Décimo Quarto

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O clima árido e seco de Sunagakure irritava os visitantes que não estavam acostumados ao deserto do País do Vento. Suas costas se encostaram na montanha de pedras rosadas, sentindo momentaneamente um ardor subir por sua espinha. Até mesmo as pedras eram quentes naquele lugar.

Kakashi pressionou seu olho esquerdo com certa força, sentindo sua visão ficando turva por alguns instantes. Kisame tirou o suor que escorria pela testa e o olhou com o cenho franzido. Apoiou sua enorme espada – Samehada – sobre o ombro e se aproximou do parceiro.

– Está tudo bem?

O Hatake concordou com a cabeça. Colocou sua bandana sobre seu olho esquerdo e suspirou.

– Eu não costumo usar meu olho para esse tipo de missão. – Kisame pareceu entender. – Apenas não estou acostumado.

– Nesse caso, não podemos forçar você mais. – sorriu. – Quando capturarmos o jinchuuriki, você o leva com seu jutsu e eu vou depois.

Kakashi se assustou com a decisão de Kisame. Ficar para trás apenas para evitar o meu cansaço?; pensou. Existem pessoas assim na Akatsuki?

– Não há necessidade. Como você irá até o esconderijo? A pé?

– Claro que não, eu viraria churrasquinho de tubarão se fosse. – riu com a própria piada. – O mestre sempre tem um plano B para esse tipo de situação. Temos um contato dentro de Suna que vai facilitar a nossa entrada. Encontrar um meio de transporte para mim não será difícil.

– Entendo.

Um contato dentro da vila?; saíram da sombra das pedras e caminharam por longos minutos pela areia quente do deserto. Por sorte, haviam trazido grandes chapéus que protegiam suas cabeças do sol escaldante. Isso significa que a Akatsuki possui contatos dentro e fora da organização. Por isso eles sabem de tudo, até mesmo sobre o meu Kamui.

Kakashi percebeu então o quão perigosa a Akatsuki poderia ser.

Seus pés estavam começando a doer quando avistou uma enorme construção de pedras polidas no meio do deserto. Viu cerca de cem ninjas espalhados por toda a proteção que marcava as fronteiras de Sunagakure no Sato. Enfiou uma mão dentro do manto e tocou na bainha de sua katana. Independente dos planos da Akatsuki, tinha que ficar alerta a qualquer coisa inesperada.

Um dos shinobis encarou os visitantes suspeitos por meio de um binóculos poeirento. Engoliu em seco e andou lentamente até o líder da frota, Baki. Cutucou o chefe. Se houvessem problemas, era ele quem deveria decidir o que fariam.

– Baki-sama, avistei forasteiros se aproximando da entrada da vila. – disse, com certo receio. – O que devemos fazer?

– Como eles são?

– Usam grandes chapéus e vestem mantos negros com nuvens vermelhas. – Baki o encarou no mesmo momento. – Parecem suspeitos para mim.

– Deixe-os entrar. – o ninja olhou desconfiado para seu líder. – São ordens do mestre.

O ninja arregalou os olhos e concordou rapidamente com a cabeça, voltando para seu posto. O mestre era a única pessoa que estava acima de Baki e eram dele as maiores ordens. Se ele dizia que as nuvens de sangue poderiam entrar em Suna, então elas entrariam.

O mestre não poderia ser questionado. Além disso, ele odiava esperar suas visitas.

Baki parou na entrada da vila quando Kakashi e Kisame chegaram em Suna. O chefe fez uma reverência respeitosa aos visitantes. O Hatake olhou significativo para o Hoshigaki, que sorriu de canto e acariciou a bainha de Samehada.

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