Capítulo Vinte e Três

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Alondra Martínez

Enxuguei meu rosto mais uma vez e voltei a olhar o calendário. Não, não era pelo natal, mas sim porque eu estava quatro semanas e meio atrasada.

Ninguém sabia disso nem mesmo lili e yashua, eles estão tão animados com o apartamento novo e o bebê — descobrimos que é um lindo menino — que eu não quis atrapalhar.

Respirei fundo tomando coragem e sai do carro entrando rápido na farmácia.

— Boa tarde — falo com a moça que está no caixa — eu quero quatro do melhor teste de gravidez que vocês venderem aqui.

— Boa tarde, tudo bem — ela se afasta e volta um tempinho depois com quatro testes em mãos — temos esse aqui mas ele é meio caro então...

— Não importa — entrego o cartão — é crédito.

Ela confirma minha compra e eu saio o mais rápido que posso dali, mas infelizmente sou interrompida por alguém que entra no mesmo momento que eu derrubando a sacola da minha mão fazendo os quatro se espalharem.

— Merda — ainda sem olhar quem é eu baixo e os guardo novamente, quando enfim levanto o olhar meu corpo todo gela.

— Oi, alondra — richard está sério, ele mantém o olhar sobre meu rosto e a sacola — precisa de ajuda?

— Não, obrigada. — respondo e me afasto.

— Para com isso, eu sei bem o que tem ai e independente do resultado você vai precisar de alguém, eu não te odeio alondra você sabe disso, não me odeie também.

— Eu bem que queria — respondo já sentindo um aperto no peito — seria tão mais fácil se você fosse um homem horrível e eu te odiasse.

— Por favor, deixa eu te ajudar.

— Tá bem, eu só preciso encontrar um lugar para....bom, você sabe.

— Vem comigo.

Ele pede e eu o acompanho, entramos em um prédio marrom com várias salas e seguimos até uma quase no final.

— Que lugar é esse?

— Eu trabalho aqui, ensino hip hop e batacha para alunos e alunas de todas as idades — explica e abre a porta — essa é minha sala — entro e coloco a bolsa sobre a mesa — aquela porta ali é um banheiro.

— Tudo bem — vou até ela e quando estou prestes a abrir richard me chama novamente.

— Não importa o resultado, vai ficar tudo bem.

Sorrio fraco e entro no pequeno cômodo todo branco, pelo menos estava limpo, e com o cheiro dele.

Abro o primeiro pacote e faço como pede na bula, faço no segundo, no terceiro e no quarto. Deixo eles lá e levo a mão na espera do resultado.

Enquanto os minutos passam eu inspiro o máximo do cheiro de richard que eu consigo, eu sentia tanta falta dele que dói. Será que ele também sentia a minha assim?

Esses testes precisam da negativo, pelo amor de Deus eu e rick só estamos namorando a quatro meses eu definitivamente não posso ter um filho dele nem agora e nem nunca, eu não quero. Eu não o amo, sim, estou apaixonada pela pessoa maravilhosa que ele é e como me trata mas eu não o amo, e nem sei bem como levar mais esse relacionamento. Está tudo tão errado e confuso, eu voltei com algumas expectativas e planos que não tomaram o rumo que planejei, droga, é uma grande droga!

Eu não estava com sintomas nenhum a não ser o atraso, mas nem sempre eles chegam né?, então quis acabar logo com isso.

— Ei tudo bem ai?, já se passaram cinco minutos. — desperto com a voz de richard e abro a porta.

— Eu não sei se quero ver...

— Você precisa...

Olho novamente para os quatro objetos ali na minha frente e pego o primeiro.

— Negativo — falo e a tensão diminuí um pouco mais — graças a Deus — pego o segundo e meu corpo inteiro paralisa — positivo....

Largo ele dentro da pia e me afasto um pouco para respirar.

— Alondra calma, é apenas um positivo não quer dizer nada, quer que eu termine de olhar?

— Não, eu consigo — pego o segundo e observo — negativo — jogo esse no lixo e pego o último, como se estivesse tirando um peso do meu corpo eu sorrio — negativo.

— Te falei que ia ficar tudo bem — rich sorri tão largo que parecia até que ele estava mais feliz que eu com o resultado, eu quero tanto fazer isso, posso colocar a culpa na adrenalina né?, sem querer pensar muito para não desistir eu o abraço.

— Obrigada por me fazer companhia, muito obrigada. — ele me aperta e inspira meu cheiro, suas mãos sobem e descem nas minhas costas.

— Não precisa agradecer.

Nos afastamos e eu miro sua boca, ela é tão convidativa, de repente o banheiro ficou minúsculo e quente. Mas eu não posso fazer isso com Rick.

— Agora vou indo, quer uma carona?

— Eu vim de carro, mas obrigada.

— Tá bem, e bom, isso pode ficar só entre a gente?

— Claro, seu segredo está seguro — ele diz — mas olha, é bom fazer um de sangue para ter certeza.

— Eu vou, obrigada mais uma vez.





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e aaai?, me contem o que acharam do cap de hoje.

até a próxima 🖤

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