Alguns poderiam considerar uma maldição, mais Nico só queria saber do por que este dom despertou em si.
Assim que chegara em casa o moreno dirigiu-se direto para o quarto, logo após entregar as comprar para cada uma de suas respectivas donas. Precisava urgente de um banho, sentia-se pegajoso.
Poderia ser considerado algo estranho mais gostava de sentar-se no chão do box do banheiro, sentindo a água bater em sua cabeça, era uma sensação estranhamente reconfortante como se fizesse parte dele... aquilo se tornou uma terapia desde o dia em que começou a vê-los. Lhe acalmando verdadeiramente, com o advento dos espíritos Nico desenvolveu a ansiedade, aquela agonia sufocante e cansativa. A água então se tornou uma amiga.
Lidar com os fantasmas lhe retirava muita energia, principalmente alguns que pareciam querer lhe matar. Sim, existiam esses tipos de criaturas, grotescas que estavam fadadas a repetir a hora de sua morte várias e várias vezes e aquilo aumentava a sua ansiedade. Mas também existiam aqueles como Pietra e seu pai, que apenas esperavam o tempo certo para desaparecerem, ambos morreram em frente ao shopping. Foi uma situação realmente triste, afinal os dois haviam ido comprar um presente para o novo integrante da família quando foram atropelados na calçada do local, o carro subira a calçada, um motorista bêbado. E vários outros que morreram injustamente, detinham sempre algo em seu coração que até então servia de objetivo, não os permitindo deixar aquele mundo no momento até que seu objetivo fosse cumprido.
Pietra não fora o primeiro espirito que havia visto, imaginava que não. Lembrava-se vagamente de uma voz, antes de acordar essa voz sempre falava consigo, esperando que ele despertasse para cumprir algo...mas ele não recordava o quê. Desde então no momento em que via algum espirito o Di Angelo sentia-se sufocar em busca de algo que não sabia realmente o que era.
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--Onde está a mamãe? –questionou logo após ir na cozinha e não avistar a matriarca. Ainda não estava no horário da mesma ir deitar.
Hazel encarou o irmão com receio, mais suspirou se pondo a responder à pergunta.
--Papai ligou agora a pouco, ela está conversando com ele...—Nico franziu o cenho em preocupação e desagrado. Sempre que seu pai ligava sua mãe ficava nervosa de mais. –Ela não parecia muito feliz.
O moreno mais velho suspirou, a situação entre seus pais era delicada. Isso tudo aconteceu logo após Hazel ser adotada, Nico se lembrava bem daquele dia. Nunca havia visto sua mãe tão transtornada e raivosa. A discussão fora horrível, e no dia seguinte seu pai não morava mais com eles. Desde então o moreno mais velho evitava falar do pai perto da matriarca, sua mãe nunca explicara o que aconteceu, apenas que seu pai não moraria mais lá e que iam se separar. Mais não é como se Nico soubesse como se sentir na época, seu pai havia se tornado distante e sempre viajava a trabalho. Nunca presente.
O Di Angelo não sabia realmente o que falar de seu pai, acostumado há não ter a figura paterna ao lado, sempre tendo a figura materna como superior. Hades não fazia questão de falar com os filhos e ele não se sentia confortável em falar com o homem. Então a situação ficou daquela forma, cada um em seu canto.
--Vou preparar um chá para ela. –Avisou se dirigindo a cozinha, pelo que Hazel lhe falou a ultima vez que Maria havia falado com o patriarca da família ele ainda estava em coma parcial no hospital, logo após a cirurgia. Pelo que ambas as irmãs falaram, sua mãe congelou no meio da cozinha, parecendo realmente em choque. Nico sentia-se desamparado nesses momentos, sem saber o que fazer realmente, já que a mulher nunca falava nada.

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My Heart
Fiksi PenggemarNico sempre se considerou uma pessoa com espirito e personalidade forte, aos catorze anos descobriu-se com uma doença praticamente incurável. E agora queria apenas o carinho da mãe e o apoio das irmãs...apenas a família aos seu lado. Mais uma ação...