente dado por Itachi no seu aniversário de dezesseis que tinha a marca registrada do seu clã em sua bainha, andando lentamente até seu mestre. Não deixou de encarar em nenhum momento as vestimentas que Kakashi usava.

Eu deveria ter guardado o manto antes de vir para cá, Kakashi suspirou. Agora vou ter que responder perguntas desnecessárias.
– Jiraiya-san já havia me falado sobre isso, mas eu gostaria que você me explicasse melhor. – Kakashi baixou a cabeça. – Por que entrou para a Akatsuki?

– Motivos meus.

– É para espionagem? Se for, você poderia muito bem dizer para mim. – cruzou os braços. – Ou está agindo por conta própria? Não me diga que você está nos traindo, Kakashi.

Kakashi olhou discretamente para um ponto específico da floresta. Uma estranha ondulação quase imperceptível envolvia uma das árvores de copas altas. O Hatake franziu o cenho. Zetsu está aqui, isso não é nada bom, encarou seu aluno. Sasuke olhou novamente para a floresta, parecendo entender. A Akatsuki não podia saber que eu estava aqui, muito menos com Sasuke.
Isso é definitivamente péssimo!

– Entendi...

– Você não deve se preocupar com isso, apenas peço para que confie em mim. – levantou-se. – Eu não viria para Konoha a toa – sussurrou.

– Espero poder confiar em você, eu me sentiria péssimo se soubesse que está traindo nossa confiança. – suspirou. – Isso significa que era você quem ajudou o tal Kisame na captura do Gaara?

O Hatake coçou a nuca. Sasuke é realmente esperto.

– Sim. – Sasuke mordeu o lábio inferior, aquilo era extremamente suspeito, porém decidiu dar um voto de confiança ao seu mestre. – Obito me encontrou enquanto eu fugia, por sorte eu agi rapidamente e consegui escapar.

ÊmuloOnde histórias criam vida. Descubra agora