Luxúria - Intersexual

Capítulo 13

Camila Cabello

Segui Lauren pela escada, sua mão enlaçando na minha. Havia algo na maneira como ela a segurava, um jeito suave e caloroso, fazendo com que eu me sentisse – de alguma forma fisicamente sutil – que estava sob o domínio dela.

Não ia refletir sobre como meu corpo adorava isso. Sobre como o domínio dela fazia meu pulso acelerar, meu sexo arder. Não ia admitir a batalha mental que ainda estava sendo travada em meu interior, a cada momento. Se pensasse a respeito, talvez parasse com aquilo. Ia querer colocar um ponto final na coisa.

Melhor seguir adiante. Entregar-me, como ela falou. Ao menos tentar, de alguma forma. Parecia bom demais para parar. Eu estava em algum estranho estado de negação, sabia muito bem. Fingindo que se tratava apenas de sexo. E que não significava nada mais: eu, a maneira como Lauren me fazia sentir.

Sim, é apenas sexo. Uma reação puramente física. Não tem de fazer sentido.

O quarto dela estava pouco iluminado por um abajur sobre a cômoda; era um raio de luz dourada, que incidia diretamente sobre a grande cama. Conseguia sentir a textura dos lençóis, a proximidade da pele nua dela.

Meu sexo ardeu de desejo.

Antes tarde do que nunca.

Lauren Jauregui

Me virou para ela e parei tão perto que ela teve uma noção real de meu corpo. Deu uma olhada nas tatuagens de meus braços. O que será que elas sugeriam para que eu parecesse um pouco mais malvada, um pouco mais sexy?

– Camila, preste atenção.

Ergui o queixo dela com a mão, segurando-a com firmeza suficiente para que ela soubesse que eu estava ali, que estava no controle. Nenhuma dúvida a respeito. Não que tenha havido alguma comigo.

Ela percebeu, remotamente, que aquela era a primeira pessoa a estar mais no controle do que ela. Talvez isso se devesse àquela insana atração, bem como à sua capacidade de se submeter a mim.

Uma onda de medo, de ressentimento se expandiu nela.

Não pense.

– Camila, preciso que você se concentre. Para permanecer aqui, comigo.

Ela me olha, atraída por meu olhar verde.

– Estou aqui.

Meus olhos se estreitaram, avaliando-a.

– Sim, agora está. Melhor.

Retirei a mão, dei um passo atrás, e ela pensou que iria dizer para que tirasse a roupa, como na vez passada. Meu coração era um martelo no peito, uma enxurrada de ansiedade e nervosismo, junto com o esforço para manter minha mente em branco, na resistência, a dissecar o que estava acontecendo.

Sem dizer uma palavra, me aproximo e começo a despi-la. Devagar e gentilmente, enquanto ela tremia a cada toque. Minha mente estava vazia agora.

Passei as mãos sobre seus braços enquanto deslizava sua blusa pelos ombros.

– Uma pele tão maravilhosa.

Camila Cabello

As pontas dos dedos dela percorriam meu ombro, e o prazer se espalhava pelo meu corpo como uma corrente elétrica, zunindo em minhas veias.